Capítulo 85

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Livros, livros, livros e mais livros. Bocejei quando deixei minha cabeça cair em um papel com perguntas de gramática. Já tinha ido ao colégio, discutido com Harry e agora, estava estudando para o vestibular e a semana de provas, que iniciava na semana que vem.

— Soph. — Harrison apareceu, com um pouco de sono. — O que você está fazendo? — Se empoleirou na mesa.

— Estudando. — Levantei minha cabeça. — Você quer comer alguma coisa?

— Biscoito. — Fez uma carinha fácil. — O meu pai vai chegar tarde hoje?

— Acredito que não. Quando ele tem aula a tarde, geralmente não demora na faculdade. — Me levantei, indo até um pote de vidro.

Coloquei dez biscoitos em um recipiente para Harrison, que sorriu de orelha a orelha. Eu era uma babá sensacional, se fosse minha mãe ela jamais deixaria eu comer biscoitos antes do jantar.

Harrison correu para o sofá, atento em seu desenho.

E eu continuei ali. Só levantei para dar jantar ao Harrison e deixá-lo tomar banho, instruindo do lado de fora, já que o mesmo não queria me deixar entrar. Achei engraçado.

Soph? — Escutei ele me chamar, do outro lado da porta.

— Sim. — Encostei minha cabeça na porta. — Harrison? Aconteceu alguma coisa? — Fiquei séria.

Abri a porta no mesmo segundo, vendo Harrison embolado com a parte de cima do pijama. Estava sem cueca, o que foi mais engraçado ainda.

— Será que você pode me ajudar? — Tinha os braços levantados, presos pelo tecido molhado e um pouco apertado.

— Deixe-me ver isso. — Segurei o riso. — Garoto! Precisa se secar primeiro. — Tirei a blusa, enrolando Harrison na toalha.

— Eu me sequei.

— Não secou não. — Sequei seus cabelos.

— Eu não queria que você entrasse! Eu estou pelado! — Disse bastante sério e um pouco irritado.

— Eu não ligo, cuido de você. Sou paga para te ajudar! — Fiz com que Harrison vestisse a cueca.

— Sabe... — Harrison se escorou em meu corpo, que estava agachado em sua frente. — Uma vez eu tomei banho com o meu pai.

— E aí?

— E eu vi que a minhoca dele é maior do que a minha! Por que, Soph? — Harrison franziu o cenho, como se estivesse estudando um caso criminal de primeiro mundo.

Eu gargalhei tanto que cai no chão do banheiro, chorando de rir. Harrison cruzou os braços, sem entender. Recuperei meu fôlego, secando minhas lágrimas que caíam no canto dos olhos.

— Por que você está rindo? Não tem graça! — Ficou um pouco bravo.

— Meu Deus, desculpa. — Tentei manter a postura normal. — As coisas crescem, Harrison. — Tentei explicar. — Mas isso é um assunto que você deve perguntar ao seu pai.

— Mas ele não vai me dizer.

— É claro que ele vai! — O peguei no colo, levando até o seu quarto. — Pronto! Esse pijama está ótimo. — Busquei um em sua cômoda.

— Obrigado. — Ele caminhou até sua cama, deitando e relaxando. — Eu quero que você me conte uma história! — Pediu, como sempre fez em todas as noites.

Li o livro que Harrison havia escolhido naquela noite. Dez páginas e o mesmo já estava dormindo. Liguei o abajur e deixei a porta encostada, voltando à minha batalha de estudos.

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