78 - A Carta e o Jantar

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- Sabe que ainda estou impressionada com o que aconteceu naquele trabalho no Centro. – Fala Vitória para Margot. – Quem era que estava incorporada em ti? Não me disseste até agora.

- Eu não tenho certeza. Me parecia ser uma senhora. – Responde Margot. – Posso até estar um pouco louco, mas me parecia ser aquela senhora que aparecia pra mim. Lembra que te falei da senhora que apareceu no ônibus a primeira vez?

- Sim, sim.

- Então. Acho que era ela.

- E onde é a farra, hoje? – Pergunta Alfredo chegando na sala do escritório onde Margot e Vitória estão conversando.

- Bem... Eu vou pra minha casa. – Responde Margot. – Quanto a vocês dois...

Vitória olha para Alfredo com uma cara de leve desprezo, vira o rosto de volta pra Margot, dá um leve sorriso e fala:

- Uma conversa no barzinho da esquina. É a chance que eu vou te dar. – Fala Vitória, apontando para Alfredo.

- Opa! É só o que eu preciso! – Fala Alfredo. – Vou arrumar minha mesa pra gente já ir. – E sai correndo em direção à sala para arrumar a mesa.

Margot fica olhando rindo para Vitória.

- Ah vai... Tu mesma falaste que ele até que era bonitinho. Vai que engate, né? – fala Vitória que pega sua bolsa e vai encontrar com Alfredo.

Margot pega sua bolsa e caminha até o elevador. Ao sair do prédio começa a caminhar pela calçada em direção à parada de ônibus.

- Posso falar com você? – Pergunta Paulo se aproximando de Margot.

- Seu Paulo! Como o senhor está? Como está o Davi. – Pergunta Margot feliz com o encontro.

- Estamos bem, minha. Essas últimas semanas foram fantásticas. Davi está redescobrindo tudo o que deixou de fazer todos esses meses. E nós temos de volta a felicidade em nossas vidas. Mas devo lhe dizer que não é fácil perdoar àquele que nos causou tanta dor, tanto sofrimento.

- Eu entendo. Mas pense na felicidade de ter seu neto novamente são e tão feliz.

- Por isso mesmo que eu gostaria de poder ajudar de alguma forma. Recompensar toda a ajuda que deram para Davi.

- Ver a alegria nos seus olhos já é a melhor recompensa que o senhor pode me dar. Eu passo seu agradecimento a todos do centro.

- E o rapaz? Você tem encontrado com ele?

- Ah! Foi até bom o senhor ter perguntado por ele. - Fala Margot procurando algo em sua bolsa. – Nos encontramos no trabalho do Centro há uns dois dias e ele me entregou um envelope com uma carta para que eu entregue para o senhor. Aqui está. – Diz Margot, entregando o envelope fechado para Paulo.

- Uma carta?

- Sim. Foi o que ele me disse.

- Mas você sabe do que se trata?

- Não faço ideia. Desculpa, sou só a mensageira. – Brinca Margot.

- Agradeça a ele por mim. E muito obrigado por tudo mais uma vez. Todo o agradecimento que puder lhe dar será muito pouco diante do que todos vocês fizeram para minha família!

- Imagine. – Fala Margot que se despede de Paulo e depois corre para a parada para pegar seu ônibus que estava chegando.

- Filha! Você está em casa? – Pergunta Paulo entrando no apartamento.

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