Capítulo 14

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Estava tão bom que eu ficaria vinte e quatro horas pendurada nos lábios carnudos de Micael, desfrutando o quão bom é beijar. Nunca fiquei assim por menino algum, nunca tive vontade de me entregar tanto à ele. Um homem de trinta anos...

Eu queria que ele fosse corajoso a ponto de passear as mãos fortes no meu roupão felpudo, mas ele nem se quer levantou um dedo. Por que ele gostava de ser tão certinho?

— Chega. — Desgrudou dos meus lábios. — Isso é loucura demais! Você está de roupão!

— E o que tem?

— É sério que você acha isso super normal? — Cruzou os braços.

— Eu gosto de você, você gosta de mim... Tem algo de errado?

— Nossa idade! Nossa idade é algo super errado!

— Micael, para de ser tão careta a esse ponto. — Gesticulei. — Tem gente que casa e é vinte anos mais velho que o parceiro, faça-me o favor! — Comecei a me irritar.

— Acontece que eu sou o seu professor, Sophia. Eu jamais poderia me relacionar com uma garota de dezessete, isso é crime!

— Irei fazer dezoito daqui alguns meses.

— Quando o curso acabar, você quer dizer. — Passou a mão nos cabelos. — Não tem como a gente ficar junto, Sophia! É errado demais!

— Ok, mas pelo menos você vai voltar a dar as aulas, não é? — Esperava um sim como resposta.

— Eu vou conversar com a secretaria e então, reverter o processo de transferência. — Quase dei pulinhos de felicidade. — Vai me prometer que não vai mais sair com aquele tal de Philipe?

— Eu prometo! — Bati continência, vendo Micael sorrir. — Se fizermos isso, podemos dar uns beijinhos quando ninguém estiver vendo?

— Não! — Soou grosso. — Você precisa focar nos estudos, depois pode procurar um pretendente.

— Eu já tenho um pretendente. — Sorri sapeca.

— Ah, é? Posso saber quem é?

— Hum... Ele é mais velho do que eu, chato, mandão, lindo, engraçado e... — Cheguei mais perto.

— Não me faça cometer loucuras aqui dentro, senhorita Abrahão! — Me beijou novamente.

Aaaaaaaaah, eu estava sonhando! Mas não queria acordar daquele sonho nem a pau.

— Melhor eu ir! — Beijou as minhas mãos. — Vista-se antes que alguém apareça por aqui.

— Philipe não é doido de vir aqui.

— Enfim, vista-se. — Foi mandão e sexy.

— Irei me vestir. — Assenti.

— Vamos jantar em casa amanhã, tudo bem?

— Na... Sua casa? — Fiquei incrédula com o convite.

Então estávamos tendo alguma coisa? Hum...

— Sim. Na minha casa! — Voltou a repetir. — Você não quer ir?

— É óbvio que eu quero ir. — Sorri. — Mas como você vem me buscar? Quer dizer, a gente precisa combinar para ninguém nos ver.

— Me espere na parte de trás do campus, naquele lugar onde você e o Philipe se encontraram. — Assenti, me lembrando.

— Pode deixar.

— Te busco às seis e meia, pode ser?

— Seis e meia? — Me lembrei de Hilary.

Ela não estaria dormindo às seis e meia.

— Você não acha muito cedo? Eu tenho medo que Hilary possa nos pegar!

— Quem é Hilary? — Micael franziu o cenho.

— Minha colega de quarto. — Fiz uma careta.

— Às oito?

— Melhor. — Voltei a me tranquilizar.

Micael me deu um beijo na testa, saindo com cuidado para que ninguém o visse. Quando fechei a porta novamente, faltei dar pulinhos de ansiedade e euforia, me jogando na cama, suspirando como nos filmes de garotinha apaixonada.

Eu estava gostando do meu professor, havia o beijado e por fim, iríamos jantar na casa dele.
Sério, se for um sonho eu não quero que me acorde nunca mais.

Havia pegado no sono alguns minutos depois, sonhando com o jantar que aconteceria na casa de Micael. Me espreguicei e acordei mais leve, vendo Hilary escutar música e escrever algo em um caderno velho. Ela sorriu quando acenei, achando graça do meu cochilo aquela hora da tarde.

— Olá, bela adormecida. — Tirou os fones de ouvido.

— Oi. — Me espreguicei. — Faz tempo que você chegou?

— Uns trinta minutos. — Me espantei. — Você caiu num sono daqueles! Não escutou as batidas na porta.

— Você bateu na porta? — Estranhei.

— Eu não, mas o garotinho estava batendo.

Que garotinho?

— Que garotinho, Hilary? — Cocei meus olhos.

— Um chatinho! Acho que o nome dele é Philipe! — Lembrou, dando de ombros. — Disse que queria falar com você, mas eu mostrei o seu estado com a porta entreaberta.

— Meu Deus, Hilary! — Coloquei as mãos no rosto. — Se ele voltar aqui de novo, por favor, não me mostre ou fale que eu estou ocupada.

— Então você está saindo com ele? — Segurou o riso.

— Uma longa história. — Suspirei. — Se eu te contar, você promete não me zoar?

— Depende.

Me preparei e contei tudo à Hilary. Menos a parte que Micael estava me beijando escondido.

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