Acordei sonolenta pela noite de ontem, Hilary não estava mais no quarto e também não fez barulho para me atrapalhar. Fiz minha higiene matinal, coloquei minha roupa e sai para a aula.Cheguei no refeitório mas não consegui comer nada, não estava com fome, o que era estranho. Tapeei o estômago com uma maçã junto de aveia e mel, correndo para a minha sala. A voz conhecida me atormentou de novo, fazendo meu corpo parar em meio ao corredor, como um déjà vu.
— Sophia? — Philipe sorriu para mim, ansioso.
— Oi Philipe, tudo bem? — Fui simpática.
— Tudo! Eu cheguei antes para o caso daquele professor não atrapalhar a gente. — Sorriu envergonhado. — Vai fazer o que hoje?
— Depois da aula? — Philipe assentiu. — Acho que vou estudar um pouco, repassar algumas matérias já que estou de recuperação. — Menti.
— Nossa! — Philipe se chocou um pouco. — Que pena! Se quiser, eu posso te ajudar.
— Acredito que não. — Rolei meus olhos e apoiei minha mão no ombro de Philipe. — Obrigada por ser assim, você é legal, Philipe.
— Você quer sair comigo?
O sinal tocou. Fiquei incrédula com o seu convite, procurando palavras para responder Philipe, o mais rápido que eu conseguia.
— Podemos conversar depois? — Estava com medo de Micael chegar.
— Te vejo no refeitório, pode ser?
Assenti rápida e sai, com medo de Micael estar chegando, já que não o vi passar pelo corredor naquele horário.
Quando entrei na sala, o mesmo já estava passando alguma coisa na lousa branca. Quis me matar com o próprio olhar ao me ver chegar atrasada, com uma cara de cachorrinho que caiu da mudança.
— Está atrasada, senhorita Abrahão. — Parou de escrever.
— Me desculpa! Eu demorei no caminho. — Sentei no meu lugar.
— Se não ficasse conversando, talvez não chegaria atrasada. — Cruzou os braços e me encarou. A sala toda estava vendo aquele show grátis de humilhação.
Por que ele fazia isso? Não parecia o homem do "sonha comigo".
Abri meu caderno e copiei sua pauta, com ódio por dentro. Eu não conseguia desvendar Micael, era muito doido.
No intervalo, sentei no pátio do campus para tomar um sol, tentando não esquentar a minha cabeça com Micael e suas loucuras. Philipe apareceu, tinha uma rosa na mão, me fazendo estranhar e corar ao mesmo tempo.
— Para você! — Me entregou o pequeno embrulho.
— Obrigada. — Fiquei sem reação. Nunca havia ganhado uma rosa. — Você é muito gentil, Philipe.
— Tem certeza que você precisa ficar estudando?
— É... Eu preciso mesmo. — Encarei a rosa rapidamente. — Na verdade, acho que podemos passear um pouco. — Mudei de ideia.
Se Micael estava fazendo isso, eu faria muito pior com ele.
— Sério? — Philipe mudou de rosto, ficando feliz em segundos. — Você gosta de praia?
— Gosto de parques de diversão.
— Eu também me amarro em parques! Podíamos ir naquele que está montado no píer.
— Perfeito! — Sorrimos. — Podemos ir hoje?
— Claro. Que horas eu posso buscar você na porta do alojamento? Quer dizer, precisamos ficar na encolha.
Philipe também sabia de toda a burocracia para sair daquele ninho de gente. Pensei em como escapar de novo, sem que ninguém me parasse em alguma ronda noturna.
— Podemos sair depois do sinal. — Me lembrei de ontem. — Pode ser?
— Claro! Claro! — Philipe estava aceitando tudo. — Te vejo na entrada?
— Sim. Vou esperar por você!
O que eu estava fazendo? Eu estava marcando um encontro com Philipe, um garoto que eu mal conhecia. A máquina de refrigerante idiota me fez conhecê-lo, ainda mais para fazer ciúmes em Micael, que odiaria receber essa notícia.
Assenti corada e sai de perto, andando com minha rosa na mão, no meio de todos os alunos do curso. Escutei o sinal bater mas não consegui chegar até a sala, já que alguém me puxou para outra sala desativada.
Uma escuridão, mesas quebradas e algumas mesas sem pintura. Micael segurava o meu braço, soltando em seguida.
— EI! Você está ficando maluco?
— Quem te deu essa porcaria? — Não gostou de ver a rosa.
— Não te interessa. — Rebati.
— Me interessa sim! Já disse para você que não pode namorar aqui.
— E quem aqui está namorando? Eu não posso ganhar uma rosa? É crime?
— Sim! — Cerrou os dentes.
— Micael, será que você pode me desprender daqui? O sinal já bateu.
— Eu não quero você saindo com aquele moleque. Está entendendo? — Me ameaçou.
— E por que não?
— Porque ele não é companhia para você, eu já disse!
Ficamos frente à frente, próximos de um beijo. Meu coração quase saiu pela boca.
— Se você não me tirar daqui, eu vou gritar. E se eu gritar, vai ser pior!
Micael soltou um suspiro pesado, saindo primeiro do que eu, andando firme até a sala.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Professor - Coast
RomanceDurante as férias de verão, Sophia ganha um curso promocional na Califórnia. Mas ela não esperava se apaixonar pelo o seu professor, treze anos mais velho, moreno e de olhos castanhos.