Acordei com uma dor de cabeça daquelas. Me espreguicei na cama antes de abrir meus olhos, me acostumando com a pouca claridade que entrava no quarto.Micael havia me colocado na cama durante a noite, observei isso ao analisar uma blusa grande em meu corpo, enquanto eu estava nua por baixo.
— Droga. — Foi a primeira coisa que falei ao sair da cama, caminhando em direção à suíte.
Tomei um banho rápido, escovei meus dentes e vasculhei minha mala, que agora estava na casa de Micael.
Vesti um roupa confortável, procurando por ele.— Bom dia.
Micael apareceu. Estava sem camisa, uma bermuda de algodão enquanto usava um óculos de grau.
Ele ficava sexy de óculos. Aquilo me acordou, de outra forma.— Bom dia. — Fiquei sem jeito ao vê-lo atento em alguns papéis.
— Dormiu bem? — Micael retirou o óculos, deixando de lado os papéis.
— Eu não lembro de nada. — Me sentei ao seu lado, puxando a cadeira para mim. — Você me tirou do sofá.
— É, eu tirei. Você estava dormindo igual uma borracha de tão torta. — Soltou um riso. — Um sono cansado.
— Foi bem cansado mesmo. — Remexi meus lábios. — O que você está fazendo?
— Os seus documentos chegaram! O colégio entrou em contato, você caiu em alguma sala com o algoritmo exato demais. — O que? — Suas aulas começam na semana que vem mesmo.
— Uau, que legal! — Debochei.
— É o seu último ano. — Me encarou. — Já sabe o que quer fazer quando acabar o colégio?
— De verdade? — Micael assentiu. — Eu sempre pensei em ser advogada. Ou então... — Pensei enquanto sorria. — Estilista!
— Estilista? — Micael ficou um pouco surpreso.
— Sim. Você acha que não combina comigo? — Torci o nariz.
— Combina sim com você, querida. Aliás, eu adoraria ver você ser uma estilista de sucesso. — Sorri com o comentário. — Mas...
Escutamos a campainha tocar. Micael franziu o cenho.
— Quem será? — Levantou-se.
— Não sei. — Levantei meus ombros.
Vi Micael ir até à porta, atendendo. Paola passou por ele como um furacão. Lá vem...
— Bom dia, eu te liguei... O que você está fazendo aqui? — Me observou sentada na cadeira.
— Eu agora moro aqui. — Não tive entusiasmo na voz.
— Ah, agora ela mora aqui? — Paola apontou para Micael, enquanto fazia uma careta.
— E o que você tem a ver com isso, Paola? — Micael cruzou os braços. — Somos separados! Sophia é minha namorada.
— Uma adolescente sendo madrastra do Harrison, você não pensou nisso?
— E o que tem demais? — Micael rebateu. — Você namora um cara de vinte e quatro anos. Por que eu não posso?
— Porque é ridículo! — Paola revirou os olhos. — Enfim, eu não vim aqui para isso.
Jogou a bolsa em cima do sofá, sentando em seguida. Cruzou as pernas.
— Eu preciso que o Harrison fique com você na semana que vem.
— Claro! Por que não?
— A semana completa. — Paola soltou.
— Aí não. — Micael mudou de feição. — Eu não posso! E por que você não pode ficar com ele?
— Vou viajar.
— Leve ele!
— Não posso. — Paola ficou esquisita. — Será que você pode ficar, por favor?
— Paola, eu sei que eu sou o pai mas você não pode ficar abusando de mim desse jeito. — Micael pausou. — Por que o Harrison não pode ir com você?
— Porque não, Micael. — Ela se levantou, tentando desviar o assunto.
Porém, Micael lhe segurou pelo antebraço, analisando o roxeado imenso por sua pele.
— O que é isso? — Perguntou.
Paola puxou o braço de uma vez, escondendo.
— Nada. — Engoliu seco. — Você vai poder ou não?
— Eu quero saber o que você fez no braço! Você caiu? — Aquilo não parecia uma queda.
Me levantei, entrando no assunto.
— Ele vai poder sim, Paola! Adoramos que o Harrison venha para cá. — Fiquei em sua frente.
Paola ficou em silêncio, agradecendo baixinho. Micael não entendeu nada do que aconteceu ali, naquele momento.
— Obrigada. — Colocou a bolsa ente o braço, saindo.
— Espera! — Micael lhe chamou. — Tem certeza que está tudo bem?
— Já disse que sim, Micael. Obrigada por ficar com o Harrison. Eu juro que volto logo!
— Você vai demorar para voltar? — Micael mudou sua feição, vendo Paola sair de sua casa, entrando em seu carro. — Paola?
Ela não respondeu. Apenas deu partida com o veículo, saindo dali.
— Que loucura! — Micael negou com a cabeça.
— Que loucura digo eu. — Nos encaramos. — Alguém bateu nela, Micael!
— Bateu? Quem bateu nela? — Estranhou.
— Sei lá! Fora o jeito que ela estava sentada aqui. Quem é o marido dela? — Fiz uma careta.
— Não sei e nem quero saber. Paola é doida! Deixe ela com a nova família dela. — Entramos novamente. — Só vou me enfurecer se algo acontecer com o Harrison.
— Micael? — Chamei sua atenção.
— O que?
— Você já parou para pensar que ela pode estar em confusão?
— Você diz por conta do roxo na pele dela?
— Sim! Ela estava super esquisita aqui no sofá. — Apontei para o mesmo. — Fora o jeito que ela pediu para você ficar com o Harrison.
— Onde você quer chegar com isso, Sophia?
— Ela pode estar abandonando o Harrison, Micael!
Ele ficou sério e imóvel. Processando todas as palavras.
— Ela não vai voltar, Micael.
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Meu Professor - Coast
RomanceDurante as férias de verão, Sophia ganha um curso promocional na Califórnia. Mas ela não esperava se apaixonar pelo o seu professor, treze anos mais velho, moreno e de olhos castanhos.