Capítulo 3

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O smartphone de Hilary tocou irritante pela manhã, avisando que já era hora de levantar. Eu estava começando a me arrepender desse curso, de verdade.

— Bom dia. — Ela passou por mim, caminhando até o pequeno banheiro que havia em nosso quarto.

— Hum. — Me espreguicei. — Bom dia. — Coloquei outro travesseiro em cima da minha cabeça. Eu não queria estudar, eu estava de férias!

Hilary fez suas higienes matinais, se vestiu e me esperou para que descêssemos até o refeitório. Meu sono era intenso! Bocejei no mínimo quatro vezes enquanto descíamos as escadas, andando por um bom tempo até chegarmos no refeitório.

— Você dormiu bem? — Hilary puxou assunto.

— Como uma pedra. Eu gostaria de dormir até meio-dia mas preciso fazer esse curso. — Não fiquei tão feliz em acordar às sete da manhã.

— Idem. — Entramos em uma fila. — Vai piorar quando você estiver na décima aula, ou então, fazendo atividade extra para compensar nota.

Eu realmente estava começando a me arrepender.

— Gatinha nova no pedaço.

O garoto loiro de olhos azuis me cantou, como um tremendo babaca. Tinha uma bandeja nas mãos e jogou beijo para mim, acompanhado de mais dois babacas. Hilary revirou os olhos, assim como eu.

— Cara, eu odeio macho. Meu Deus! — Pegou uma bandeja. — Esses babacas acham que tem direito de fazer alguma coisa com a gente.

— São moleques, não precisa dizer muita coisa. — Respondi, pegando uma bandeja.

Procuramos uma mesa naquela imensidão quando tínhamos a nossa bandeja pronta, Hilary me ajudou e então, sentamos para tomar o nosso café. Ainda deu tempo de fofocar mais um pouquinho, até irmos para as aulas.

Me despedi da mesma, que foi em outra direção, me deixando sozinha para explorar o espaço onde eu estava. Era como um primeiro dia de aula, depois de um longo tempo sem estudar. Li as folhas que estavam coladas na parede, tentando procurar a minha sala que ficava, aparentemente, bem longe da onde eu estava procurando.

Agradeci mentalmente quando li Marketing Empresarial em uma placa cinza, indicando a sala para onde eu deveria entrar. Me acomodei na penúltima carteira da segunda fileira, deixando meu caderno e um estojo fino em cima da mesa, esperando pelo professor. Meu Deus, que sono!

O sinal havia batido e então, todos em seus respectivos lugares. Deitei minha cabeça na mesa, em cima das minhas mãos, esperando pelo raio do professor que ainda não havia chegado.

— Provavelmente deve ser um velho chato e caquético como o da Hilary. — Falei comigo mesma, nem me dando conta que estava parecendo uma maluca falando sozinha.

O cheiro másculo adentrou a sala de uma maneira inexplicável. E então, um homem alto, moreno, forte e sorridente entrou.

QUEM

ERA

ELE?

Levantei minha cabeça em câmera lenta, boquiaberta com o Deus Grego que estava dentro daquela sala. O cabelo preto impecável, totalmente liso. Os olhos castanhos, os lábios carnudos e os músculos saltitantes. Ele era... Perfeito.

Aquele cara jamais poderia ser o meu professor. Jamais!

— Bom dia, turma. — Além de lindo era simpático.

Deixou o seu material em cima da mesa, focando em ficar de pé e se apresentar.

— Eu me chamo Micael Borges, sou o professor de Marketing Empresarial de vocês. — Andou de um lado para o outro. — Antes da gente começar, eu gostaria de parabenizar cada um que está aqui hoje, é muito difícil passar nessa categoria, ainda mais por um jornal tão eficiente como o New York Times.

Meu Professor - Coast Onde histórias criam vida. Descubra agora