26 - Perfume de Rosas

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- Rosas? – Pergunta Hernan.

- Sim. Rosas. Não essas rosas de floricultura. O cheiro parecia ser daquelas rosas que tinham plantadas nos jardins das casas das nossas avós. – Responde Margot.

- Ainda por cima, rosas de época? – Brinca Vitória que estava sentada ao lado de Margot em um dos bancos do Centro Espírita.

- Vitória, eu não estou brincando. Juro por Deus que eu estou falando muito sério, Seu Hernan.

- Fique tranquila, minha filha. Eu acredito em você. Algumas vezes, os irmãos desencarnados de boa luz, quando se aproximam de nós, emitem esse perfume de rosas. Você não precisa se preocupar.

- E todos que estão por perto sentem esse perfume?

- Nem todos. Mas isso também não quer dizer que eles não sejam merecedores de perceber a presença dos irmãos. Só não estão tão abertos a senti-los naquele momento. – Hernan dá um largo sorriso, se levanta, arruma a calça e fala para as duas. - Agora me deem licença que vou ter que organizar o trabalho da casa. Fiquem com Deus.

- Obrigado. – Responde Margot para Hernan.

- Flores de época. Quem diria... – Brinca Vitória.

- Flores que lembrei existirem no jardim da casa da minha avó, Vitória. Deixa de ser implicante.

- Eu sei menina. Só estou tirando graça contigo. Relaxa.

No outro lado do Centro, Hernan recebe Paulo e Andreia, que estão entrando pelo corredor principal.

- Que bom vê-los novamente por aqui.

- Eu precisava voltar aqui. E gostaria muito de conversar com o senhor sobre algo que aconteceu em minha casa esta semana.

- Pai, por favor. Não foi por isso que viemos aqui, hoje.

- E nem eu estou dizendo que você veio por isso, filha. Mas preciso falar com ele para que me ajude a entender o que aconteceu. Não quero lhe forçar a entender ou aceitar nada. Mas preciso de algum esclarecimento.

- Fique tranquila, minha filha. – Fala Hernan. – Estamos aqui para ajudar. Não será nenhum incomodo escutar seu pai. Fique à vontade, vou conversar com ele no jardim, assim teremos um pouco mais de privacidade.

Hernan abre um velho portão de madeira que separa o corredor do Jardim.

- Venha comigo. Aqui poderemos falar melhor. – Fala apontando para o Jardim. Ele e Paulo caminham para o Jardim, em direção à árvore de sapoti que fica no meio do gramado, enquanto Paulo começa a contar o que aconteceu no apartamento.

Andreia fica olhando para o Centro, se sentindo um pouco deslocada, com seus braços cruzados e sem saber exatamente onde se sentar.

- Você pode escolher qualquer um dos espaços livres nos bancos. Aqui não existem lugares marcados. – Fala Pedro que acabara de entrar no Centro.

- Obrigado Responde Andreia sem saber exatamente o que falar, ao se recompor do susto.

- Me desculpe. Não tive a intenção de lhe assustar.

- Não. Não se preocupe.

- Primeira vez no Centro?

- Na verdade é minha segunda vez. Acho que é por isso que ainda estou um pouco nervosa.

- Normal. Até hoje, às vezes, fico um pouco nervoso quando entro aqui.

- Você frequenta há muito tempo?

- Há alguns meses. Mas ainda estou começando a trabalhar. Acho que por isso é que fico nervoso.

- Trabalha aqui? Recebendo as pessoas?

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