Posso afirmar: aquele foi o dia mais feliz da minha vida. Relembramos, sentados no banco do jardim, todos os lindos momentos em que vivemos juntos. O dia em que nos conhecemos em uma praça, ambos tristes com os corações partidos; o dia em que ele, notoriamente tímido, pediu-me em namoro para os meus pais que o olharam com os olhos brilhando reconhecendo que ele era, de fato, a pessoa essencial para mim; o dia do nosso casamento, marcado para sempre em nossas vidas; os nossos lindos filhos, todos casados e felizes, e o nascimento de nossos netos, nossa razão de viver.
Nem percebemos o tempo passar. A noite sorria e brilhava para a gente. Ele colocou a nossa música de casamento para dançarmos. Dançamos divinamente. Parecia que tudo aquilo era a primeira vez. A primeira vez que dançávamos. A primeira vez que nos beijávamos. Choramos juntos e nossas lágrimas se uniram, e esta mescla tinha o sabor da paixão. Tudo ainda estava vivo dentro de nós, principalmente o amor, que nunca se excedeu entre nossas almas.
Ele estava a apreciar as fotos de nossa família, que estavam alinhadas em nossa estante. Foi quando ele me disse, com o semblante aflito e doloroso:
- Está na hora de eu partir, amor.
Franzi meu sobrolho, e disse:
- Partir? Mas para onde, meu amor? Você acabou de chegar.
Ele olhou dispersivamente para os retratos, e disse:
- Para não muito longe.
Senti-me amotinada. Por que resolvia partir novamente?
De repente ele me pediu mais biscoitos e então fui pega-los. Ao voltar à sala de estar, vi apenas a cadeira vazia, sem ele. Ela ainda estava oscilando e um perfume extasiante de rosas se emanava por toda a casa. Os biscoitos e o café, que eu havia trazido ainda na primeira vez, estranhamente ainda se encontravam lá, no mesmo lugar. Tomei um gole do café e ele estava demasiadamente frio. "Que estranho! Ele tomou o café e comeu todo os biscoitos", disse eu. "Meu amor! Onde está você?".
Foi quando o telefone tocou, e eu corri para atendê-lo. Ao atender, recebi a arrepiante notícia de que o avião do meu amor, minha razão por continuar viva, havia caído.
Fim
Autoria: Jim Patrik
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ESPECTROFOBIA (Contos de Terror)
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