Uma semana depois.Eu estava entediada sem saber o que tinha acontecido na vida de Micael. Ficamos uma semana sem se falar, já que o mesmo não atendia as minhas ligações e faltou durante esse tempo nas aulas.
A nova professora era até legal, interessante para os meninos e super protetora para as meninas.Ficávamos parte do tempo conversando sobre o seu divórcio e como o curso havia reagido em questão de Hilary.
E eu conseguia tirar dez em todas as atividades, chupa Micael!— Até semana que vem, turma. — Ela se despediu com um sorriso. Ajeitou os óculos em sua face.
— Professora Verônica. — Fechei o meu caderno, chamando sua atenção.
— O que foi, amor? — Sentou na ponta da minha mesa.
Alguns alunos passavam diante de nós, indo embora.
— Você tem notícias do Micael?
— O antigo professor? — Gesticulou. — Parece que ele está meio... Atravancado. — Cerrou os dentes.
— Quando ele volta?
— Eu sinceramente não sei. — Foi sincera. — Parece que algum parente dele está doente, algo assim. — Rolou os olhos. — Você não está gostando das minhas aulas? — Verônica entristeceu de uma vez.
— Eu amo as suas aulas! — Arregalei os olhos. — É que... Precisamos saber como as coisas vão ficar. Já acabamos o penúltimo mês. O próximo é o último! — Meu coração gelou só de pensar.
— Eu sei. E ele faltando desse jeito, não sei não. — Verônica negou com a cabeça.
— Isso é ruim? — Mordi a ponta dos meus dedos.
— Isso é péssimo! Ele pode ser mandado embora por justa causa. — Contou baixinho, como se fosse uma fofoca.
— E... Você sabe por que ele está faltando desse jeito? Sabe qual parente dele está doente?
Fingi que não estava sabendo de absolutamente nada. Eu queria saber o que estavam contando por aí.
— Menina, eu fiquei sabendo que a ex-mulher dele apareceu com um filho, de não sei da onde. — Verônica gesticulava enquanto contava. — E agora, parece que o filho é dele mesmo. O teste de DNA deu certo!
Fiquei boquiaberta.
— O teste... Deu certo? — Engoli seco.
— Certíssimo! Agora eu não sei o que está acontecendo com a vida dele. Deve estar um caos, não é? — Ficou em silêncio. — Essa história de parente doente não colou.
— E como você ficou sabendo disso?
— As paredes tem ouvidos! — Soltou um risinho. — O coordenador é muito amigo do Micael. Os dois andaram conversando. Por isso eu fiquei sabendo. — Simples assim.
Meu mundo caiu um pouco, confesso. Não sabia das possibilidades de Paola reatar com Micael, mas o garoto ser filho dele me pegou um pouco desprevenida.
Não tínhamos tempo para ficar junto agora, imagine com um filho?
— Te vejo amanhã, menina? — Verônica se levantou, juntando o seu material.
— Claro! Vou ganhar um dez se fazer outro resumo daqueles? — Brinquei com ela.
— Com certeza! E ainda por cima vai ganhar estrelinhas amarelas. — Verônica piscou para mim, me fazendo rir um pouco. — Eu... PROFESSOR MICAEL?
Verônica se assustou ao dar de cara com Micael, no batente da porta. Estava sorrindo, um ar de cansaço, diferente... Eu diria, um ar de papai?
— Professora Verônica! Como vai? — Os dois se cumprimentaram com um aperto de mão.
— Ótima! Sua turma é incrível. — Ficou sem graça. — O senhor está bem?
— Sim, ótimo! O coordenador disse que você pode estacionar. Voltei na semana que vem. — Sorriu leve.
— Ah, jura? Que maravilha! Quer dizer... Você voltará para os seus alunos. — Coçou a nuca. — Isso é maravilhoso!
— É sim. — Micael me observou. Trocamos olhares rapidamente. — Como estão indo as atividades?
— Olha, eu passei exatamente o que você deixou no quadro combinado. Não tirei absolutamente nada! — Explicou. — Paramos no capítulo cento e treze. As atividades foram passadas e a semana de provas finalizadas!
— Perfeito! Vamos começar a ajeitar as coisas da cerimônia na semana que vem. — Micael umedeceu os lábios. — O último mês de curso. As férias acabaram! — Olhou triste para mim, fiz o mesmo.
— Uma hora o verão tem que acabar. — Verônica soltou um risinho. — Estou indo. Bom rever o senhor, professor Micael! — Deu duas batidinhas em seu ombro, saindo em seguida.
— O mesmo, professora Verônica. — Deixou ela sair em paz.
Fiquei de pé com o material em mãos, encarando Micael. Ele se aproximou, mas antes, fechou a porta.
— Onde você se meteu? — Abri minhas mãos, um pouco incrédula por sua ausência.
— Na maior confusão de todas. — Bagunçou os cabelos. — Eu vou te contar tudo!
— Obrigada! Eu gostaria de uma explicação menos drástica que todas as fofocas que eu já escutei. — Fui irônica.
— Já disseram algo sobre a minha ausência?
— Micael, todo mundo sabe que sua ex-mulher voltou e agora você tem um filho! — Rolei os olhos. — O teste deu positivo, não deu?
— Sim. Deu! — Micael engoliu seco. — Harrison é meu filho.
— Uau! Harrison? — Tinha amado o nome. Forte e bonito.
— Sim. — Respirou fundo. — Ele é super inteligente! Para seis anos, o garoto deve ser mais CDF do que eu. — Rimos leve.
— E você está se adaptando com a vida de pai?
— Mais ou menos, quer dizer... Eu sempre quis ser pai mas não imaginaria que fosse desse jeito. — Ficou em transe. — Paola chegou com uma surpresa, depois de muitos anos!
— E ela?
Eu queria ter feito essa pergunta desde a hora que ele chegou.
— O que tem ela?
— Vocês dois... — Me embolei nas frases. — Ela vai ficar aqui?
— NEM PENSAR! Eu já disse que com a Paola só tenho o Harrison em comum. Não vamos reatar! Eu quero ela bem longe de mim. — Meu coração amoleceu. — Sou o seu namorado, esqueceu?
— Não, mas acho que você esqueceu nesse meio tempo. — Brinquei com sua cara. — Vou te dar uma colher de chá, papai fresco.
— Você brinca, né? Não sabe o perrengue que eu estou passando. — Soltou. — Estou indo no advogado três vezes na semana.
— Guarda compartilhada? — Fiz uma careta.
— Os finais de semana são meus. — Explicou. — Essa é a minha mais nova vida!
— Meus parabéns! — Ri.
— Como andou as coisas por aqui?
— Ah, tudo na mesma. — Levantei os meus ombros. — Verônica é uma ótima professora! Doida, divertida... Enfim. — Lembrei das aulas malucas.
— Você prefere ela do que eu? — Micael me puxou pelo braço.
— Se você faltasse mais uma semana, eu preferiria ela. — Mordi minha língua, brincando com Micael que fechou a cara, me roubando um beijo.
— Bom saber. — Nos entreolhamos. — Você já pensou naquilo que conversamos?
— As aulas? — Micael assentiu.
Tive um frio na barriga constante.
— Sim. Você vai ficar em Malibu?
Eu queria responder e ao mesmo tempo não queria. Uma guerra iria iniciar!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Professor - Coast
RomanceDurante as férias de verão, Sophia ganha um curso promocional na Califórnia. Mas ela não esperava se apaixonar pelo o seu professor, treze anos mais velho, moreno e de olhos castanhos.