Capítulo 47

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Três semanas depois.

Vibrei contente ao receber um dez, especificamente do meu professor: Micael Borges.

Estávamos fechando o portfólio para a segunda semana do curso, que estava acabando. Micael e o restante dos professores ficaram eufóricos para formar todas as turmas de uma vez. Quase não estávamos nos vendo, ficou um pouco difícil.

Naquela semana, Micael não ficou com Harrison, o que facilitou nossas saídas à noite, escondido. Fiquei dormindo na sua casa por pelo menos três dias, chegando mais cedo no alojamento e me preparando para ir ao campus.

Eu estava adorando essa vida imaginária de casados. Era legal!

— Você desligou o arroz?

Micael apareceu correndo até o fogão, verificando o vapor que saía.

— Micael, eu não sei o ponto do arroz do risoto. — Fiquei atrás do mesmo, que experimentava o arroz em uma colher.

— No ponto! Mais três minutos e íamos comer carvão. — Soltou um riso, levando a panela até a pia.

— Como você é exagerado. — Fiz uma careta.

— E então, você ligou para a sua mãe? Ela vem na cerimônia? — Micael tinha um pirex em mãos.

— Acho que sim. — Pensei. — Meu pai queria vir mas não sei se o dinheiro vai dar. — Me escorei na parede, enquanto via Micael terminar o jantar.

— Eu posso emprestar, se ela quiser. — Levantou o olhar para mim.

Gargalhei.

— Qual foi o motivo da risada? Não entendi. — Ficou sério.

— Viajou, né? Imagina o meu professor emprestando dinheiro para os meus pais virem? Não sonha, Micael!

— Eu sonho sim! Uma hora você vai ter que contar que estamos juntos. — Colocou o arroz no pirex. — Esquece, não vamos comer risoto. — Mudou radicalmente.

— O que deu de errado com o risoto? — Me prontifiquei de ver.

— O que deu de errado é você não ter contado nada para a sua mãe ainda.

Micael se escorou na pia, me encarando. Queria uma satisfação dos acontecimentos, já que não tínhamos nos falado.

— Olha, eu disse que vou contar. — Rendi minhas mãos. — Mas ela vai dar show!

— Você vai ter que contar, Sophia. Se não, quem vai contar sou eu.

— Nunca. — Gargalhei maléfica.

— Quer esperar para ver? — Micael levantou uma sobrancelha.

Fiquei quieta, remexendo minha língua dentro da boca, me segurando para não discutir com Micael.
Vi o mesmo abrir o armário da cozinha, retirando de lá uma lata de milho, abrindo e colocando no arroz. Não sabia mais o que íamos comer, cada hora era uma coisa.

— A cerimônia já é na semana que vem.

Ele trouxe o pirex para a mesa. Arroz com milho, carne ao molho madeira e salada de rúcula com manga.

— Eu sei. — Puxei uma cadeira. — Acho que preciso comprar um vestido.

— Podemos ver algum.

— Não Micael, não podemos! — Me irritei um pouco.

Amava esse lado do Micael, mas precisávamos parar.

— Por que não podemos? — Ele se sentou.

Respirei fundo, acalmando meus nervos que estavam à flor da pele. Isso tinha um nome!

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