Capítulo 39

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Micael me sentou delicadamente na tampa do vaso sanitário, me deixando por ali enquanto abria as torneiras do chuveiro, temperando a água. Meu corpo ainda estava levemente lesado pelo orgasmo recente. Comecei a sentir fisgadas no pescoço.

— Venha, vamos! — Segurou minhas mãos, me puxando.

Era como se eu estivesse bêbada.

O abracei quando ficamos debaixo da água morna, gostosa e relaxante. Micael soltou um riso afagado enquanto beijava o meu pescoço, segurando meu rosto e me dando um beijo terno. Fechei meus olhos e sorri, ainda deliciada com o momento que eu estava presenciando. Minhas pernas estavam tão moles que parecia que eu estava doente.

— Santo orgasmo, não? — Achou graça, me encarando rapidamente.

— Foi você quem fez isso comigo. — Nos abraçamos de novo. — Eu não quero que isso acabe. — Soltei.

— Não vai acabar.

— Uma hora vai.

Nos encaramos de novo. Micael estava um pouco sério dessa vez.

— Por que vai acabar? — Levantou os ombros.

— Eu preciso ir embora, Micael. Não posso ficar aqui!

— Você diz em relação à depois do curso?

— É. — Meu coração palpitou só de imaginar. — Eu preciso terminar a escola, minha mãe vai surtar se eu querer ficar por aqui.

— Você pode ficar aqui! É só pedir uma transferência. — Micael disse simples. — Malibu tem as melhoras escolas acadêmicas, se você quer saber.

— E minhas amigas?

— Sophia, não seja fútil. — Riu sarcástico, sendo bem direto. — Amigos você conquista em outros lugares! Sei que sentirá saudade mas, são amigos. É o ciclo da vida.

— Eu sei, é que... — Fechei meus olhos novamente. — Essa coisa de sair da escola e depois achar uma faculdade é bem chata para mim!

— Mas é importante. — Micael concretizou, me repassando pela sétima vez. — Você já sabe qual curso quer fazer?

— Ainda não sei. — Fiquei pensativa. — Eu não gosto de ficar tocando nesse assunto. Ainda tem três meses para você se livrar de mim.  — Toquei seu peito nu e molhado.

— Vou fazer você mudar de ideia. — Micael me deu um beijo na ponta do nariz. — Irei te mostrar três escolas com ranking de...

— Micael, por favor! — Calei sua boca com um beijo. — Não vamos pensar nisso agora, tudo bem? É muita coisa. Vamos só... Curtir o momento!

— Curtir o momento? Então você acha que o nosso namoro é algo de curtir o momento? — Ficou bravo.

— Como?

— Sophia, eu gosto de você! Você gosta de mim! Eu sei que ainda está muito cedo para a gente ter conversas desse tipo mas, eu quero ter uma vida com você. Entendeu?

Aquilo realmente me pegou desprevenida! Eu gostava de Micael, mas não a ponto de pensar em construir uma vida com ele, aqui, em Malibu. Eu tinha minha vida em Nova Iorque e precisava terminar a escola, fora os meus pais...
E também, tinha Lua e Mel.

— Uma vida comigo? — Me surpreendi.

— Não sou um adolescente qualquer que quer ter uma paixão de adolescente qualquer. — Soltou. — Eu quero que você cresça profissionalmente, quero que você curta a vida, do meu lado, mas ainda sim, curta.

— Eu sei. — Engoli seco. — Eu também quero tudo isso mas acho que estamos indo rápido demais. — Segurei sua mão. — Vamos terminar o curso e depois, eu posso pensar nas transferências para Malibu.

— Está mentindo para mim, não está? — Micael arqueou uma sobrancelha.

— Não, claro que não. Jamais eu mentiria para você. — O beijei.

Eu não queria mais tocar naquele assunto. Beijar Micael foi o meu único refúgio, já que ele ficaria martelando na minha cabeça sobre o meu futuro sem decisão.

Terminamos o banho entre carinhos. Micael me enrolou em uma toalha felpuda enquanto se enrolava em outra. Fomos até o seu quarto, onde me sentei na ponta da cama, esperando ele buscar uma blusa larga para mim.

— Não quero voltar para o campus. — Me joguei na cama, de braços abertos.

— Mas precisa voltar! Não quer terminar o curso? — Micael me entregou a sua blusa.

— É o que eu mais quero! — Tirei minha toalha. — Quando começa a semana de provas? — Passei o tecido pela minha cabeça, vestindo em meu corpo.

— Acho que vou aplicar na semana que vem. Já estamos um pouco atrasados! A outra turma já está na segunda etapa de provas. — Comentou, se vestindo em minha frente. — Querida?

— Sim? — O encarei enquanto secava os meus cabelos.

— Precisamos ir ao médico. Na verdade, você precisa! — Colocou as mãos na cintura.

— Por que?

— Porque você perdeu a virgindade. — Disse óbvio. — É legal você ter um acompanhamento com um ginecologista, começar a tomar algum... Anticoncepcional. — Assentiu. — Você já visitou algum ginecologista?

— Há muito tempo. — Franzi meu cenho, me lembrando. — Eu tive um problema de acne terrível e então, comecei a ter consultas regulares. — Expliquei.

— Podemos ver um para você. — Me confortou.

— Você quer que eu comece a tomar... Anticoncepcionais? — Cerrei os meus dentes.

— De verdade? — Micael sorriu leve. — É um saco transar de camisinha, então, podemos testar a ideia do anticoncepcional. Se você quiser, é claro! — Gesticulou. — Não irei te forçar nada! Mas enquanto a consulta, acho super importante.

Sorri com aquilo, realmente, Micael estava preocupado comigo. Outro fato importante de namorar um homem mais velho era que ele se importava, bem mais do que os meninos da minha idade, com quem eu já fiquei.

Recebi um beijo nos lábios, tendo Micael em cima de mim. Sorrimos cúmplices antes dele passear sua mão grande em minha coxa, adentrando perto da minha intimidade. Ele parou, mordiscando meu lábio e saindo de cima.

Lembrei que precisava de uma calcinha urgente.

— Você quer comer um pouco? — Sua voz foi sumindo diante do corredor.

— Não sei, mas minha barriga está roncando. — Levantei da cama, o seguindo.

Micael estava na cozinha, mexendo na geladeira.

— Vou fazer um sanduíche para voltarmos ao campus, tudo bem? — Nos encaramos. Assenti.

— Eu quero suco de laranja! — Pedi, atentada.

— Sim, senhora. — Brincou comigo.

Me assustei quando a campainha tocou, bem alto. Micael franziu o cenho mas fui mais rápida, atendendo. Escutei ele xingar e resmungar por eu estar somente com sua blusa. Mas eu não liguei.

— É... Olá?

A mulher morena e bonita para caramba me encarou de cima à baixo, estranhando eu estar ali. Fiquei em transe, engolindo seco para saber quem era.

— O que você está fazendo aqui?

Micael apareceu atrás de mim, indignado.
Quem era aquela mulher, meu Deus?

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