23 - Marta

536 53 3
                                    

- Ok. E o que eu devo fazer agora? Como eu devo agir em relação a ti? – Pergunta Vitória para Margot que acaba de se sentar em sua mesa. Ela tira de dentro da bolsa uma pequena escova de cabelo e começa a se pentear.

- Como assim? Não entendi tua pergunta? – Responde Margot.

- Ah Margot. Sei lá. Uma coisa é saber que existe vida após a morte, que existe reencarnação, que os espíritos estão perto de nós, mas outra é saber que sua amiga é médium e que a qualquer momento pode incorporar do teu lado.

- Quem te disse isso, Vitória? Não foi nada disse que explicaram no Centro.

Alfredo chega perto da mesa de Margot e coloca dois envelopes grandes sobre ela.

- Olha quem chegou cedo, hoje. – Brinca Alfredo olhando para Vitória.

- Eu sempre chego cedo, Alfredo. Normalmente, bem mais cedo do que você. – Responde Vitória.

- Sempre é bom ver uma mulher bonita no início do dia. – Fala Alfredo passando a mão pelos cabelos de Vitória.

- Não começa com essas palhaçadas, não. – Fala Vitória tirando a mão do Alfredo dos cabelos dela. – Sabes muito bem que não gosto dessas intimidades.

- Isso é só um carinho para ti, minha loira. – Fala Alfredo depois de jogar um beijinho pra Vitória. - Ah, Margot. Seu Mário pediu pra você dar uma passada lá com ele assim que chegasse.

- Ele já está chegou? – Pergunta Margot preocupada.

- O homem chegou cedo, minha filha. – Responde Alfredo enquanto sai da sala. – E parece que não dormiu muito bem, não. – Antes de fechar a porta, Alfredo fala para Vitória. – Beijão para ti, minha loira.

- Eu não sou tua loira! – Responde Vitória jogando uma borracha que estava sobre a mesa de Margot na direção de Alfredo que fecha a porta dando uma gostosa risada.

- Meu Deus! O que eu fiz para merecer isso? – Exclama Vitória. – Tu bem que podia me ajudar, né?

- Me tira dessa, Vitória. Eu não sou vidente. Na verdade, eu nem sei exatamente o que sou, ou vou ser... ah, sei lá. Tu entendeste o que eu quis dizer.

- Sei sim. Acabastes de dizer que não vais me ajudar, só isso.

- Sem dramas Vitória. Minha vida já está confusa demais. Tu sabes disso, amiga.

- Eu sei, sim. A última coisa que eu quero ter que me preocupar, agora, é com o chato do Alfredo.

- O Alfredo não é chato, não. E falando em preocupação, é melhor eu ir logo com o Dr. Mário. – Fala Margot se levantando da mesa enquanto pega um bloco de anotações e uma caneta.

- Como assim, não é chato?

- O que parece é que tens um medo absurdo de ter qualquer coisa com ele. Nunca vi ninguém evitar um cara, como evitas a ele.

- Não acredito que estás defendendo uma impossível relação minha com o Alfredo! Me recuso a discutir isso contigo. Não deves estar raciocinando direito. Esquece. Te arruma e vai logo lá com o Dr. Mário, amiga. Boa sorte. – Fala Vitória fazendo um gesto de figa com a mão direito.

- Credo, Margot, é só uma reunião. Também não é para tanto.

- Sempre é bom.

No escritório, Mário está sentado enquanto procura algo no computador. Sobre a mesa algumas pastas abertas com processos de clientes. Acima de todas a pasta com o processo de Davi.

Margot abre um pouco a porta do escritório de Mário e fala:

- O senhor quer falar comigo, seu Mário?

Médiuns (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora