— Então você está terminando comigo?O nó na minha garganta doeu mais que uma ferida aberta. Tentei segurar o choro, mas fui fraca, deixando minhas lágrimas à Micael otário Borges, professor de Marketing Digital.
— Eu acho melhor assim, Sophia. Eu não quero interferir na sua vida! Você é nova, jovem... Amo você mas não quero te prender na minha vida.
— Me prender? Oras. — Blefei. — Você disse que me amava, disse que iria me proteger de qualquer coisa!
— Sim, eu disse. — Confirmou. — Mas não aguento ver você nessa situação! Você não é mãe do Harrison, você é minha namorada!
— E o que tem a ver? Eu amo o Harrison mais do que tudo, Micael. EU CRIEI UM AMOR POR ELE! — Me alterei. — Você está com raiva porquê eu sai para beber com o Harry?
— Também! Você deveria ter me contato, no mínimo. — Umedeceu os lábios. — Você mentiu para mim.
— E você também. — Sequei minhas lágrimas. — Obrigada por me fazer de idiota esse tempo todo.
— Sophia, pelo amor de Deus...
— Vai pra casa do caralho, tá legal?
SIIIIM, ESSA É A SOPHIA QUE EU CONHEÇO!
Para finalizar minha angústia, ódio e tristeza, dei um tapa bem dado na face de Micael, que ficou sem reação, entreabrindo os lábios e colocando a mão no local.
Aproveitei e soquei algumas roupas dentro da minha mochila, recolhi meus objetos pessoais e sai, sem dar adeus à Harrison, eu não ia ser forte a esse ponto.
— Harry?
Tive meu celular na orelha, enquanto caminhava até o ponto de ônibus mais próximo. Chorei como uma criança perdida, com muito medo de algo acontecer. Sim, eu estava perdida. Na vida!
— O que aconteceu? Por que você está chorando?
— Será que eu posso ir para a sua casa? — Funguei. — Eu te explico tudo no caminho. — Fiz sinal para o ônibus parar.
— Claro! Claro! — Deixei Harry um pouco aflito. — Estou te esperando no portão. Vou te passar o endereço.
Em quinze minutos eu estava na rua de Harry, o vendo no portão, como combinado. Sua casa parecia um sobrado abandonado, em uma rua, também, abandonada.
Desci do ônibus e o abracei, bem forte, deixando minhas lágrimas conterem o meu rosto.
— O que houve? — Ele alisou sua mão em minhas costas.
— Micael terminou comigo. — Busquei ar, não aguentava mais chorar. — Ele... Ele ficou bravo porque eu cheguei nesse horário. Ele ficou sabendo do emprego, enfim. — Queria bloquear essa visão. — Hoje é o pior dia da minha vida!
— Não fala assim. Ele só te deu um pé. — Harry rolou os olhos. — Vem, vamos. Você precisa descansar um pouco.
Harry tinha razão! Eu precisava descansar a minha cabeça, que estava enorme por dentro, latejando e rebobinando a imagem de Micael, dizendo que estava terminando comigo.
— Não repara na bagunça. — Harry abriu a porta velha, que rugiu.
Ok, vamos lá... Eu sei que homens não são tão limpos e organizados mas, eu senti gastura daquela casa e não podia reclamar de muita coisa.
Era uma casa boa, porém, extremamente bagunçada. O cheiro de maconha embrulhou o meu estômago rapidamente.
Cuecas, embalagens de camisinha, garrafas vazias de cerveja em cima do balcão e um cinzeiro, com ponteiras de maconha forrando o objeto.E para terminar, uma bateria, bicicleta e o uniforme do Ahoy jogado no chão da sala. A luz também era péssima, como se fosse um cativeiro.
— Eu juro que tomo banho. — Harry soltou.
— Você percebeu que eu percebi que a sua casa é bagunçada? — Cerrei meus dentes.
— Deu para perceber sim e muito! Mas é o que tem, a não ser que você queira ficar em um hotel. — Levantou os ombros, debochando.
— Desculpa. — Passei a mão no rosto. — Onde eu posso deixar a minha mochila? — Em qualquer lugar que não estivesse bagunçado?
— Em qualquer lugar. — Não disse?
Harry caminhou até à cozinha americana, com o balcão bem bagunçado. Abriu a geladeira, tirando de lá duas garrafas long neck de cerveja. Me ofereceu uma.
— Não, valeu.
— Ah, vamos! — Me encorajou. — Você levou um pé de um homem com sessenta anos que tem um filho doente. No mínimo, o que você precisa agora é beber. — Me entregou a garrafa. — Um brinde ao seu aniversário de dezoito anos! — Bateu a boca da garrafa com a minha, me fazendo sorrir.
— Um brinde! — Que merda, que grande merda.
Se a única coisa que eu podia era beber para esquecer os problemas, então faria isso da forma mais agradável possível.
Não sei até que horas fiquei com Harry, ali, bebendo e rindo da desgraça que foi o meu aniversário.
Só sei que as coisas perderam o controle quando meu corpo respondeu mais forte do que a minha mente.Em minutos, eu não estava mais com a boca na cerveja, e sim, estava com a boca grudada na boca de Harry.
Em outros flashes, já estava nua com Harry, em cima do sofá que decretei estar imundo quando cheguei.
Sempre falei que o único que tocaria o meu corpo era Micael, mas eu estava totalmente errada. Meus pensamentos mudaram depois de estar transando com Harry, bêbada, sem lembrar de muita coisa.
Depois disso, minha mente se apagou. De vez.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Professor - Coast
RomanceDurante as férias de verão, Sophia ganha um curso promocional na Califórnia. Mas ela não esperava se apaixonar pelo o seu professor, treze anos mais velho, moreno e de olhos castanhos.