— Soph, você acha que a minha mãe vai morrer?Harrison tinha me perguntado pela quarta vez se Paola iria morrer. Estava com um pouco de medo, assustado por ver sua mãe sair de ambulância.
— Não, Harrison. Sua mãe não vai morrer! — Terminei de esquentar o chocolate de Harrison, colocando em uma xícara. — Você sabe o que a sua mãe teve?
— Não.
— Uma queda de pressão. — Expliquei.
— Uma queda de pressão? — Ele arqueou uma sobrancelha, não entendendo.
— Geralmente as pessoas passam mal por conta do calor, ou porque não se alimentam. São vários fatores! — Entreguei a xícara à ele. — Sua mãe pode ter tido um desses fatores.
— Então ela não vai morrer? — Rolou os olhos para mim.
— Cheguei.
Micael passou pela porta, deixou a chave do carro em cima da mesinha de centro.
— Sua mãe já está em casa, Harrison. O médico deu alta! — Nos observou.
— Ela não vem me buscar? — Harrison entristeceu, colocando a xícara em cima da mesa.
— Está tarde, filho. Sua mãe está descansando, ordens médicas. — Me encarou. — Como foi por aqui?
— Harrison estava com medo mas eu expliquei à ele. — Sorri para o garoto, que buscou novamente a sua xícara, indo agora, até o sofá. — Paola não vai morrer. — Engoli seco.
Micael viu Harrison beber o seu chocolate em silêncio, depois, sair do sofá e colocar a xícara na pia. Bocejou por sono, saindo em direção ao quarto de hóspedes.
Quando tudo se acalmou, me deitei novamente na cama, esperando por Micael. Ele tomou outro banho, vindo até mim com um pijama confortável.
— O que ela tinha? — Perguntei.
— Ela disse que vem desmaiando constantemente. — Ficou sério. — O marido estava na porta do hospital.
— Eu sempre me esqueço que ela tem esse tal marido. — Blefei. — E então? O que mais aconteceu?
— O médico disse para ela ficar de repouso, se alimentar bem. Eu escutei só isso, o resto não me contaram.
— Por que não te contaram?
— O médico proibiu a entrada. Só fiquei sabendo disso! — Rendeu as mãos. — Mas fico bem em saber que ela está se recuperando.
— Harrison ficou bem preocupado. — Sorri leve. — Ele fazia cada pergunta que meu Deus. — Me lembrei.
— Harrison é bem companheiro da mãe. — Micael ficou pensativo. — Que bom que tudo terminou bem, não é mesmo?
— Sim. — Dei um beijo terno em seus lábios.
Micael se aninhou comigo, e assim, caímos em sono.
Estava em um sono gostoso, mas acordei com dedinhos impacientes bem leves passeando pelo meu rosto. Abri os olhos enquanto sorria, vendo Harrison deitado no lugar de Micael, me fazendo carinho.
— Bom dia, Soph. O sol já nasceu! Tem araras lá fora. — Sua voz doce me fez sorrir mais ainda.
— Bom dia, Harrison. — Achei graça, me espreguiçando. — Você dormiu bem?
— Dormi. Eu falei com a minha mãe hoje de manhã, ela está bem mesmo. — Quis me contar o que havia acontecido. — E você? Dormiu bem?
— Feito uma pedra. — Me sentei na cama, ainda espreguiçando.
— Meu pai foi na padaria. E eu fiquei assistindo Gumball repetido de novo! — Protestou. — Você precisa fazer alguma coisa, Soph.
— O que eu posso fazer? — Achei graça. — Você precisa ver a grade de programação, Harrison.
Me levantei, indo até a suíte. Fiz minha higiene matinal, tomei um banho, troquei o absorvente e vesti a roupa para ir ao campus. Micael ainda não tinha chegado, o que me fez estranhar.
Adiantei o processo do café da manhã, fazendo ovos com bacon para Harrison, que ficou vidrado em algum desenho na TV. Me sentei com ele para tomar café, sem os pães, já que Micael ainda não havia chegado.
Meu celular vibrou em cima da mesa, tirando minha atenção do silêncio. Um número desconhecido.
— É o meu pai? — Harrison perguntou sem tirar os olhos da TV.
— Não sei. — Atendi a chamada. — Alô?
— Bom dia! Esse telefone é o de Sophia Abrahão?
— Sim, sou eu mesma. — Fiquei preocupada.
— Olá, Sophia! Tudo bem? Aqui é do colégio MLB! Estamos te ligando referente a prova.
— Prova? — Franzi meu cenho. — Que prova?
— Você realizou uma prova, três semanas antes. Estamos te ligando para dizer que você passou! A vaga é sua!
AI MEU DEUS! MICAEL BORGES!
— An... An... É. — Cocei minha cabeça. — Eu posso retornar para você depois? — Mordi a ponta dos dedos.
— Claro! Pode retornar nesse mesmo número. Tudo bem?
— Certo! Eu vou retornar sim. Obrigada!
Desliguei a ligação e respirei fundo. Harrison não estava acompanhando meu pequeno surto.
Eu não havia feito prova nenhuma!— Bom dia!
Micael passou pela porta. Tinha os pães em sua mão, sorrindo para mim.
— Precisamos conversar.
— O que aconteceu?
— Que história é essa de vaga no colégio MLB?
Micael soltou um riso, satisfeito. Deixou os pães em cima da mesa.
— Você vai estudar lá!
— Que história é essa, Micael?
— Eu forjei sua entrada no colégio para você não ir embora de Malibu. — Contou. — Agora você vai estar aqui, comigo! E não adianta dizer que não quer, porque eu sei que você quer.
Minha cabeça passou um turbilhão de coisas ao mesmo tempo. Eu não sabia de mais nada!
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Meu Professor - Coast
RomanceDurante as férias de verão, Sophia ganha um curso promocional na Califórnia. Mas ela não esperava se apaixonar pelo o seu professor, treze anos mais velho, moreno e de olhos castanhos.