Capítulo 23

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Voltei para a aula depois da pausa que tivemos. Micael passou uma atividade super difícil, onde estava me concentrando ao máximo para tirar nota boa. Visualizei o mesmo, sentado na mesa, atento em um papel enquanto lia em silêncio. A sala inteira estava fazendo a atividade, mas eu, fiquei com dúvidas do início ao fim.

Me levantei, fazendo o caminho da sua mesa.

— Professor. — Coloquei o papel em cima. Micael subiu o olhar até mim. — Eu não consigo fazer.

— O que você não consegue fazer, senhorita Abrahão? — Ainda me olhava.

— A última pergunta não bate com a segunda! Não tem no livro, não tem no resumo, não tem no caderno. — Debochei. — Será que o senhor pode me ajudar?

— Claro. — Assentiu. — Busque uma cadeira, sente-se ao meu lado! — Me convidou.

Ninguém estava prestando a atenção em nós. Todos estavam concentrados na atividade que ele havia passado. Deixei minha folha, buscando uma cadeira e me sentando ao lado de Micael.

Ficamos juntinhos, foi uma tentação à parte.

— Certo, o que você está com dúvida? Pode me dizer?

— A última. Eu não consigo saber! — Estava me estressando.

— É só você ler o enunciado e lembrar da última aula que tivemos.

— Você não passou isso, Micael!

— Professor. — Disse entredentes.

— Tá. — Bufei. — Com você falando fica mais fácil.

— Sophia, você precisa se organizar! Daqui à duas semanas temos a prova, você não pode se perder desse jeito. — Me disse.

— Desse jeito como? — Fiquei com medo da sua resposta.

— Seu boletim está péssimo! De verdade. — Foi sincero. — Se você é inteligente, deve ser em outras questões.

— É difícil para mim!

— Sophia, é marketing empresarial! O que tem de difícil?

— Muita coisa! Se fosse álgebra seria mais fácil do que um monte de baboseira que as pessoas vão usar em empresas.

— Não fale assim, você mesmo pode montar uma empresa no futuro.

— Ai Micael, não dá. — Coloquei as mãos no rosto. — Eu juro para você que não está indo.

— Vamos repassar a matéria hoje, o que você acha?

— Acho péssimo! Eu quero ficar com você, não estudar matéria.

Ele negou com a cabeça, desacreditado e cansado.

— Análise S.O.W.T. — Micael soltou, cruzando as mãos em cima da mesa.

— O que?

— Essa é a resposta. Análise de S.O.W.T. — Rolou os olhos.

— Viu só? Eu jamais iria saber que era esse nome esquisito. — Peguei um lápis.

— Você deveria prestar mais atenção nas aulas.

— Eu presto!

— Então tem algo de errado com você.

— O que você está querendo insinuar, Micael? — Semicerrei os meus olhos, o encarando.

O sinal havia tocado. Assisti toda a turma guardar as folhas em seus respectivos cadernos, se aprontando para sair. Micael avisou algo, sorrindo para todos que saíam da sala, desejando uma ótima noite.

— Você pode ter déficit de atenção. TDAH. — Nos encaramos. — Normal!

— Não é normal. Eu não tenho nada disso, eu sou inteligente! — Ajuntei o meu material. — Tanto que...

— Você não estaria aqui, é, eu sei. — Segurou o riso.

— Você está achando graça?

— Você fica linda brava! — Micael sorriu. — Quando você fica irritada, você começa a se alterar e o seu rosto fica todo vermelho. — Tentou beliscar a minha bochecha, me esquivei. — Eu acho lindo!

— Você é ridículo. — Revirei os meus olhos. — Obrigada pela resposta.

— Vai sair assim?

— Vou? — Foi minha vez de achar graça. — Vamos nos ver daqui à algumas horas.

— Eu queria ficar um pouco com você mas parece que estou sendo jogado de escanteio! — Micael levantou os ombros. — É melhor você aproveitar esse momento.

— Micael, eu quero conversar com você. — Disse séria.

Vi o semblante de Micael mudar quando voltei a me sentar, suspirando baixo e me preparando para dizer. Nos encaramos, ambos sérios.

— Eu sei que você já conversou comigo e também, eu já tive uma experiência...

— Não!

— Você nem sabe o que eu vou falar.

— Você quer transar. Mas nós não vamos transar! — Me encarou.

— Micael, eu quero! Eu sinto vontade de falar isso com você. Entende?

— E se você se arrepender? Você é muito nova, Sophia! Tem muita coisa para acontecer ainda.

— Que coisa? Logo eu vou fazer dezoito anos! Todas as minhas amigas não são mais virgens.

— Aí é problema delas! — Rolou os olhos. — Por que essa pressa de perder a virgindade? Eu acho tão bonito garotas como você serem virgens nessa idade!

— É cafona.

— Cafona é você querendo apressar o tempo.

— Mas eu quero! — Insisti. — Eu gosto de você, Micael. Você é o único que pode...

— Tá. Ok. — Micael ficou em transe. — Você quer perder a virgindade comigo, não quer?

Assenti diversas vezes, como um bichinho de carro que balança a cabeça.

— Vamos ver como você vai reagir nas atividades que eu vou te passar. Vamos ver se você está realmente pronta!

— Atividades? — Me interessei um pouco.

— Te vejo mais tarde? Eu vou para a casa.

Micael se espreguiçou, saindo do lugar e arrumando suas coisas. Fiquei um pouco envergonhada, me tirando dali e saindo também.

Eu fiquei pensando nas tais atividades que ele iria me passar, só esperava que dessa vez ele tirasse a minha virgindade. Eu não aguentava mais, eu tinha que me entregar para ele!

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