Capítulo 34

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Fiquei deitada de bruços enquanto Micael alisava sua mão em minhas costas. Tive o meu semblante sereno, cansado e principalmente dolorido. Minha intimidade parecia estar batida, como se eu enfiasse algo enorme e me machucasse por lá.

— Tudo bem? — Disse baixo, perto do meu ouvido.

— Sim. — Estava gostando do carinho recebido. — Vamos voltar ao campus?

— Mais tarde. — Beijou a minha nuca. — Eu quero ficar um pouquinho com você! — Sorrimos.

— Hummm, eu também. — Fechei meus olhos. — Eu estou aqui pensando no que aconteceu com Hilary. — Desabafei.

— Ela vai ficar bem. — Me tranquilizou. — Todos nós vamos ficar bem.

— Ou não.

Me virei para encarar Micael, que tinha sua mão escorada na cabeça, me observando. Puxei o lençol na altura dos meus seios.

— A polícia vai ligar para os meus pais. — Cerrei meu dentes.

— Sim! São seus pais! Eles precisam saber o que aconteceu.

— Você não está entendendo. — Rolei meus olhos. — Meus pais vão achar um jeito de me tirar daqui!

Micael ficou em transe, pensando.

— Eu não vou deixar. — Soltou. — Entendo que estão preocupados mas você só tem mais dois meses de curso. Não pode perder essa oportunidade!

— E quando o curso acabar? — Toquei suas mãos. — Como vai ser?

— Como vai ser o que?

— Eu e você.

— Eu também não sei. — Nos encaramos. — Você vai voltar para Nova Iorque?

— Eu preciso voltar para Nova Iorque! Eu não terminei os estudos. Isso aqui é apenas um curso de férias de verão. — Me lembrei desse fato importante que eu já estava esquecendo.

— Peça transferência! Moramos juntos, você se forma e depois eu te ajudo à entrar na melhor faculdade de Malibu.

— Você sonha demais. — Achei graça. — Minha mãe morreria em saber que eu estou pelada na cama do meu professor de Marketing Empresarial. — Segurei meu riso.

— Você não está pelada. — Soltou, puxando o lençol para baixo com tudo. — Agora sim você está pelada!

Meu rosto ferveu após Micael observar meu corpo nu, diante da cama. Cruzei meus braços na frente dos meus seios, achando um jeito de me esconder. Micael os puxou de novo, segurando meu pulso.

— Deixa eu ver! — Sorriu com malícia. — Você é linda, sabia? Eu sou muito sortudo.

— Eu sou linda de rosto. De corpo não! Eu mal tenho peito. — Encarei meus próprios seios, um pouco triste.

Micael se aproximou, beijando o meu pescoço.

— Eu sou doido por um peitinho que cabe na minha mão, sabia? — Sussurrou, me causando arrepios.

Achei graça, vendo Micael se empoleirar em mim. Nos beijamos serenamente quando seu celular começou a tocar, irritante.

— Ah não. — Arfou, voltando a me beijar.

— É melhor você atender! — Massageei rápido os seus ombros.

— É. — Soltou um suspiro cansado, correndo a mão até o criado mudo, tendo o celular em mãos. — Senhor Cohen? — Ficou sério, sentando na cama. — Sim, sim! Ela está comigo! Estava muito nervosa para voltar ao campus ontem à noite. — Micael me observava. — Eu alojei ela no quarto de hóspedes. Acordou um pouco melhor mas ainda não sentiu fome. — Eu estava morrendo de fome!

Meu estômago roncou enquanto Micael conversava ao telefone. Cocei minha cabeça e bocejei, saindo da cama, tendo o lençol em meu corpo para não mostrar a minha nudez.

Tomei um banho breve, quentinho, lavando os meus cabelos e relaxando, já que voltaria ao inferno que estava o campus. Usei o shampoo e condicionador de Micael e me animei ao ver que o mesmo possuía um pequeno espelho, pendurado na parede. Creio que seria para se barbear.

Eu queria ver, queria saber como minha intimidade estava lá embaixo, depois de ter sangrado para perder a minha virgindade. Ao mesmo tempo estava com medo.

E por fim, coloquei o espelho para ver a obra prima que Micael havia feito em mim. O que era pequeno simplesmente virou um...

— Tem uma toalha para você aqui na maçaneta. — Escutei a voz de Micael do lado de fora.

— O-obrigada. — Balbuciei antes de voltar o espelho de volta à parede.

Depois do meu banho, voltei a vestir o pijama que estava usando, já que não tinha outra roupa para colocar. Tomei café e por fim, seguimos de volta ao campus.

— O que o senhor Cohen queria? — Franzi meu cenho.

— Saber onde você estava. — Continuou dirigindo. — Eu contei que você dormiu em casa, de um jeito menos agressivo. — Micael soltou um risinho.

— Ainda bem! Não quero imaginar se ele descobrisse. — Engoli seco. — Teve notícias de Hilary?

— Parece que os pais tiraram ela do curso. Eu sinto muito, Sophia! — Fiquei triste por escutar aquilo. — Parece também que terá uma transferência de alojamento, no caso, o seu quarto.

— Mas eu não quero me mudar! O meu quarto está ótimo. — Me irritei. — Só fiquei triste por Hilary ir embora.

— Hilary precisa de um tempo longe disso tudo. O pior não aconteceu mas a cabeça dela deve estar estourando! — Micael pensou. — A boa notícia é que Philipe foi preso. Ninguém mais terá problemas!

— O mínimo, não é mesmo? Depois de tudo que aquele cachorro fez. — Sentia raiva só de imaginar.

Micael parou o carro em frente ao campus, olhando de longe a movimentação. Franziu o cenho quando saiu, seguido por mim, que fiz a mesma cara ao olhar o murmurinho.

— Quando isso aqui vai ter paz de novo, hein? — Soltei, atravessando a rua.

— Gostaria de saber também. — Micael ficou em minha frente, para não dar tanto na cara.

O senhor Cohen nos recebeu, sendo bem carismático comigo, com medo por tudo o que aconteceu. Assenti em agradecimento, respondendo o básico de suas perguntas.

— Senhorita Abrahão, a senhora poderia me acompanhar até a minha sala? — Me convidou, pigarreando um pouco.

— Claro! — Estranhei mas assenti, o seguindo.

Micael ficou para trás, observando a cena. Caminhamos um corredor extenso até chegar em sua sala. Meus olhos quase saltaram para fora ao ver a figura da...

— GRAÇAS A DEUS, FILHA! EU VIM TE BUSCAR!

Minha mãe! Eeeeeeba!
Só que não.

Meu Professor - Coast Onde histórias criam vida. Descubra agora