Capítulo 37

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Pelo o bem da humanidade e bom humor, Micael passou uma prova surpresa na segunda aula. Consegui executar perfeitamente, sendo uma das primeiras aulas a entregarem.

Fiquei na sala até o sinal tocar, assistindo ele ser lindo até corrigindo provas. O cenho franzido, as sobrancelhas levemente levantadas, os dedos tocando o queixo, confuso por estar vendo respostas que mais pareciam enigmas.

Esperei que todos saíssem para conversar com ele.

— Cansado? — Coloquei o meu material em sua mesa.

— Muito! Vocês não entendem uma letra que eu passo, não é mesmo? — Semicerrou os olhos, um pouco cansado.

— Na verdade você é um ótimo professor. — Fiz charme. — Quanto eu tirei?

— Graças a Deus, um nove.

— NOVE? — Me choquei. — Corrige isso direito, você deve ter passado alguma coisa. — Apontei para os papéis.

— Não, eu não passei! Por sua falta de atenção você errou a pergunta mais fácil da prova. — Rolou os olhos. — Mas mesmo assim ganhou um nove, o que já é ótimo para o boletim.

— Tudo bem. — Dei de ombros. — O que vamos fazer hoje à noite?

— Eu pretendo dormir. Você eu já não sei! — Fechou suas pastas, arrumando o material.

— Que grosso! Eu queria ficar com você.

— Sua mãe voltaria de bicicleta ao imaginar você saindo do alojamento. — Deu um riso sincero. — Não podemos mais nos ver à noite. Está arriscado demais!

— E quando a gente vai se ver? — Aquilo me deixou triste. — Sei lá, a gente podia armar alguma coisa para namorar a noite, o que você acha?

— Você gosta do perigo, não é?

— Eu quero ficar com você. — Toquei seu rosto. — Eu já estou com saudade, sabia?

— Eu sei. — Beijou os meus dedos. — Mas agora é perigoso! Ainda mais que o fato aconteceu dentro do seu quarto, para adiantar a nossa situação.

— Que chato isso! — Me emburrei. — E se eu fugir?

— Se você conseguir passar na frente do brutamontes que ficará vigiando a porta do seu quarto, tudo bem. — Micael debochou.

— É sério! Parece que você não quer ficar comigo.

— Eu adoraria ficar com você hoje, mas não dá! Você está vendo que o campus está rodeado de policiais e seguranças.

— JÁ SEI! — Minha mente brilhou como se nunca brilhasse antes. — Você pode dormir comigo hoje. — Sorri tentada.

— É piada, fala pra mim?

— Não! Você pode entrar no meu quarto quando acontecer a troca de turno. Simples e fácil! Você dorme comigo, agarradinho, me protegendo. — Cheguei mais perto.

— Aí você acorda do incrível sonho que está acontecendo dentro da sua cabecinha. — Micael ajuntou o material, se levantando. — Sophia, não tem como! Não vamos arriscar agora, ainda mais com todas essas notícias acontecendo.

— Eu vou dar um jeito de ir na sua casa hoje à noite, me aguarde.

— Não vai não! — Micael se irritou. — Se você sair do alojamento, eu te coloco dentro do carro e te trago de volta, entendeu?

— Nossa, Micael! Parece que você não quer namorar comigo. Que tipo de namoro é esse?

— Um namoro adulto e normal. Não tem como a gente ficar se arriscando para namorar. Não deu? Não deu, pronto!

— Chato. — Me emburrei.

Saímos da sala juntos, andando pelo corredor.

— O que você vai fazer agora? — Me perguntou discretamente, porém, não havia ninguém nos vendo.

— Almoçar e depois entrar no meus quarto, ficar sozinha, já que o meu querido namorado não quer me ver hoje à noite. — Tentei uma chantagem emocional.

— Quer almoçar comigo?

O encarei surpresa, quase tropeçando no caminho em minha frente.

— E onde vamos almoçar? Você disse que é perigoso sair do campus.

— Não de dia! Podemos sair pelos portões dos fundos, onde os professores guardam os carros. — Soltou. — O único jeito de ficarmos juntos. — Micael sorriu leve. — E então? O que você me diz?

— Eu adoraria... — Eu estava super feliz! — Vamos agora?

— Se esperarmos mais um pouco, vai ser pior.

— Tudo bem. Eu posso deixar no seu carro? — Me referi aos meus materiais.

— Sim! Não temos tanto tempo. Vamos! — Me guiou até a saída fácil dos professores.

Fiquei feliz por Micael ter tirado um tempo para a gente. De noite seria impossível fugir para vê-lo.
Ou não! Eu tinha os meus truques, só ele que não imaginaria que eu faria de tudo para vê-lo, de novo.

Chegamos no pequeno estacionamento com portões, realmente ficava no fundo. Fui rápida ao entrar no carro de Micael, jogando o meu material no banco de trás do carro.
Agora sim, eu iria para a parte mais legal do namoro!

Meu Professor - Coast Onde histórias criam vida. Descubra agora