59 - No Centro

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- Ainda bem que não chegamos atrasadas, mesmo com todas as paradas que insististes em fazer. – Fala Margot para Vitória enquanto cruzam o portão de entrada da Casa Espírita.

- Para com isso, nem foram tantas assim. – Responde Vitória guardando os sacos de compras na bolsa.

- Uma lanchonete, uma loja de conveniência, uma banca de revistas e até uma floricultura.

- Coisas básicas para uma mulher que precisa levar algumas coisinhas para sua casa à noite.

- Coisas básicas? Em uma floricultura? Eu cheguei a pensar que, na verdade, estavas querendo me atrasar para que eu não chegasse a tempo no trabalho.

- Que bom que vocês chegaram. – Fala Eusébio encontrando as duas enquanto eles entram no Centro.

- Oi tio. – Fala Vitória.

- Como vai querida? – Reponde Eusébio dando um beijo no rosto de Vitória. – Vocês podem vir comigo? Quero que conheçam um velho amigo.

- Claro.

Margot e Vitória acompanham Eusébio pela entrada do Centro passando e cumprimentando algumas pessoas que estão paradas conversando entre si enquanto aguardam o início do trabalho. Os três passam por um pequeno portão feito de madeira que separa a passarela da entrada do jardim com algumas árvores frutíferas que havia antes do salão principal. Na grama, os três caminham em direção à Luís que está parado perto de uma das árvores com a cabeça abaixada.

- Luís? – Fala Eusébio. – Essas são as meninas que lhe falei a pouco.

Luís se vira lentamente, levantando os olhos para olhar em direção aos três que chegam perto dele. Ao levantar os olhos, Margot o olha também e nesse momento uma forte luz brilha diante de Luís.

- E como devemos fazer? - Fala a pequena mulher que Luís vê diante de si, sentada ao lado de um ri. Ele olha mais atentamente para o rosto da mulher e sabe que é o rosto da moça que acabara de ser apresentado por Eusébio no Centro.

- Júlio? – Insiste a mulher.

- Desculpa. Fazer o quê? – Responde um rapaz que está por trás de Luís

.

- Você tá muito perdido, hoje? O que foi?

- Nada. – Responde Júlio, tentando pensar.

- Então te concentra. Como vamos fazer?

Luís observa a conversa a conversa dos dois jovens como se estivesse flutuando ao redor deles. Os trajes dos jovens não condizem com a época atual, nem tampouco o comportamento e as expressões usadas por eles.

- Eu não sei.

- Como não? Você que falou que iria me explicar. – Responde a jovem mulher dando uma risada.

- Carolina, acho que devemos retornar e ficar em algum lugar com mais pessoas. – Responde Júlio olhando à sua volta. – Não parece ter mais ninguém por aqui.

- E desde quando você tem medo de ficar sozinho aqui na beira do rio?

- Desde que eu tenho a sensação de que algo de muito errado vai acontecer.

- Lá vem você de novo com essas sensações. Já te disse que eu não gosto disso.

- Não é questão de gostar ou não. É só questão de nos prevenirmos. Vamos sair daqui. – Fala Júlio, estendendo a mão para a mulher.

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