Capítulo 18

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Era tarde quando Micael parou o carro em frente ao alojamento. Aquela hora não havia mais ninguém na rua, inclusive uma iluminação descente. Retirei o cinto de segurança e suspirei, enquanto encarava Micael, que tinha um sorriso no rosto.

— Vai pegar no meu pé amanhã? — Levantei os meus ombros.

— Se você não fizer o dever...

— Eu faço todos os deveres que você passa! — Rolei meus olhos. — O seu negócio é que você adora pegar no meu pé.

— Eu pego no seu pé porque eu me preocupo com você. — Segurou a minha mão.

Fui surpreendida por um beijo na mão, em seguida, em meus lábios, como uma despedida gostosa. Sorrimos cúmplices antes de nos deixarmos. Odiava essa parte!

— Não se atrase amanhã! — Me deu o aviso.

— Combinado. — Dei um selinho rápido.

Sai às pressas do carro de Micael, com medo de que alguém me visse. Subi as escadas e por sorte, ainda peguei Hilary dormindo como uma pedra.

O dia seguinte me veio! Uma preguiça daquelas que não dá vontade de levantar da cama, nem por um mísero xixi.

Fiz minha higiene matinal, troquei de roupa e sai com o meu material. Troquei poucas palavras com Hilary, já que a mesma estava atrasada. Tudo estava em perfeita paz enquanto caminhava até o refeitório do campus, mas tudo mudou quando Philipe veio até mim, insistente como sempre.

— Oi. — Não tinha a cara muito boa. — Você está me evitando?

— Bom dia para você também! — Sorri amarelo à ele, tentando quebrar o clima desconfortável.

— Então, está me evitando? — Tocou no assunto, de novo.

— Philipe, eu sei que a gente conversou, tivemos um clima legal... — Torci o nariz. — Mas eu não quero nada sério, não agora.

— Então você me usou e agora está jogando fora? — É O QUE?

— Philips, eu jamais te usei! A gente se beijou e conversamos um pouco. — Foi uma rua sem saída aquela conversa. — Acontece.

— Não, Sophia. Não acontece! Eu sei porquê você está me evitando desse jeito. — Ficou irritado em segundos. — É aquele pedófilo ridículo que está atrás de você, não é?

— Philipe, por favor. — Rendi minhas mãos. — Micael é apenas o meu professor, o que aconteceu aquele dia foi um equívoco.

— Equívoco? Ele me empurrou! Eu posso muito bem dar queixa dele, contar tudo o que aconteceu.

— Acontece que não tem nada para você contar, Philipe. — Eu havia me irritado. — É melhor você me deixar em paz, ou então, terá confusões comigo.

— Prefiro ter uma confusão com você do que deixar você nas mãos daquele pedófilo canalha! — Cuspiu as palavras.

Revirei meus olhos e o deixei falando sozinho. Philipe não me seguiu, ficou apenas me fitando de longe, enquanto pegava minha bandeja e procurava um lugar para comer em paz.

Fiquei com medo, confesso! Andei o mais rápido que pude antes que o sinal tocasse. E ele tocou... Segurei o meu material firme, andando como se estivesse fugindo de alguém.

Meu coração gelou quando mãos fortes me seguraram pelo braço, fazendo meu corpo parar com tudo.

— Ei! Está tudo bem?

Micael tinha a feição preocupada, me observou duas vezes de cima à baixo.

— Oi. — Dei um sorriso leve.

Meu Professor - Coast Onde histórias criam vida. Descubra agora