60 - A Apresentação

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- Meu Deus! Já são sete e meia da noite! – Fala Pedro ao olhar no relógio, logo após acordar assustado na cama onde havia deitado após chegar do trabalho. – Mãe? Por que a senhora não me chamou? – Gritou ele, já correndo para o banheiro, para jogar uma água no rosto e tentar se recompor para chegar a tempo do trabalho na casa espírita.

- Chamou para que, menino? – Responde Francisca enquanto assiste a novela sentada no sofá da sala., com um pedaço de bolacha na mão.

- Nada, nada. Deixa! – Responde Pedro para a mãe. – Agora não adianta mais, mesmo. – Fala Pedro para si mesmo, enquanto enche as mãos com mais água para lavar o rosto diante do espelho do banheiro.

Na casa de Davi, Paulo, Andreia e Antonio, colocam o menino sentado na cadeira de rodas e afivelam tiras de segurança para evitar que ele caia durante o caminho até o carro.

- Vocês têm certeza de que não vão precisar da minha ajuda pra tirar o Davizinho quando chegarem nesse Centro? – Pergunta Rosilda, enquanto arruma o cabelo de Davi.

- Não precisa se preocupar, Rosilda. – Responde Andreia se levantando da frente da cadeira de rodas e arrumando os cabelos que caiam pela frente do rosto. – O Davi não vai dar trabalho algum quando chegar lá.

- Não é trabalho, Dona Andreia, é um prazer. E era só pra poder ajudar meu menino, mesmo!

- Tenho certeza disso, Rosilda.

- Bem... Vamos embora que a gente já está em cima da hora e é bom que cheguemos logo para que não tenhamos problema algum com horários. – Fala Antonio ao pegar as chaves do carro e caminhar junto com a esposa, o sogro e a filha em direção à porta do apartamento.

- Mãe! Eu já vou. – Grita Pedro descendo correndo as escadas em direção a porta da rua, enquanto termina de fechar a primeira camisa que pegou no armário no quarto enquanto tentava secar os cabelos com a toalha de banho que estava secando no cabide do banheiro.

- Menino... Pelo amor de Deus! – Reclama Francisca se assustando ao ouvir o filho gritando pela escada. – Desse jeito tu vais acabar me matando.

- Tchau, Dona Francisca. Beijos! – Fala Pedro fechando a porta da rua.

- Pra onde esse menino foi? – Pergunta Jorge, saindo da cozinha descascando uma banana.

- Deve ter ido para aquele Centro, né? – Responde Francisca. Arrumando o vestido para continuar sentada no sofá, assistindo à novela. – Mas... Daqui a pouco a gente vai jantar e aí tu não vais gostar de nada do que eu te servir, Jorge! – Reclama Francisca ao perceber Jorge comendo a banana.

- Eu sempre vou gostar do que você me servir, amor. – Responde, Jorge, sorrindo.

Na frente do Centro, o carro cinza chumbo com Davi, os pais e o avô, passa devagar procurando um local para estacionar.

- Estaciona aqui que eu vou descer para preparar o Davi para colocar na cadeira. – Fala Andreia soltando o cinto de segurança na porta do Centro.

- Eu fico segurando o Davi, enquanto você o solta, minha filha.

- Eu vou tirar a cadeira de rodas do porta-malas e já levo aí pro lado da porta. – Completa Antonio.

- Vai lá, amor.

Antonio desce do carro enquanto caminha em direção ao porta-malas do carro olha para o muro do Centro e para as pessoas que estão nele. As pessoas entram tranquilamente no Centro, a maior parte se cumprimenta na entrada como velhos amigos que se encontram depois de alguns dias sem se ver. Outros entram calados, silenciosos, quase como se não quisessem chamar a atenção por estarem ali.

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