20 - A Visita ao Centro

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Já era noite de sexta e as pessoas estavam começando a chegar ao Centro Espírita. Hernan e Eusébio estavam conversando próximos à mesa principal. Margot, ainda tímida, entra acompanhada de Vitória, que incomodada com a postura de Margot, não se preocupa em perguntar à amiga:

- Não sei por que toda essa tua timidez, aqui dentro.

- Eu também não sei dizer o porquê. Acho que me sinto intimidada por não conhecer direito o trabalho, não saber exatamente o que devo fazer.

- De novo, Margot? O tio Eusébio já não te disse que não precisas te preocupar? Tudo aparecerá como tem de ser, na hora em que tem que ser.

- Eu sei. Lembro bem disso. Mas ainda me incomoda muito.

- Bobagem. Vamos sentar, aqui. – Fala Vitória apontado para um dos bancos perto da entrada do salão.

Ao vê-las sentando-se, Eusébio convida Hernan para irem, juntos, ao encontro das duas.

- Boa noite, meninas. Que bom vê-la novamente por aqui, filha. – Fala Eusébio cumprimentando Margot.

- Eu não poderia deixar de voltar. – Responde Margot um pouco apreensiva.

- Mas, mesmo tímida, a curiosidade é maior, né? – Brinca Vitória enquanto dá uma cutucada em Margot.

- Não precisa ficar tímida aqui. – Fala Heitor para Margot. – Todos nós estamos aqui para aprender. Uns podem até saber um pouco mais. Mas sempre precisamos aprender.

- Não sei dizer se é exatamente timidez o que sinto quando entro aqui no Centro. Talvez seja mais uma intimidação.

- Mas fica intimidada por qual motivo? – Pergunta Eusébio.

- Eu me sinto pequena diante de tudo o que acontece aqui.

- Posso lhe dar uma sugestão? – Pergunta Hernan.

- Claro que pode.

- Pergunte ao irmão durante o trabalho o motivo desse sentimento. A caravana espiritual vai poder lhe responder com muito mais propriedade do que qualquer um de nós e quem sabe não vai lhe ajudar muito mais do que você mesma poderia imaginar.

- Tem razão. Obrigado pela ajuda.

- Não precisa agradecer por nada do que fazemos nesse Centro, filha. – Fala Eusébio. - Quem realiza o trabalho são os irmãos da Caravana Espiritual, somos somente as ferramentas para que eles possam realizar os trabalhos.

- E tirar dúvidas faz parte desse trabalho. – Completa Hernan, brincando.

Paulo e Andreia entram junto com algumas outras pessoas que passam ao lado da pequena livraria que fica no corredor da entrada. Quando chegam próximos ao salão ficam param e Andreia olha para tudo o que está acontecendo enquanto o trabalho não começa.

- Não precisa se preocupar com nada, filha. – Fala Paulo. – Não vai acontecer nada de estranho.

- Ai pai... Não sei se eu deveria ter vindo.

- Mas porque não aproveita que já está aqui e nos diz como podemos lhe ajudar? – Samir chega por entre pai e filha.

- Desculpe, o senhor trabalha aqui no Centro? – Pergunta Paulo.

- Todos estamos aqui para ajudar e sermos ajudados. Mesmo que alguns de nós ainda duvidemos disso. Venham comigo, vamos aqui ao jardim, poderemos conversar com mais tranquilidade antes do trabalho começar.

Samir conduz pai e filha em direção à um pequeno jardim, com algumas árvores frutíferas e pequenas plantas espelhadas por um gramado, típico de casa interiorana. Enquanto caminham Andreia fica atenta ao rosto de cada um dos que estão entrando no Centro.

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