Capítulo 63

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Me aprontei para ir ao colégio naquela manhã, porém, recebi uma ligação dizendo que não teríamos aula por conta da falta de luz, no bairro onde ficava o prédio. Micael a mesma coisa, já que a faculdade em que dava aula era por perto.

Atualizações: ficamos em casa como um casal normal. Sem Harrison e Paola infernizando. A parte do Harrison eu não preciso reclamar em nada.

— O que está fazendo? — Me aproximei, vendo Micael sentado na mesa, com alguns papéis. O maldito óculos que o deixava sexy.

— Corrigindo atividades e mais atividades. — Passou a mão no rosto, agora, retirando o óculos. — Estou preocupado.

— Com o que? — Me sentei em seu colo. Ainda estava de pijama.

Envolvi meus braços em seu pescoço enquanto ele tinha as mãos livres, passeando por minha coxa e bunda.

— Preciso mesmo te dizer? — Levantou uma sobrancelha.

— Harrison? — Cerrei os dentes.

— Paola não responde minhas mensagens! Eu perguntei se o menino estava bem, até agora nada.

— Eles estavam viajando, não? — Me lembrei de leve. Muita coisa acontecia com Paola, mal sabíamos onde ela estava.

— Eu não sei. Eu realmente estou ficando preocupado. — Micael ficou sério. — Harrison ainda não tem celular, poderíamos estar nos comunicando.

— Calma, Micael. As vezes ela pode estar em um lugar que não tem área. — Pensei ao contrário. — Se ela estivesse mal, já teria ligado.

— O que quer dizer com isso? — Me encarou.

— Quero dizer que ela não precisa de dinheiro, ou então, de alguma carona. Essas coisas. — Dei de ombros. — No mínimo deve estar passeando horrores com o Harrison, enquanto estamos aqui, quebrando a cabeça.

— Sim. — Micael selou seus lábios ao meu, rapidamente. — Você tomou o anticoncepcional?

— Sim, senhor. — Assenti. — Você não confia em mim?

— Eu confio! Só não quero que você esqueça. — Alisou minha perna. — Ainda mais por ontem.

— Você me animou para que eu transasse com você. Eu particularmente acho estranho. — Torci o nariz.

— Você acha estranho eu não ter nojo de você?

— Um pouco. — Comecei a corar.

Mas antes que ficasse com vergonha por completo, Micael me deu outro beijo, me fazendo sentar na mesa, em cima dos papéis. Achei engraçado aquela cena de filme, mas tivemos que parar por conta da campainha.

— Inferno! Quem será essa hora? — Micael resmungou, saindo da cadeira e indo até à porta.

Fiquei quietinha em cima da mesa, tentando escutar quem era a pessoa que estava por trás.

Observei que Micael estava estranho enquanto conversava com alguém. Sua voz se alterou e o nervosismo tomou conta. Andei até ele, não ligando por estar de pijama.

Os dois homens fardados, ambos com prancheta em mãos tentaram acalmar Micael, que estava nervoso, balbuciando e gaguejando ao mesmo tempo. Franzi meu cenho, entrando na conversa para saber o que havia acontecido.

— O que aconteceu? — Perguntei aos policiais.

— Você é esposa dele?

— Sim. — Assenti. Mesmo não sendo. — O que aconteceu?

Micael saiu de perto, entrando como um tiro.
O que estava acontecendo ali?

— Harrison e Paola. — A voz de Micael apareceu, embargada. Estava com outra roupa, com a chave do carro em mãos. — Eu preciso vê-los!

— Senhor Borges, não vamos deixar o senhor sair de casa nessas condições. — O primeiro policial lhe parou. — Peço para que entre na viatura! Iremos levar o senhor até o hospital.

— Hospital? — Arregalei os meus olhos. — Que diabo aconteceu, hein?

— A ex-mulher do senhor Borges estava em Aspen, com o filho pequeno. Creio que do antigo casamento. — O outro policial explicou. — Parece que ela sofreu um acidente! Caiu do teleférico com o garoto. Os dois estão internados, foram transferidos para o hospital de Malibu às pressas. O único contato que estava salvo no celular dela como emergência era o do senhor Borges!

Minha cabeça deu um nó, como se fosse uma corda. Senti uma dor no lado esquerdo rapidamente, um soco no estômago e enjoo fácil. Antes que pudesse falar mais alguma coisa, já tinha avistado Micael dentro da viatura, conversando com os policiais que o levaram até o hospital.

O carro arrancou em meio à rua, saindo dali. Balancei minhas mãos como se estivesse vendo uma cena desagradável ao vivo. Senti dor de barriga no mesmo segundo, batendo a porta e correndo para trocar de roupa.
Enquanto me arrumava, chamei um táxi, torcendo para que todos estivessem bem. Apesar dos pesares.

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