Capítulo 51

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Acordei com uma dor de cabeça daquelas. Me espreguicei na cama antes de abrir meus olhos, me acostumando com a pouca claridade que entrava no quarto.

Micael havia me colocado na cama durante a noite, observei isso ao analisar uma blusa grande em meu corpo, enquanto eu estava nua por baixo.

— Droga. — Foi a primeira coisa que falei ao sair da cama, caminhando em direção à suíte.

Tomei um banho rápido, escovei meus dentes e vasculhei minha mala, que agora estava na casa de Micael.
Vesti um roupa confortável, procurando por ele.

— Bom dia.

Micael apareceu. Estava sem camisa, uma bermuda de algodão enquanto usava um óculos de grau.
Ele ficava sexy de óculos. Aquilo me acordou, de outra forma.

— Bom dia. — Fiquei sem jeito ao vê-lo atento em alguns papéis.

— Dormiu bem? — Micael retirou o óculos, deixando de lado os papéis.

— Eu não lembro de nada. — Me sentei ao seu lado, puxando a cadeira para mim. — Você me tirou do sofá.

— É, eu tirei. Você estava dormindo igual uma borracha de tão torta. — Soltou um riso. — Um sono cansado.

— Foi bem cansado mesmo. — Remexi meus lábios. — O que você está fazendo?

— Os seus documentos chegaram! O colégio entrou em contato, você caiu em alguma sala com o algoritmo exato demais. — O que? — Suas aulas começam na semana que vem mesmo.

— Uau, que legal! — Debochei.

— É o seu último ano. — Me encarou. — Já sabe o que quer fazer quando acabar o colégio?

— De verdade? — Micael assentiu. — Eu sempre pensei em ser advogada. Ou então... — Pensei enquanto sorria. — Estilista!

— Estilista? — Micael ficou um pouco surpreso.

— Sim. Você acha que não combina comigo? — Torci o nariz.

— Combina sim com você, querida. Aliás, eu adoraria ver você ser uma estilista de sucesso. — Sorri com o comentário. — Mas...

Escutamos a campainha tocar. Micael franziu o cenho.

— Quem será? — Levantou-se.

— Não sei. — Levantei meus ombros.

Vi Micael ir até à porta, atendendo. Paola passou por ele como um furacão. Lá vem...

— Bom dia, eu te liguei... O que você está fazendo aqui? — Me observou sentada na cadeira.

— Eu agora moro aqui. — Não tive entusiasmo na voz.

— Ah, agora ela mora aqui? — Paola apontou para Micael, enquanto fazia uma careta.

— E o que você tem a ver com isso, Paola? — Micael cruzou os braços. — Somos separados! Sophia é minha namorada.

— Uma adolescente sendo madrastra do Harrison, você não pensou nisso?

— E o que tem demais? — Micael rebateu. — Você namora um cara de vinte e quatro anos. Por que eu não posso?

— Porque é ridículo! — Paola revirou os olhos. — Enfim, eu não vim aqui para isso.

Jogou a bolsa em cima do sofá, sentando em seguida. Cruzou as pernas.

— Eu preciso que o Harrison fique com você na semana que vem.

— Claro! Por que não?

— A semana completa. — Paola soltou.

— Aí não. — Micael mudou de feição. — Eu não posso! E por que você não pode ficar com ele?

— Vou viajar.

— Leve ele!

— Não posso. — Paola ficou esquisita. — Será que você pode ficar, por favor?

— Paola, eu sei que eu sou o pai mas você não pode ficar abusando de mim desse jeito. — Micael pausou. — Por que o Harrison não pode ir com você?

— Porque não, Micael. — Ela se levantou, tentando desviar o assunto.

Porém, Micael lhe segurou pelo antebraço, analisando o roxeado imenso por sua pele.

— O que é isso? — Perguntou.

Paola puxou o braço de uma vez, escondendo.

— Nada. — Engoliu seco. — Você vai poder ou não?

— Eu quero saber o que você fez no braço! Você caiu? — Aquilo não parecia uma queda.

Me levantei, entrando no assunto.

— Ele vai poder sim, Paola! Adoramos que o Harrison venha para cá. — Fiquei em sua frente.

Paola ficou em silêncio, agradecendo baixinho. Micael não entendeu nada do que aconteceu ali, naquele momento.

— Obrigada. — Colocou a bolsa ente o braço, saindo.

— Espera! — Micael lhe chamou. — Tem certeza que está tudo bem?

— Já disse que sim, Micael. Obrigada por ficar com o Harrison. Eu juro que volto logo!

— Você vai demorar para voltar? — Micael mudou sua feição, vendo Paola sair de sua casa, entrando em seu carro. — Paola?

Ela não respondeu. Apenas deu partida com o veículo, saindo dali.

— Que loucura! — Micael negou com a cabeça.

— Que loucura digo eu. — Nos encaramos. — Alguém bateu nela, Micael!

— Bateu? Quem bateu nela? — Estranhou.

— Sei lá! Fora o jeito que ela estava sentada aqui. Quem é o marido dela? — Fiz uma careta.

— Não sei e nem quero saber. Paola é doida! Deixe ela com a nova família dela. — Entramos novamente. — Só vou me enfurecer se algo acontecer com o Harrison.

— Micael? — Chamei sua atenção.

— O que?

— Você já parou para pensar que ela pode estar em confusão?

— Você diz por conta do roxo na pele dela?

— Sim! Ela estava super esquisita aqui no sofá. — Apontei para o mesmo. — Fora o jeito que ela pediu para você ficar com o Harrison.

— Onde você quer chegar com isso, Sophia?

— Ela pode estar abandonando o Harrison, Micael!

Ele ficou sério e imóvel. Processando todas as palavras.

— Ela não vai voltar, Micael.

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