49 - As dúvidas de Antonio

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- Que bom que você já está em casa. – Fala Antonio encontrando Andreia arrumando Davi na poltrona da sala, ao chegar do escritório no final do dia.

- Cheguei há pouco. Algum problema?

- Não, não. Problema algum. Só uma coisa meio estranha que aconteceu comigo no escritório hoje e queria falar com você.

- Pode esperar enquanto eu preparo o jantar do Davi? – Responde Andreia terminando de arrumar a almofada do sofá que acabara de pegar no sofá, por trás da cabeça de Davi.

- É exatamente sobre o nosso filho.

Andreia para e olha para Antonio.

- Não precisa se assustar não é nada de mal pra ele. Mas acho que precisamos conversar.

- Você quer conversar lá dentro? Posso pedir para o papai ficar um pouco com ele aqui na sala.

- Acho melhor. Eu te espero no quarto. – Fala Antonio e logo depois caminha em direção ao corredor do apartamento.

No quarto. Antonio coloca a pasta de couro preta sobre a mesa, tira o paletó e afrouxa a gravata, abrindo o colarinho da camisa branca, enquanto espera ansioso por Andreia.

- Pronto. O papai já está fazendo companhia para o Davi. – Fala Andreia logo após entrar no quarto e fechar a porta.

- Senta aqui junto comigo. – Diz Antonio enquanto se senta na beira da cama de casal.

- Antonio você está me assustando.

- Não é essa a minha intenção. É que, hoje, no escritório, eu recebi uma visita um pouco estranha.

- Estranha como?

- Lembra daquela senhora que conversei no hospital da última vez que o Davi precisou ser internado?

- Aquela que você foi atrás e disse que havia sumido?

- Essa mesma!

- E o que ela foi fazer no escritório?

- Pois é... Eu nem sei dizer se ela realmente esteve lá.

- Agora eu não estou entendendo mais nada. Você não acabou de dizer que ela lhe visitou no escritório?

- Ninguém mais além de mim a viu no escritório.

- Como assim? Como ela conseguiu entrar no escritório sem que ninguém a visse?

- Eu não sei te dizer. A Clara, na recepção, não a viu... Ninguém percebeu ela saindo da minha sala... Perguntei até na recepção principal do prédio e, segundo eles, não existe o registro de nenhuma Antonia que teria ido ao escritório registrada na recepção.

- Antonia?

- Isso. É o nome que ela disse ser o dela.

- Não pode ter sido só um erro do pessoal da recepção do prédio?

- Por duas vezes, Andreia? Primeiro no hospital e agora no escritório? Não a viram entrar e nem sair? Logo antes dela deixar minha sala, ela mandou melhoras ao Davi e foi então que me lembrei que não havia dito o nome do nosso filho para ela naquele dia no hospital. Por isso que fui atrás dela lá e ela havia sumido. Hoje foi a mesma coisa. Logo após eu lembrar disse fui atrás dela e não estava no corredor, fui até a recepção perguntar por ela para Clara e ela me disse que ninguém havia entrado lá.

- Erros assim já devem ter acontecido antes e nunca lhe vi tão impressionado assim?

- É verdade. Já deve ter acontecido algumas vezes. Mas tem alguma coisa a mais nessa estória toda. Não sei se é o fato de ser a segunda vez com a mesma mulher ou o teor da conversa.

- Como assim?

- Nas duas vezes parecia que ela estava querendo me dizer alguma coisa. Como ser estivesse querendo me preparar para algo ou me fazer entender alguma mensagem.

- Antonio, acho que você está impressionado com as coisas que o papai anda falando conosco.

- Pode ser. Mas foi muito estranho.

- E o que você pretende fazer?

- Não sei. Realmente não sei o que eu devo fazer!

- Meninos, desculpem interromper, mas o jantar está servido. – Fala Paulo logo após bater na porta no quarto.

- Já estamos indo, papai. – Responde Andreia se levantando da cama. – Fique tranquilo, amor. Vamos, talvez a gente consiga pensar melhor depois de jantarmos. – Fala Andreia estendendo a mão para Antonio.

- Vamos sim.

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