O dia começou bastante agitado para mim. Depois de carregar as energias, Micael e eu tomamos café, onde ele me levou para o colégio, de carro.Estranhei pois não vi Harry na entrada e nem durante as aulas. Havia faltado, sem dar nenhuma notícia.
Mais tarde, fui para o meu segundo tempo, colocando meu uniforme de marinheira e indo até o Ahoy. E lá estava ele, não muito bem...
— Oi. — Deixei minha mochila no armário do fundo. — Por que faltou hoje?
— Você deu falta de mim? — Harry varria o chão.
— Lógico. — Lavei minhas mãos e busquei um pano com balde. — Aconteceu alguma coisa?
— Olha, eu não deveria ter te mandado aquelas rosas. — Me encarou. — Muito menos aquele cartão idiota!
Fiquei em silêncio.
— Harrison está bem. — Troquei de assunto bruscamente. — Vão desligar os aparelhos de Paola.
— A mãe do garoto? — Assenti. — Que merda.
— É. — Fiquei um pouco pensativa. — Minha vida vai mudar completamente, Harry. — Passei pano no chão.
— Vai mudar porque você quer. — Foi sincero.
— Como assim?
— Vejamos. — Ele fez sua pausa drástica. — Você tem um emprego agora, pode muito bem juntar uma grana e morar sozinha. Não precisa se separar do seu namorado velho de sessenta anos. — Rolou os olhos. — Liberdade é muito melhor!
— Você fala como se fosse fácil, não é mesmo? — Achei graça. — Micael nunca me deixaria sair da casa dele. Primeiro que iríamos brigar, segundo que... Nada a ver.
— Então você vai se sujeitar a isso?
— Isso o que, Harry?
— Ser mãe do garoto. — Fez aspas com os dedos. — Por isso sua vida vai mudar completamente. Começando por esse primeiro detalhe.
— Não vou ser mãe dele. — Tentei me justificar. — Só preciso dar o suporte feminino que o Harrison precisa, ainda mais em casa. Com Micael trabalhando, ele vai ficar um pouco sozinho.
— Babás.
— Harry, não. — Havia me irritado. — Qual é a sua, hein? — Larguei o pano de chão e balde, o encarando.
Me escorei em uma mesa, com as mãos na cintura, enquanto Harry me olhava de cima à baixo.
Um silêncio terrível entre nós.— Só quero o seu bem, Sophia. Não gosto de ninguém chorando na minha orelha quando tudo dá errado. — Foi até à porta da sorveteria, se alongando.
Revirei os meus olhos e voltei a fazer o que estava fazendo.
Minha tarde não teve muito repertório a ser feito. Ajudei Harry com novas mercadorias, atendi clientes, cobrei no caixa e ainda por cima tomei um banho de sorvete derretido, diretamente do freezer gigante que dava para você morar dentro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Professor - Coast
RomanceDurante as férias de verão, Sophia ganha um curso promocional na Califórnia. Mas ela não esperava se apaixonar pelo o seu professor, treze anos mais velho, moreno e de olhos castanhos.