Capítulo 8

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As praias de Malibu eram iguaizinhas como nos filmes. Fiquei encantada como uma menininha quando Micael parou seu carro em frente à uma, não fazia ideia de que praia era, só sabia que era muito bonita. Desci do veículo com sua companhia, andando até a calçada mais próxima da gente.

Virei meu rosto para sorrir à Micael, que fazia o mesmo, feliz com as minhas reações.

— E então? Divertido? — Colocou as mãos no bolso da bermuda.

— É como nos filmes. — Sorri. — Podemos caminhar um pouco?

— Claro! Foi para isso que eu te trouxe aqui.

O que ele quis dizer com isso? Ele estava me chamando de sedentária?

Micael desceu por uma escadinha pequena, que dava acesso a areia branca da praia. Tirou a sandália que estava usando, fiz o mesmo com meu tênis, segurando na mão enquanto caminhávamos vendo o resquício do pôr-do-sol, que ia embora dali.

— Por que você aceitou fazer esse curso? — Me encarou.

Franzi meu cenho com a pergunta, completamente desprevenida.

— Minha mãe encheu o saco e eu gostei dos benefícios. — Soltei um riso, lembrando da minha mãe. — Por que disse isso do curso? — Fiz outra careta.

— Porque o curso é uma porcaria! — Disse simples, sem culpa nenhuma.

— Como? — Ri incrédula. Ele estava demais!

— O curso é uma porcaria! — Repetiu. — Tudo bem que é o New York Times disponibilizando um certificado para você mas, é uma porcaria! — Rolou os olhos. — Você verá no fim do semestre e vai dizer a sua opinião para mim.

— Não imagino que seja isso. Só é uma porcaria porque você fica pegando no meu pé! — O lembrei.

Micael soltou um riso contra o vento. Os cabelos esvoaçaram de um jeito sexy.

— Sabe por que eu fico pegando no seu pé?

Paramos no meio da praia, as ondas quase batendo em nosso pés, mínimas, mas ainda sim tínhamos contato com a água gelada. Meu Deus, eu não estava preparada para qualquer palavra dele.

— Por que? — Fiquei feliz de não ter gaguejado.

— Porque achei que você fosse mais velha. E inteligente!

— Ei! Eu sou inteligente. — Odiei sua linha de pensamento. — Se eu não fosse...

— Você não passaria na prova, é, eu já sei. — Me remedou, de um jeito cansado. — É que...

— É que o que?

Nos encaramos por um minuto. Um silêncio terrível, a não ser as ondas.

— Caraca, o que eu estou fazendo, hein? — Micael passou a mão no rosto, incrédulo com todo o ambiente que estava vivendo.

Eu já sabia do que se tratava, assim como eu. Micael estava caído por mim, era nítido! Não conhecia tantos homens mas ele foi fácil desvendar, por suas reações cômicas. Não era mais um moleque. Ou eu estava pensando totalmente errado.

— Você quer dizer algo para mim? — Inclinei minha cabeça, esperando por mais de Micael.

— Vamos indo! — Comentou sério, tentando não ficar desconfortável à todo o minuto.

Caminhamos mais uns minutinhos durante a areia fofa de Malibu, vendo que já estava anoitecendo. Sorri ao avistar o parque enorme, perto de um píer. Micael balançou a cabeça e sorriu no ar, incrédulo por estar passeando com uma garota de dezessete anos.

— Você quer ir lá? — Levantou uma sobrancelha.

— Você faria isso por mim? — Me animei.

Eu adorava parques de diversões, isso me fazia lembrar de Mel e Lua. Quase toda vez que a minha cidade recebia um parque diferente, nós íamos até lá. Saudades.

— Estamos passeando, não é mesmo? — Levantou os ombros.

Sorri para Micael e andei com um pouco mais de felicidade, ficando na frente e tirando boas risadas do mesmo. As luzes, carrosséis, roda gigante... Ah! Eu adorava parques, eu fiquei tão feliz de irmos naquele.

— Vamos na roda gigante? — Optei para ele, que fez uma careta.

— Hmmm, acho que não. — Torceu o nariz. — Vou ficar aqui embaixo, é perigoso alguém nos ver!

— Como? — Não havia entendido a sua linha de raciocínio. — Já estamos passeando, o que tem demais alguém nos ver?

— Você gostaria de alguém do campus ver a gente passeando como dois... — Micael parou automaticamente.

— Como dois namorados? — Fui atrevida! Coloquei as mãos na cintura.

— Vou comprar os bilhetes.

— Eu não quero mais! — Fiz manha, como uma menina mimada. — Podemos voltar para o campus?

— Isso tudo é porquê eu não quero ir?

— Não tem graça só eu me divertir. Isso não é justo! — Cruzei meus braços. — Se vamos ficar nessa, é melhor irmos embora.

Eu ficava estressada muito rápido com algumas coisas, uma delas foi ver Micael fazer isso. Ele respirou fundo, apertou o osso do nariz com o dedão e bufou, como chave de ouro. Umedeceu os lábios para soltar a frase cômica de pai enfurecido.

— Você está agindo como uma sem educação!

— Você não pode me obrigar. — Bati meu pé. — Vamos indo? Estou cansada! Suas aulas de reforço estão me matando. — Menti.

Micael não disse nada, apenas seguiu andando na frente, onde segui. Não falamos mais nada até chegarmos em seu carro, fazendo todo o caminho de volta. Droga, eu estraguei tudo!

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