Capítulo 42

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Uma semana depois.

Eu estava entediada sem saber o que tinha acontecido na vida de Micael. Ficamos uma semana sem se falar, já que o mesmo não atendia as minhas ligações e faltou durante esse tempo nas aulas.
A nova professora era até legal, interessante para os meninos e super protetora para as meninas.

Ficávamos parte do tempo conversando sobre o seu divórcio e como o curso havia reagido em questão de Hilary.
E eu conseguia tirar dez em todas as atividades, chupa Micael!

— Até semana que vem, turma. — Ela se despediu com um sorriso. Ajeitou os óculos em sua face.

— Professora Verônica. — Fechei o meu caderno, chamando sua atenção.

— O que foi, amor? — Sentou na ponta da minha mesa.

Alguns alunos passavam diante de nós, indo embora.

— Você tem notícias do Micael?

— O antigo professor? — Gesticulou. — Parece que ele está meio... Atravancado. — Cerrou os dentes.

— Quando ele volta?

— Eu sinceramente não sei. — Foi sincera. — Parece que algum parente dele está doente, algo assim. — Rolou os olhos. — Você não está gostando das minhas aulas? — Verônica entristeceu de uma vez.

— Eu amo as suas aulas! — Arregalei os olhos. — É que... Precisamos saber como as coisas vão ficar. Já acabamos o penúltimo mês. O próximo é o último! — Meu coração gelou só de pensar.

— Eu sei. E ele faltando desse jeito, não sei não. — Verônica negou com a cabeça.

— Isso é ruim? — Mordi a ponta dos meus dedos.

— Isso é péssimo! Ele pode ser mandado embora por justa causa. — Contou baixinho, como se fosse uma fofoca.

— E... Você sabe por que ele está faltando desse jeito? Sabe qual parente dele está doente?

Fingi que não estava sabendo de absolutamente nada. Eu queria saber o que estavam contando por aí.

— Menina, eu fiquei sabendo que a ex-mulher dele apareceu com um filho, de não sei da onde. — Verônica gesticulava enquanto contava. — E agora, parece que o filho é dele mesmo. O teste de DNA deu certo!

Fiquei boquiaberta.

— O teste... Deu certo? — Engoli seco.

— Certíssimo! Agora eu não sei o que está acontecendo com a vida dele. Deve estar um caos, não é? — Ficou em silêncio. — Essa história de parente doente não colou.

— E como você ficou sabendo disso?

— As paredes tem ouvidos! — Soltou um risinho. — O coordenador é muito amigo do Micael. Os dois andaram conversando. Por isso eu fiquei sabendo. — Simples assim.

Meu mundo caiu um pouco, confesso. Não sabia das possibilidades de Paola reatar com Micael, mas o garoto ser filho dele me pegou um pouco desprevenida.

Não tínhamos tempo para ficar junto agora, imagine com um filho?

— Te vejo amanhã, menina? — Verônica se levantou, juntando o seu material.

— Claro! Vou ganhar um dez se fazer outro resumo daqueles? — Brinquei com ela.

— Com certeza! E ainda por cima vai ganhar estrelinhas amarelas. — Verônica piscou para mim, me fazendo rir um pouco. — Eu... PROFESSOR MICAEL?

Verônica se assustou ao dar de cara com Micael, no batente da porta. Estava sorrindo, um ar de cansaço, diferente... Eu diria, um ar de papai?

— Professora Verônica! Como vai? — Os dois se cumprimentaram com um aperto de mão.

— Ótima! Sua turma é incrível. — Ficou sem graça. — O senhor está bem?

— Sim, ótimo! O coordenador disse que você pode estacionar. Voltei na semana que vem. — Sorriu leve.

— Ah, jura? Que maravilha! Quer dizer... Você voltará para os seus alunos. — Coçou a nuca. — Isso é maravilhoso!

— É sim. — Micael me observou. Trocamos olhares rapidamente. — Como estão indo as atividades?

— Olha, eu passei exatamente o que você deixou no quadro combinado. Não tirei absolutamente nada! — Explicou. — Paramos no capítulo cento e treze. As atividades foram passadas e a semana de provas finalizadas!

— Perfeito! Vamos começar a ajeitar as coisas da cerimônia na semana que vem. — Micael umedeceu os lábios. — O último mês de curso. As férias acabaram! — Olhou triste para mim, fiz o mesmo.

— Uma hora o verão tem que acabar. — Verônica soltou um risinho. — Estou indo. Bom rever o senhor, professor Micael! — Deu duas batidinhas em seu ombro, saindo em seguida.

— O mesmo, professora Verônica. — Deixou ela sair em paz.

Fiquei de pé com o material em mãos, encarando Micael. Ele se aproximou, mas antes, fechou a porta.

— Onde você se meteu? — Abri minhas mãos, um pouco incrédula por sua ausência.

— Na maior confusão de todas. — Bagunçou os cabelos. — Eu vou te contar tudo!

— Obrigada! Eu gostaria de uma explicação menos drástica que todas as fofocas que eu já escutei. — Fui irônica.

— Já disseram algo sobre a minha ausência?

— Micael, todo mundo sabe que sua ex-mulher voltou e agora você tem um filho! — Rolei os olhos. — O teste deu positivo, não deu?

— Sim. Deu! — Micael engoliu seco. — Harrison é meu filho.

— Uau! Harrison? — Tinha amado o nome. Forte e bonito.

— Sim. — Respirou fundo. — Ele é super inteligente! Para seis anos, o garoto deve ser mais CDF do que eu. — Rimos leve.

— E você está se adaptando com a vida de pai?

— Mais ou menos, quer dizer... Eu sempre quis ser pai mas não imaginaria que fosse desse jeito. — Ficou em transe. — Paola chegou com uma surpresa, depois de muitos anos!

— E ela?

Eu queria ter feito essa pergunta desde a hora que ele chegou.

— O que tem ela?

— Vocês dois... — Me embolei nas frases. — Ela vai ficar aqui?

— NEM PENSAR! Eu já disse que com a Paola só tenho o Harrison em comum. Não vamos reatar! Eu quero ela bem longe de mim. — Meu coração amoleceu. — Sou o seu namorado, esqueceu?

— Não, mas acho que você esqueceu nesse meio tempo. — Brinquei com sua cara. — Vou te dar uma colher de chá, papai fresco.

— Você brinca, né? Não sabe o perrengue que eu estou passando. — Soltou. — Estou indo no advogado três vezes na semana.

— Guarda compartilhada? — Fiz uma careta.

— Os finais de semana são meus. — Explicou. — Essa é a minha mais nova vida!

— Meus parabéns! — Ri.

— Como andou as coisas por aqui?

— Ah, tudo na mesma. — Levantei os meus ombros. — Verônica é uma ótima professora! Doida, divertida... Enfim. — Lembrei das aulas malucas.

— Você prefere ela do que eu? — Micael me puxou pelo braço.

— Se você faltasse mais uma semana, eu preferiria ela. — Mordi minha língua, brincando com Micael que fechou a cara, me roubando um beijo.

— Bom saber. — Nos entreolhamos. — Você já pensou naquilo que conversamos?

— As aulas? — Micael assentiu.

Tive um frio na barriga constante.

— Sim. Você vai ficar em Malibu?

Eu queria responder e ao mesmo tempo não queria. Uma guerra iria iniciar!

Meu Professor - Coast Onde histórias criam vida. Descubra agora