12 - O Segundo Encontro

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Na sala da casa, Pedro está sentado no sofá em frente à TV que está ligada na novela. Mas seu pensamento está longe. Nas mãos ele segurando um copo de refrigerante vazio. Jorge entra na sala, vindo da cozinha e olha para o filho. Dá um sorriso e segue em direção a ele.

- Desse jeito só vai servir para aumentar a conta de luz no fim do mês.

- O que pai?

- Ficar com a TV ligada, mas nem prestar atenção, só serve para aumentar o consumo de energia rapaz e a luz tá cara. – Ri Jorge

- Desculpa. É que eu estava pensando longe.

- Percebi. Alguma coisa que eu possa te ajudar?

- Não sei pai. Nem sei mais o que pensar ou quem pode me ajudar? – Pedro responde colocando o copo em cima da toalhinha da mesa de centro da sala.

- É bom tirares daí. Tu sabes que tua mãe não gosta. Se bem que hoje, acho difícil ela reclamar alguma coisa errada tua.

- Por que o senhor tá falando isso?

- Ela acabou de me contar, filho. Ela tá arrasada. Ela acha que se tivesse feito alguma coisa, ou te contado aquela estória antes, teria evitado teu acidente.

- Mas pai eu falei pra ela que não tem por que ela se preocupar com isso. Tem um bando de doido espalhado pelo mundo. Como é que ela iria saber se aquele cara não era mais um doido desses?

- Eu sei, tu sabes, todo mundo sabe disso..., mas tu sabes, também, como tua mãe é. E ela vai ficar assim durante um tempo ainda.

- Tempo de quê?

- Tempo de saber que não dá para controlar tudo. Que muita coisa na vida a gente não tem como controlar.

- Ela lhe contou a estória do homem na casa da tia Conci?

- Contou sim.

- E o que o senhor acha que eu devo fazer?

- O que tu estás pensando em fazer?

- Não sei. O vô me falou da história da vovó, de como foi difícil para ele.

- É verdade. Tu ainda eras muito criança.

- Ele me disse. Mas aí é que está o problema, pai. Eu não tenho esse medo e nem esse compromisso que a vovó tinha com o catolicismo.

- Olha, pelo que eu sei de espiritismo, que por sinal é muito pouco, o fato de você frequentar ou estudar o espiritismo não vai lhe deixar menos ou mais católico. Pelo que eu lembro, eles têm uma filosofia bem interessante. É algo como: "Só faça aos outros o que gostarias que fizessem para você", não tenho certeza se é exatamente com essas palavras, mas acho que é isso que querem falar.

- O senhor acha então que eu devo procurar um centro espírita? É isso que o senhor está querendo me dizer?

- Eu estou querendo lhe dizer para você fazer o que você quiser fazer, filho. Seguir o seu coração. O seu desejo. Não se preocupe com o que eu ou sua mãe achamos ou deixamos de achar. A vida é sua. Nós só fizemos lhe preparar para que você a aproveitasse da melhor maneira possível, com cuidado e com respeito pelos outros. Você sempre foi um grande filho e eu tenho certeza de que não é o fato de você frequentar essa ou aquela religião que vai mudar o seu caráter.

Da porta da cozinha, Francisca, a mãe de Pedro, olha emocionada pai e filho conversando. Ela caminha até o sofá, senta-se, coloca a sua mão sobre a mão de Pedro e fala:

- Pode contar com a gente para o que você precisar filho. Tenha certeza de que a gente sempre vai estar ao seu lado.

Pedro abraçou o pai e se sentiu como há muito tempo não se sentia. Era como se um peso enorme saísse de seus ombros. Passou os braços ao redor dos ombros de seus pais e os abraçou emocionado, depois apertou as mãos de ambos e disse:

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