Capítulo 62

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Harry me deixou bastante surpresa por sua audácia, hoje mais cedo. Terminei a última aula do dia, arrumando o meu material para ir embora.

Dez chamadas perdidas de Micael, cinco mensagens de texto e sua preocupação nas alturas. Ele sabia que eu estava no colégio, só queria se fazer o bom mocinho.

— Indo para a casa? — Harry ficou ao meu lado, me acompanhando.

— Sim. Creio que você também! — Debochei.

— Eu vou beber. Quer ir?

— Não, Harry. Sério, onde você vive? — Achei graça.

— Em Malibu. Mais precisamente nessa cidade. — Gargalhei em sua cara. — Qual a graça? Não entendi.

— Você fuma, bebe, xinga os outros, é autoritário. — Pensei em mais palavras. — Quantos anos você tem?

— O ideal para saber que eu sou assim. — Respostas difíceis. — Não quer ir mesmo?

— Não. Preciso ir para a casa! — Suspirei.

— Nada a ver, nerd. — Negou com a cabeça.

— Eu não sou nerd! E francamente, eu bebendo com você?

— O que tem? Você queria que a gente estivesse transando? — Harry soltou um riso gostoso.

Fiquei com a cara fechada, não havia gostado da brincadeira. No final, meu rosto corou, com vergonha por sua fala.

— Foi mal.

— Só cuidado com as suas brincadeiras. — Adverti.

Paramos em frente ao portão do colégio. Harry coçou a nuca, um pouco sem graça.

— Foi mal, tá legal? — Rendeu as mãos. — É que você tem um jeito diferente de...

— De conversar? — Fiquei curiosa para saber. — Você também, Harry! Mas acontece que eu preciso ser respeitada.

— Ok. Foi mal! — Ficou arrependido.

— Eu vou indo nessa. — Sorri leve à ele, que deu de ombros. — Até amanhã.

— Vai pela sombra. — Buscou outro cigarro em seu maço.

Sai dando risada, achando um jeito de voltar para a casa naquele calor. Durante a volta, passei em uma sorveteria, comprando um picolé de morango e indo para o ponto de ônibus. O dia estava agradável! Algumas pessoas na praia, crianças brincando nos píer's aleatórios. Um dia bom, mas não tão bom para mim.

Cheguei em casa na caída da noite. O carro de Micael já estava na garagem.

— Ok, obrigado. — Escutei sua voz quando passei pela porta. — GRAÇAS A DEUS! ONDE VOCÊ ESTAVA? — Segurou em meu rosto.

— Você sabe onde eu estava. — Fui grossa.

— Não, eu não sei! Você sumiu quando eu acordei. Posso saber o por quê?

— Eu fui para o colégio. — Disse óbvia. — Não queria fazer você levantar e ir me levar.

— Como se eu não fizesse isso todos os dias, não é mesmo? — Cruzou os braços.

— Micael, olha. — Cerrei meus olhos. — Eu não quero brigar de novo, ok? Eu tive um dia tenso no colégio, fora que essa história do Harrison já poderia acabar. A gente conversou sobre isso, lembra?

— Claro que eu lembro. — Micael assentiu. — É que...

— Não. Tá bom? — Fiquei em sua frente. Toquei seu ombro, alisando o músculo saltado. — Eu quero ficar bem com você. Não adianta nada a gente ficar brigando.

— Concordo. — Micael selou seus lábios ao meu. — Como foi o dia hoje?

— Cansativo, tenso. — Na realidade foi super engraçado. Ambas as partes, acredito eu. — E você?

— O mesmo. Alunos e mais alunos impacientes. — Rolou os olhos. — Fiquei preocupado com você, não atendeu as minhas ligações.

— Estava no mudo. — Sorri leve.

— Hum. No mudo. — Micael mordiscou o meu pescoço. — Senti sua falta!

Assenti por dentro, sem mexer minha cabeça, somente sentindo os beijos de Micael descerem o meu pescoço e suas mãos, impacientes, tocaram meu corpo. Mais precisamente envolto dos meus seios, inchados e doloridos por conta da menstruação.

Tive meus olhos fechados quando senti Micael abrir o botão da minha calça jeans, descendo com força até os meus pés. Fiz o favor de tirar os meus tênis com os próprios pés, ajudando ele a ser mais rápido. Eu não podia transar, já que estava menstruada.
E esqueci completamente disso!

Só me lembrei quando estava deitada na cama, de pernas abertas, com Micael no meio do meu corpo. Estava só de calcinha e com o rosto corado.

— Espera. — Segurei sua nuca, perto do meu rosto. Ele prestava a atenção. — Eu não posso!

— Por que não? — É sério que ele não se lembrava.

— Eu estou menstruada. — Corei. — Esqueceu?

— Não, eu não esqueci.

Envolveu os dois dedos em cada lado da minha calcinha, descendo. Parei no mesmo instante, barrando ele de descer mais.

— Micael... — O tentei parar.

— Eu sei. Fique tranquila! Eu não tenho nojo de você. — Soltou, concentrado em passar a calcinha por minhas pernas.

Pareceu nojento por um instante, mas depois eu me acostumei.

Micael passou a calcinha delicadamente por meus pés, voltando os dois na cama, na posição em que eu estava. O absorvente colado na calcinha, pouco sujo, chamou sua atenção para que o mesmo puxasse, na mesma hora. Ele dobrou o algodão descartável, enrolando como se fosse jogar no lixo.
Meu Deus, eu preciso casar com esse homem.
Que tipo de cara faz isso?

— Viu só? Fim dos problemas. — Se aninhou novamente comigo, sorrindo sarcástico e tirando um beijo de mim, daqueles.

Micael estava por cima, dedilhando minha fenda úmida para poder entrar, do jeito que queria. Eu ainda estava com vergonha, por estar menstruada e sujar toda a roupa de cama, fora o seu pau.
Por que, meu Deus? Por que?

E confesso que não foi tão ruim assim! Eu estava excitada durante esses dias, mesmo sentindo cólicas e uma dor de cabeça terrível, tirei um tempo para sentir tesão em momentos que eu não podia.
E senti outras sensações como: Micael deslizando gostosamente dentro de mim, meus mamilos mais eriçados e doloridos, gemido manhoso e calor.

Gemi alto da última vez, dizendo à Micael que havia gozado. Ele lambuzou meus mamilos com sua língua quente antes de sair de mim, deitando ao meu lado.

Estava um pouco ofegante quando se virou para me observar. Tive os olhos fechados, cansada e com um pouco de sono. Precisava de um banho antes.

— E então? Tudo bem? — Teve cautela, como sempre.

— Aham. — Nos encaramos. — Preciso de um banho mas estou cansada.

— Eu posso te dar um banho, querida. — Sorriu leve.

— Não. — Tive manha na voz, me mexendo na cama. Tomei coragem para me sentar, ficando feliz por não ter sujado a cama e muito menos o pau de Micael. Eu acho.

Levantei devagar, com medo de algo escorrer pela minha coxa. Estava estranha depois do sexo, acredito que seja por esse contato: pênis e menstruação, uma coisa que não combinava.

Entrei na suíte e me tranquei por lá, antes de Micael vir atrás de mim, querendo por mais. Precisava descansar, precisava me limpar e principalmente, desligar a minha mente que estava à mil.

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