Capítulo 81

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Depois de transar, com camisinha, eu e Micael ficamos debaixo do chuveiro, optando por tomar um banho. Eu precisava de um banho, depois de tudo o que aconteceu.

A água estava gelada mas nossos corpos estavam quentes, o que me animou, deixando de lado de pensar que eu estava sem teto para dormir.
Por que eu fui lembrar?

— Eu odeio tanto você! — Rocei meus lábios nos lábios de Micael. — Me expulsou de casa do nada. — O abracei.

— Não foi do nada, ninguém mandou você mentir para mim e transar com um zé mané com piercing na sobrancelha. — Apertou minha bunda.

— Para de lembrar isso. — Nos encaramos. — Eu errei, tá bem? — Disse séria. — Eu não lembro de nada.

— Ah, não? — Micael quis rir. — Você não lembra de ter transado com ele? Que coisa patética!

— É sério! Eu fiquei muito bêbada e... — Tentei lembrar. — Eu lembro que chegamos na casa dele, que por sinal parece um lixão abandonado. — Dei ênfase. — Abrimos algumas cervejas, eu fiquei bêbada e quando vi... Estava pelada em cima dele.

— Nossa! Eu não quero saber que posição você fez.

— Desculpa. — Toquei minha mão em seu peito. — Amo você.

— Eu também amo você e por isso. — Dedilhou o contorno do meu nariz, terno. — Quero saber que angústia você está sentindo!

— Angústia?

— Sim. Você não relaxou um segundo se quer, Sophia. — Micael prestava a atenção em todos os meus detalhes. — Será que eu posso...

— Eu não tenho onde ficar, tá bom? — Disse de uma vez. — E isso está remoendo a minha mente. — Abri a porta do box de vidro, me enrolando na toalha.

— Nossa, você não tem onde ficar? — Micael fechou a torneira, se enrolando na toalha e saindo depois de mim.

— Eu não posso ficar aqui. — Fiz uma careta. — Não com o Harrison.

— Viu só? É isso que eu fico com raiva! Por que você não pode ficar aqui? — Cruzou os braços.

— Porque eu preciso criar a minha independência, entendeu? — Me encarei no enorme espelho. — Eu preciso arranjar um emprego, ganhar dinheiro, entrar na faculdade.

— E até lá vai morar debaixo da ponte? — Debochou.

— Eu já disse que odeio você? — Revirei meus olhos, saindo da suíte.

Micael me seguiu, soltando um riso.

— Você me odeia mas eu não vou deixar você dormir em qualquer canto. — Se escorou no guarda-roupa, me observando. — Vai ficar aqui, com o Harrison! Se você quiser, eu tenho o quarto de hóspedes.

— Vai me por no quarto de hóspedes?

— Repare que eu disse "se VOCÊ quiser". — Micael levantou o indicador, dando ênfase.

— Por que acontece tudo comigo, hein?

Me sentei na cama, lamentando pela minha vida estar mais dramática do que uma série. Micael não deu ouvidos, se trocou na minha frente, logo após, ajeitou a cama para dormir.

— Você vai ficar chorando ou podemos descansar de verdade? — Me encarou, querendo rir mais ainda.

— Você está achando graça da situação?

— Eu acho. — Levantou os ombros. — Você tem um lugar para ficar, está estudando, tem um emprego que realmente é um emprego.

— O que você quis dizer com a última frase?

— O que eu quis dizer? — Micael apoiou as duas mãos ao lado da cama, me prensando. Deitou meu corpo, ainda com a toalha, desfazendo o pequeno nó que eu havia feito, me deixando nua. — Eu quis dizer que você tem um emprego de verdade. Porque cuidar de crianças é um emprego de verdade! Eu quero chupar a sua bocetinha, silêncio. — Beijou meus seios, pegando o esquerdo em cheio.

Fechei meus olhos e consegui relaxar, depois de longas horas. Abri minhas pernas, colocando em cima da cama.

— O Ahoy também é um... Emprego. — Tive arrepios no corpo quando Micael desceu até o meu monte de vênus, entregando vários beijos por ali.

Ele não me respondeu, já que estava ocupado demais em se deliciar nos lábios da minha intimidade. Eu mordi o meio dos dedos mas não consegui segurar o gemido, que sairia bem mais alto do que eu imaginei.

Eu precisava tanto relaxar que relaxei até demais.

— Não sai daí, não sai daí. — Pedi em suplico, segurando os cabelos de Micael, quase arrancando fio por fio.

Ele voltou, depois de alguns minutos. Chupou meu mamilo com vontade, mordiscando e me fazendo reclamar por sua brutalidade. Mas eu não liguei tanto, fiquei nublada pelo meu orgasmo, que veio mediano dessa vez.

Ganhei um beijo calmo nos lábios. Micael sorriu satisfeito em seguida, me vendo derrotada.

— Agora sim eu posso dormir feliz. — Retirou o edredom da cama, afofando os travesseiros. — Você vai ficar aí?

— Não sei. — Me virei na cama, o encarando.

E minha calma virou um vazio tremendo, ao encarar Micael, me observando. Não soube dizer mas senti que minha mente precisava retirar aquele peso. Então, comecei a chorar, por praticamente nada.

Um nada que era tudo.

— Querida. — Micael franziu o cenho, se preocupando. — Por que você está chorando? — Se aproximou de mim, mexendo em meus cabelos.

— Eu quero a minha mãe. — Funguei. — Eu quero tanto a minha mãe. — Deitei minha cabeça no colo de Micael, que estava sem entender a minha crise.

— Eu não gosto de ver você assim, Sophia. — Nos encaramos. — Eu fico extremamente preocupado.

— Desculpa. — Tentei segurar outra crise de choro. — Desculpa! Eu prometo que vou trabalhar aqui e dormir no quarto de hóspedes. Eu não quero dormir com você, eu preciso viver a minha vida. Não é?

Eu estava ficando louca? Micael ficou realmente assustado com minhas expressões, tanto que levantou-se e demorou alguns minutos, trazendo um suco diferente do que eu tomei, quando cheguei.

Senti o gosto de maracujá em minha garganta. Gostoso!
Mas sabia que não tinha sido a fruta que me fez apagar de uma vez, como um interruptor velho.

Não havia me lembrado de mais nada.
Foi realmente um apagão!

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