EPÍLOGO

297 37 12
                                    

LUCAS

- Filho, há quem diga que o amor é inconstante, que um dia se ama e no outro esse sentimento pode não mais existir

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Filho, há quem diga que o amor é inconstante, que um dia se ama e no outro esse sentimento pode não mais existir. Não acredite nessas pessoas, pois se realmente aquilo for amor, não haverá nenhuma inconstância. Lucas, tem homens que garantem que nunca fariam loucuras por um amor, até conhecer aquela pessoa. Quando eu digo que é aquela pessoa, não é qualquer pessoa. Pode não ser a primeira pessoa que você beija, mas é a última. Pode até mesmo não ser a primeira pessoa que ouve o seu eu te amo, mas deverá ser a última. O amor é paciente, é bondoso, é generoso e não cobra nada em troca. Você cuidará do seu amor, caminhará lado a lado, escrevendo juntos a história que marcará o seu livro, meu filho. Quando você conhecer o seu amor, saberá que desde o primeiro suspiro ela foi sua, e você foi dela. Saberá ainda que toda teoria pode ser refutada, que toda tese pode ser contestada, mas que o amor verdadeiro, ah Lucas... o amor verdadeiro não pode ser desfeito. O amor não se transforma de hora em hora, e não teme o tempo, o amor é eterno e dominante, é feito de ternura e só precisa de um instante, um único instante meu menino, e o seu amor viverá pela eternidade.

- E se esse amor nunca me acontecer, meu pai?

Meu pai sorriu, como se a pergunta fosse uma verdadeira piada. Não compreendi o seu gesto, mas fiquei parado, ainda sentado no último degrau da escada, enquanto ele regava o jardim naquele fim de tarde.

- Você é um Varez, Lucas. Não há como o amor não acontecer.

O amor aconteceu. Aquela pessoa chegou, e trouxe consigo o maior presente que eu poderia receber. A conversa que eu e o meu pai tivemos, tantos anos atrás, quando eu tinha apenas quinze anos e ansiava pelo momento que viveria esse amor, latejava na minha mente, enquanto eu tentava fazer as minhas mãos obedecerem e conseguirem dar o nó na gravata.

- Essa tremedeira é normal, Lucas. Agora pouco eu fui ver a Rebecca e ela estava tremendo tanto, que a sua mãe precisou entregar um livro da família para ela distrair um pouco. - Marcos disse, se aproximando de mim e me ajudando a amarrar a gravata.

- Eu esperei por esse dia a minha vida inteira. - Tentei responder uma pergunta que nunca tinha sido feita, mas o psicólogo compreendia que aquela frase era mais para mim.

- Sonhos podem se tornar realidade. E eu estou muito feliz de poder fazer parte do sonho de vocês e sendo o padrinho. Então não torne a minha tarefa de padrinho muito difícil e me diga onde está as alianças? Ou eu terei que procurar nessa fazenda gigantesca?

Comecei a rir, talvez de nervoso. Puxei do bolso um pacotinho e coloquei na mão do psicólogo que estava fazendo um drama nessa altura. - A minha aliança foi usada por meu avô. Já a aliança da Rebecca eu mandei fazer especialmente para esse dia. Contarei essa história através dos meus votos no casamento.

- Agora fiquei ansioso. Que história leva uma aliança dessa? - Ele perguntou, levantando o pequeno anel de ouro antigo, com desenhos ao redor gravados e uma ametista escura no centro.

1. Curando Feridas ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora