41 - A Conversa de Paulo e Margot

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- Eu devo te dizer que estou ficando com medo de ser tua amiga. – Fala Vitória para Margot enquanto se serve de um pouco de café no escritório da empresa.

- Para com a graça, Vitória.

- O pior de tudo é que essas coisas acontecem só quando eu não estou por perto. Justo "euzinha" que adoraria ver esse tipo de coisa acontecendo.

- Foi um pouco assustador acordar com aquela atendente me chamando e sem eu saber o que tinha acontecido. – Fala Margot seguindo pelo corredor do escritório junto com Vitória.

- Tava procurando por vocês. – Fala Alfredo, o auxiliar do escritório que as encontra chegando na porta da sala de Margot. – Margot, tem um senhor lá na recepção que está lhe procurando.

- Quem é? – Pergunta Margot.

- É aquele senhor que veio procurar assistência para o caso do erro médico que teria acontecido com o neto dele, há umas semanas atrás.

- Ai meu Deus! – Exclama Vitória

- Tem certeza de que é comigo que ele quer falar? Não seria com o Dr. Mario? – Pergunta Margot para Alfredo.

- Não, não. Ele foi bem específico. Ele quer falar com você.

Na sala de Margot, Paulo acaba de sentar em uma das poltronas em frente à mesa.

- Obrigado por me receber sem termos agendado nada.

- Não se preocupe. Mas não sei o que mais posso fazer pelo senhor. Na verdade, acho que seria melhor o senhor conversar com o Dr. Mário. Ele é o titular do escritório e pode lhe aconselhar melhor no processo que o senhor gostaria de mover contra os médicos do seu neto.

- Acho que o que eu estou precisando realmente não são conselhos profissionais. Por isso pedi para falar com você?

- Como assim?

- Há um tempo você me aconselhou a procurar uma casa espírita para buscar ajuda para meu neto.

- Sim. É verdade. – Responde Margot um pouco intimidade. – E lhe peço desculpas por isso. Não deveria ter falado com o senhor daquela maneira.

- Não, não. Por favor. Foi o melhor conselho que me deram em relação aos cuidados com Davi. Depois que estivemos lá, muitas coisas aconteceram. E, para mim, está cada vez mais claro o que está acontecendo com meu neto. O problema é que na noite de ontem, minha filha acredita ter recebido uma mensagem através do que pode ter sido um sonho, mas não estamos sabendo como lidar com a situação e nem sabemos o que devemos fazer. Por isso vim lhe pedir a sua ajuda para ver se você poderia me esclarecer.

- Me desculpe seu Paulo, mas eu não tenho conhecimento suficiente para poder lhe ajudar. Ainda estou começando meu aprendizado no Espiritismo e tenho muito receio que possa lhe dar um conselho errado ao senhor e ao seu neto.

- Eu entendo, mas não precisa ser um conselho sobre o que devo fazer sobre a mensagem, mas, talvez, quem eu possa procurar para conseguir esses conselhos.

- Seu Paulo...

- Por favor, minha filha. Seu conselho anterior foi de grande ajuda, nos mostrou o melhor caminho para que o Davi possa receber a ajuda que precisa e encontre a cura que tanto precisa. Ele só tem oito anos. Seu último aniversário foi deitado em uma cama como vegetal. Me ajude a ajudar meu neto, por favor.

Margot olha aflita para Paulo e pega o telefone sobre a mesa.

- Vitória, você pode me dar o telefone do seu tio Eusébio? Preciso falar com ele.

Eusébio está sozinho, sentado em um dos últimos bancos do Centro Espírita. Em suas mãos um livro que o faz ficar concentrado na leitura e não percebe a chegada de Margot.

- Seu Eusébio? – Chama Margot.

- Oh minha filha. Desculpe não ter percebido você chegando. Estava lendo um pouco enquanto aguardava por vocês.

- Desculpe a demora. Foi difícil conseguir um carro para chegar até aqui.

- Pensei que minha sobrinha tivesse atrapalhado você. – Fala Eusébio com um sorriso na voz.

- Não senhor. Vitória é um pouco divertida demais, mas é um doce de pessoa.

- Tenho certeza, disso. Minha irmã a criou muito bem. Mas o que posso fazer por você.

- O senhor deve se lembrar do seu Paulo – Responde Margot mostrando Paulo que estava parado ao lado do portão de entrada do Centro. – Claro que lembro. É aquele senhor que veio com a filha.

- Ele mesmo. Me procurou hoje no escritório querendo tirar algumas dúvidas sobre o que fazer espiritualmente para ajudar ao neto. Mas, lhe confesso, não me sinto preparada para dar conselhos espirituais.

- Oh minha filha. Desde que tenhamos o amor em nossos corações, todo aconselhamento será válido. Mas não se preocupe, traga-o aqui para junto de nós. Assim poderemos conversar juntos e ajudá-lo da melhor forma possível.

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