Capítulo 60

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Assisti as aulas, me apresentei para a turma e quando vi, já estava na hora de ir embora. Sai feliz e fiquei mais animada ainda quando avistei o carro de Micael, do outro lado da rua.

Atravessei com cuidado, sorrindo até entrar no veículo.

— E aí. — Ganhei um beijo demorado. — Como foi o primeiro dia de aula? — Estava animado em saber.

— Ah, foi naquelas. — Pensei no garoto rebelde. — Eu achei meu nome na lista, achei minha sala, sentei na minha mesa, quer dizer... — Olhei Micael de canto.

Ele franziu o cenho, me encarando rapidamente, já que estava concentrado no trânsito. Aquilo o cutucou, como uma pulga atrás da orelha.

— Quer dizer o que? Tem mais alguma coisa que eu posso saber? — Parou no semáforo fechado.

— Eu sentei em uma mesa e daí um garoto muito estranho disse que aquela mesa era dele. — Contei. — Ele usa coturno, calça preta e blusa preta. Ele parece um gótico! E tem também um piercing na sobrancelha, cheio de tatuagem nos braços. — Alisei meus braços com um pouco de arrepio no corpo, me lembrando. — Ele é bizarro, amor. Sério! — Contei à Micael, que não ficou muito feliz em ouvir.

— Piercing na sobrancelha? — Me encarou. — Tatuagens? O colégio não disse nada sobre isso?

— E vão dizer o que?

— Ele é apenas um adolescente, querida. Ou ele é mais velho? — Se preocupou, de novo.

— Ele deve ter a minha idade, sei lá. — Cansei de contar o meu primeiro dia de aula. Deixei minha cabeça cair no encosto do banco, bocejando um pouco. — E você? — Me virei para observar Micael dirigir. — Como foi o trabalho hoje?

— Exaustivo! Trabalhar com jovens de faculdade é mais cansativo do que trabalhar com jovens de curso ou colegial, acredite. — Micael realmente estava cansado. Podia ver em seu semblante.

— Tem alguma adolescente bonita na sua sala? — Queria escutar a reposta e ao mesmo tempo não escutar.

— Onde você quer chegar com isso? — Achou graça.

— Só quero perguntar. — Segurei meu riso.

Chegamos em casa na caída da tarde. Micael guardou o carro na garagem, onde saímos até à porta, o esperei destrancar.

— Que silêncio, onde está o Harrison? — Estranhei em ver tudo quieto.

— Paola veio na hora do meu almoço. Buscou ele bem rápido, só volta no final de semana.

— Então quer dizer que ela voltou? — Estranhei.

— Digamos que sim, eu não entrei muito em detalhes, querida. — Micael deixou a chave do carro em cima da mesa, retirou sua blusa, deixando seu corpo escultural à mostra.

O segui até o quarto. Micael sorriu com malícia, vindo em minha direção e me dando um beijo com gana. Me sentei na cama, alisando minhas mãos em seu corpo.

— Eu quero você para mim, sim? — Disse entre os beijos, em quase um sussurro.

Me deitei por completo na cama, Micael estava em cima de mim, dedilhando meu jeans para retirá-lo. A mesma coisa com minha blusa, me deixando somente de sutiã e calcinha.

Eu estava com tesão e vontade de transar, mas não estava aguentando de dor nos seios. Meu Deus! Não estava preocupada por conta dos anticoncepcionais, mas sabia que minha menstruação estava prestes à chegar.
Na noite passada, dormir de bruços foi terrível! Choraminguei a noite inteira para não sair da posição. Não gostava de dormir de lado, muito menos de barriga para cima.

— Eu te amo. — Micael soltou, me beijando no pescoço enquanto abaixava a alça do meu sutiã.

Meus seios, bem mais inchados do que o normal, ficaram expostos à ele, que os namorou por um bom tempo, percebendo que havia sim uma diferença notável. Soltei um gemido de dor quando Micael deu sua primeira abocanhada, como um bebê faminto.

— Micael! Não, não, não, não, não. — Chiei enquanto fazia caretas, apertando os meus olhos.

— Por que não? — Quis saber.

— Meu peito está doendo muito, você não tem noção. — Nos encaramos. Choraminguei mais ainda.

Micael levantou um olhar suspeito para mim.

— Você anda tomando os anticoncepcionais?

— Claro! Eu não seria maluca de não tomar. — Blefei. — É a minha menstruação. — Expliquei, cerrando os olhos.

— Quer descansar um pouco? Acho que é melhor. — Micael ia saindo de cima, mas o parei, lhe segurando.

— Não! Fica aqui comigo! — O beijei de novo. — A gente pode transar muito, sabia? — Mordisquei seu lábio carnudo. Micael sorriu cúmplice.

— Não, eu não sabia. — Sussurrou em meu ouvido, brincando comigo.

Micael voltou a me beijar, trilhando seus lábios até o meu corpo. Retirou a minha calcinha devagar, se posicionando no meio das minhas pernas.

Que delícia! Por segundos eu esqueci completamente o que era problemas, colégio, enfim... Tudo. Era confortante e relaxante ao meu corpo, sentir a língua de Micael contornar todas as minhas extremidades, ele realmente conhecia o meu corpo, ainda mais sensível daquele jeito.

— Isso... Bem aí! — Segurei os seus cabelos, mal sabendo o que estava falando. — Aí meu Deus! — Revirei meus olhos.

Senti cãibra nos dedos dos pés quando meu corpo avisou que eu estava gozando. Meu orgasmo veio cedo, seguido de uma surpresa extraordinária:

— Eu não acredito! — Arreganhei minhas pernas ao ver Micael, sujo de sangue. Pouco, mas ainda sim, sujo.

Me envergonhei no mesmo instante, corando e achando um jeito de deixar o clima mais leve. No caso, eu não ter vergonha da situação.

— Está tudo bem, querida. É normal! — Beijou minha testa. — Eu vou tomar um banho, quer vir comigo?

— Hum... Eu posso ir primeiro? Sozinha. — Meu rosto parecia um pimentão. — Amor, me desculpa.

— Tudo bem, querida. — Micael sorriu leve. — Isso é exatamente normal, acontece. Você não sabia, eu não sabia. Acontece! — Beijou minha testa.

Assenti, ainda envergonhada. Andei até à suíte, trancando a porta e tomando um banho. Lavei os meus cabelos, me esfreguei e por último fui na procura dos meus absorventes.

Abri a porta do gabinete, procurando. Só não sabia que iria encontrar outra coisa por lá.

Franzi meu cenho ao ter a embalagem de preservativo aberto em minhas mãos, escondido no fundo do gabinete, como se alguém quisesse abafar o que estava acontecendo, de fato.

Lembrei que Paola estava aqui à tarde. E Micael estava feliz demais para o meu gosto.

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