Meu Professor - Coast

Capítulo 27

Micael me enrolou a tarde inteira para não dizer aonde íamos à noite. Eu achei que seria no fim de tarde, quando o vento correu pela janela da sala, balançando as cortinas. Senti sono, cansaço, apesar de não ter feito nada com ele de duplo sentido.

— Com sono? — Sentou no meu lado, no sofá.

— Mais ou menos. — Suspirei. — Eu quero saber onde você vai me levar. — Rolei meus olhos.

— Calma! — Beijou minha boca, rápido. — Podemos sair daqui à pouco.

— Micael, o sol está se pondo! Eu estou ficando realmente preocupada para onde você vai me levar.

— Eu não vou te matar, fique tranquila. — Segurou o riso.

Revirei meus olhos e esperei para onde ele iria me levar. Micael levantou do sofá, meia hora depois, buscando a chave do carro e me chamando para ir com o mesmo.

A noite já havia caído! Alguns vizinhos olhavam a gente com olhar de julgamento, o que me deixou um pouco desconfortável. Até tentei imaginar se eles já tinham visto sua ex-noiva nessa casa, mas acredito que não.

— Vamos lá. — Entramos no carro. — Quer escolher alguma música de adolescente apaixonada? — Micael deu um sorriso de orelha à orelha. Estava muito engraçadinho!

— Sério? — Fiz cara de deboche. — Eu quero saber para onde nós vamos ir!

— Você vai saber. — Deu ré, saindo da garagem.

"Eu iria saber" essa foi a frase que Micael mais falou durante o trajeto até sabe lá Deus onde. Ficamos conversando o caminho inteiro, enquanto observava Malibu diante do vidro do carro. Porém, não esperava o meu celular tocar, indicando o nome da minha mãe no identificador de chamada.

Arregalei os meus olhos, observando Micael, que franziu o cenho.

— Quem é?

— Minha mãe. — Tive meu smartphone em mãos. — O que eu faço?

— Atende! Vai ficar esperando a chamada cair? — Parou no semáforo.

Balbuciei antes de enfiar o aparelho na orelha, gaguejando na hora de falar.

— É... Oi, mãe? — Mordi a ponta dos dedos.

— Filha, o que houve com você? Não deu nenhuma notícia!

— Eu estou estudando muito, mãe. — Encarei Micael com uma careta. — Desculpa.

— Esqueceu que tem família?

— As aulas estão corridas! Eu vou fazer uma prova na semana que vem.

— Você está gostando do lugar? Como está indo as aulas?

— Bem. Muito bem! — Tentei manter a calma. — Aqui é lindo, mãe. Tem praias e mais praias, pier's, gente linda. — Eu e Micael nos encaramos, ambos sorrindo. — Aqui é incrível!

— Que bom que você está gostando, querida. Seu pai está com saudade de você! Eu pensei em ligar porque você não mandou nenhuma mensagem, nada. Fiquei preocupada!

— Não precisa se preocupar, sabe? Eu estou bem. Comendo, dormindo e estudando. O programa é ótimo! — Levantei os meus ombros, torcendo para que a minha mãe acreditasse em tudo.

Estava acontecendo tudo isso, porém, de um jeito mais... Intenso! Eu não iria contar para ela que eu estava dentro de um carro, com um homem de trinta anos dirigindo.

— Fico feliz! Então você está bem mesmo?

— Sim, mãe.

— Liga para mim amanhã? Estou com saudade de você! Viu? Te amo, meu amor.