72 - A Caminho do Centro

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          - Todas as vezes que eu peço para que a gente não se atrase, tu te atrasas. – Fala Margot dentro do táxi que ela e Vitória pegaram para ir ao Centro Espírita.

- Amiga, desculpa! Mas não tinha a menor condição de eu sair com aquela roupa fedendo a papelada velha. Hoje eu tive que dar uma arrumada no arquivo-morto do escritório. Tem processos de 1960 ainda arquivados por lá.

- Esquece. É que eu estou muito nervosa. – Fala Margot.

- Se tu estás nervosa, imagina como eu estou com o que pode acontecer hoje no Centro!

- Eu não estou falando só com o que pode acontecer no Centro, Vitória. – Fala Margot enquanto procura algo na bolsa.

- E com o que estás nervosa, então? – Pergunta Vitória sem entender o que a amiga estava falando.

- Moço. – Fala Margot com o motorista do táxi. - Antes de irmos para aquele endereço, dá uma passada aqui nessa casa, por favor.

- Como assim? Que casa? Pra onde a gente vai? - Pergunta Margot assustada.

Carmem, está no quarto terminando de se arrumar para o jantar quando escuta a campainha da porta tocar.

- Francisca! – Grita Carmem da porta do quarto entreaberta. – Atende a porta que eu estou aqui em cima me arrumando e não tenho como descer agora.

- Tudo eu nessa casa! - Responde Francisca terminando de fechar a porta do forno onde acabara de verificar se a carne assada já estava no ponto. Ela tira o pano de prato que estava no ombro direito coloca-o aberto no encosto de uma das cadeiras da mesa da cozinha, limpa as mãos uma na outra e caminha em direção à sala.

- De quem é essa casa, amiga? – Pergunta Vitória para Margot enquanto estão paradas na frente da porta.

A porta da frente se abre.

- Pois não? – Fala Francisca

- Boa noite. A senhora é a mãe do Pedro? – Pergunta Margot, parada diante da soleira da porta.

- Desculpe, quem é você? – Pergunta Francisca intrigada com as duas mulheres diante da sua casa.

- Eu que tenho que pedir desculpa. Não me apresentei. Me chamo Margot, essa é minha amiga Vitória, e conhecemos seu filho do Centro Espírita e preciso muito falar com ele.

- Ah sim. Mas ele já saiu para o Centro. Na verdade, ele ligou dizendo que ia direto do trabalho para lá, pois queria chegar mais cedo por algum motivo que ele não soube me explicar.

- Eu imagino o que seja. – Fala Margot envergonhada. – Muito obrigado pela informação. Já estamos indo para lá, também.

- É Margot seu nome, não é? – Pergunta Francisca enquanto Margot e Vitória caminham em direção ao táxi. – Vou avisar a ele que estiveram aqui.

- Obrigado! – Responde Margot para Francisca, fechando a porta do carro. Depois se vira para o motorista. – Agora podemos seguir para o endereço inicial, por favor.

- Quem era? – Pergunta Carmem chegando por trás de Francisca enquanto termina de pentear os cabelos.

- Duas mulheres do Centro Espírita perguntando pelo Pedro. – Responde Francisca olhando o carro seguindo na rua.

- Mas se elas são do Centro, não sabem que ele já estaria por lá a essa hora? – Pergunta Carmem.

- É exatamente isso que estou pensando aqui.

- Você pode me explicar o que foi isso? – Pergunta Vitória. – Nós duas já sabíamos que ele iria mais cedo ao Centro. Você me disse isso hoje no início da tarde.

- Eu sei. Mas seu eu lhe disser que foi o avô dele que me pediu para passar lá, antes de ir ao trabalho?

- Como assim? Pra quê?

- Não sei. Ele só me disse que era muito importante que eu fizesse isso.

Na sala da casa de Pedro, Francisca, ainda pensativa, fala para a irmã.

- Essa estória está mal contada, Carmem. Eu vou desligar o forno e botar uma roupa melhorzinha, enquanto isso liga para o Jorge e pede para que ele encontra a gente no Centro.

- Como assim no Centro? O que eu vou fazer lá?

- Bem... Eu vou. Se você não quiser ir, tudo bem. – Responde Francisca indo para a cozinha.

- Eu é que não vou ficar sozinha aqui. – Responde Carmem pegando o telefone enquanto se senta no sofá ao lado da mesinha da sala.


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