Meu coração se quebrou em mil pedaços! Micael não estava mais ali, Micael não era mais o meu professor... O que havia acontecido com Micael?O nó na minha garganta se fez, parecia que eu havia perdido um parente da família. Foi difícil escutar uma palavra do professor novo, que deu sua vida para dar uma aula descente. Eu queria o Micael!
— Com licença, professor. — Me levantei da mesa, saindo como um furacão, sem dar satisfação para onde iria naquele momento.
Corri pelo imenso corredor até achar a secretaria, parando em frente, ofegante, encarando a mulher que terminava de atender o telefone. Ela me observou por debaixo do óculos.
— Pois não? — Voltou o telefone na base.
— Eu gostaria de saber o que aconteceu com o professor Borges, de Marketing Digital. — Tranquilizei minha respiração.
— Motivos pessoais! Ele pediu transferência. — Começou a mexer em uma pilha de papéis.
— Como ele pediu transferência? Isso não pode acontecer! Eu tenho dois trabalhos para entregar à ele. — Menti. — Você poderia me dar um telefone para contato ou algo assim?
— Garota, você é o que dele, hein? — A mulher fez uma careta. — Eu não posso te passar o telefone de um professor assim. Quer entregar o trabalho? Entregue para o professor novo!
Quis esmurrar a fuça aquela nojenta irritante, fazer ela engolir a pilha de papéis que estava mexendo. Por fim, soltei um suspiro e cansei de lutar para saber aonde Micael havia se enfiado.
— O E-MAIL! — Gritei, fazendo meus neurônios fervilharem após lembrar dessa peça importante.
A mulher não entendeu quando deixei a secretaria, mexendo em meu smartphone e vasculhando a caixa de e-mails. O nome de Micael estava lá, com uma atividade de semanas atrás, mas acabei não fazendo.
Sentei no banco extenso ao lado, digitando o mais rápido que pude para mandar a mensagem. Não tinha o telefone dele, muito menos alguma rede social. Eu queria notícias de Micael e saber o por quê dele ter me deixado.
Horas mais tarde, voltei ao alojamento e decidi tirar um cochilo. Não estava bem para as aulas, não iria me concentrar com aquele professor novo, que mais parecia o meu tio. Aproveitei que Hilary não estava presente, tomei um banho relaxante, passei creme em minhas pernas e por fim, me vesti com um roupão felpudo, deitando na cama, fechando os olhos para um breve cochilo.
Estava quase lá quando escutei batidas infernais na porta. Por que Hilary não entrava de uma vez? Não tínhamos vizinhos!
— Você esqueceu a chave, Hilary? — Perguntei, ainda com a porta fechada.
Mas não esperava ver Micael do outro lado. Ele segurou em meus braços, me empurrando para dentro com uma força bruta. Bateu a porta e trancou, atrás de si.
Legal, eu estava de roupão!
— ONDE VOCÊ FOI? — Fiquei eufórica, como uma mãe preocupada.
— Eu li o seu e-mail. — Nos encaramos.
— Para onde você foi? — Coloquei as mãos na minha cintura, suplicando por explicações.
— Eu pedi transferência! Não posso dar aula depois de tudo o que aconteceu.
— Ninguém sabe, Micael! E outra, nós nos beijamos como pessoas normais. Hoje em dia é super normal uma menina de dezessete ficar com um cara de vinte e oito. — O tranquilizei.
— Acontece que eu não tenho vinte e oito anos. Eu sou o seu professor! Eu fui pago para dar aula, não beijar as aulas fora do expediente. — Ficou irritado.
— Ninguém mandou você agir daquele jeito com o Philipe.
— Agora a culpa é minha? Engraçado que você fugiu com ele e eu que sou o errado?
— Pera, você está com ciúmes? — Segurei meu riso.
Ver Micael bravo por tolices era tão... Sexy e engraçado.
— Não é ciúmes! Eu só quero cuidar de você, Sophia. Aquele moleque pode querer qualquer coisa de você e depois te jogar fora.
— Então você está insinuando que o Philipe só quer transar comigo e depois me jogar fora?
— Exato!
— Como você é careta. — Revirei os olhos.
— Está vendo? Além de tudo você não acredita em mim, que sou homem e tenho trinta anos.
— Prefiro confiar no Philipe no que em você! Ele me contou que você é casado, sua esposa é linda. — Me estremeci só de imaginar. — Coitada dela.
— Como?
— Não venha se fazer de desentendido.
— Eu não tenho esposa! Quem disse isso à você está muito mal informado.
Observei a feição de Micael, ficando com vergonha. Não sabia onde enfiar as minhas reações. Óbvio que Philipe havia mentindo para mim, e eu tola, cai como uma folha.
— Então está me dizendo que você não é casado?
— Muito menos tenho esposa. — Rolou os olhos. — Aposto que foi o ameba do garotinho que você está beijando, que contou.
— Sim, foi ele. — Eu queria me jogar da ponte.
— Droga! — Passei minhas mãos no rosto. — Enfim, me desculpa por isso.
— Por você ter passado vergonha? Claro! — Foi debochado. — Espero que você aprenda a confiar em mim.
— Eu confio em você!
— Pelo visto, não.
— Volta para o curso! Eu não posso ficar com aquele professor que parece o irmão do meu pai.
Micael soltou um riso sincero, voltando a me observar de cima à baixo. Fui de encontro com seu corpo, alisando seus ombros fortes.
— É arriscado eu voltar. Aquele moleque pode fazer qualquer coisa para prejudicar.
— Ninguém vai acreditar nele.
— Sophia...
— Por favor, Micael! Eu não posso mais ficar longe de você.
Saco! Eu estava caidinha por Micael Borges, meu professor. Declarei isso à minha mente e corpo, quando nos beijamos pela segunda vez. Ali não havia ninguém para tirar a nossa paz, a não ser que Hilary chegasse e batesse na porta.
Mas por enquanto, estava tudo indo as mil maravilhas!
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Meu Professor - Coast
RomanceDurante as férias de verão, Sophia ganha um curso promocional na Califórnia. Mas ela não esperava se apaixonar pelo o seu professor, treze anos mais velho, moreno e de olhos castanhos.