17 - O Dia Seguinte

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No hall da empresa em que Margot trabalha, a porta do elevador se abre e, junto com algumas pessoas, sai Margot apressada dele em direção à sua sala.

- Que loucura ontem, hein. Nunca pensei que fosse presenciar algo como aquilo. – Fala Vitória que vendo a amiga, corre ao seu encontro. – Quer dizer, é óbvio que eu já havia visto coisa assim acontecerem, mas... Nossa! Foi incrível. Quando te disse que você precisava ir até o Centro comigo, sabia que poderia te ajudar como o que estavas passando. Mas aquilo foi fantástico.

- Esquece o que aconteceu, por favor. – Pede Margot sussurrando enquanto empurra Vitória pelos ombros para a parede do corredor da empresa, como se quisesse esconder dos outros colegas de trabalho o que aconteceu na noite anterior.

- Como esquecer? Você quer que eu finja que nada daquilo aconteceu ontem? – Se assusta Vitória, sem conseguir entender o pedido da amiga.

- Eu sinceramente não consigo prosseguir com aquilo. Eu não consigo. – Sussurra Margot.

- Calma, Margozinha. As coisas não são exatamente assim.

- São assim, sim. Eu posso escolher. Eu tenho o direito de decidir se quero prosseguir ou não com aquilo e já me decidi. – Margot sai andando em direção à sua sala, deixando Vitória atônita no meio do corredor da empresa.

Ao entrar na sala. Margot fecha a porta e se encosta contra ela para que nada em ninguém possa entrar na sala. Seus olhos se fecham e as lembranças da noite no Centro volta à sua mente.

- Eu espero que você esteja bem. – Fala uma senhora que está sentada em frente à mesa de Margot.

Margot se assusta e rapidamente tenta se recompor para atender a senhora.

- Desculpe. Não sabia que tinha alguém aqui já me esperando. Eu estou bem sim. Nada grave. – Responde Margot enquanto caminha para a sua mesa.

- É. Sabemos disso. – Responde a senhora.

Margot se senta em sua mesa olhando para a senhora com quem está conversando. Olha atentamente e reconhece nela o rosto de Joana, que havia encontrado no ônibus.

- A primeira vez nunca é fácil. Mas fico feliz que tenha acontecido de uma forma tão bonita. – Fala Joana.

- Meu Deus! Quer dizer que eu não estava louca, então? – Balbucia Margot em misto do alívio e surpresa.

- Louca? Quando? Quando nos encontramos no ônibus? – Pergunta Joana. – Imagine minha filha. Se fossem considerados loucos todos aqueles com quem conversamos, não haveria Casa de Descanso suficiente em toda o planeta. – Brinca Joana. - Se bem que por um período isso realmente chegou a acontecer.

- Desculpe se pareço incrédula, mas é que está sendo um momento muito complicado para mim.

- Sabemos exatamente o que você está passando, querida. E por isso mesmo que eu tive autorização para vir até você para lhe prestar auxílio.

- Mas eu não preciso de auxílio. Só preciso que isso tudo pare. Somente isso. – Pede Margot.

- Isso tudo o quê?

- As visões, os sonhos, as vozes... Todas essas coisas que começaram a acontecer desde que a senhora apareceu pra mim.

- As "coisas" não começaram a acontecer quando eu lhe encontrei pela primeira vez e você sabe bem disso. Na verdade, já estavam acontecendo e eu só fiz lhe direcionar para o caminho em que você poderia receber ajuda.

- Mas a ajuda que eu preciso não apareceu para mim.

- Como não filha. Você conheceu um lugar lindo onde começou a receber os ensinamentos que irão fazer com que você possa desenvolver a sua mediunidade com toda tranquilidade.

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