Capítulo 35

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— Mãe? — Franzi meu cenho.

Ótimo! Minha mãe estava ali, na minha frente. Obviamente por alguma ligação que algum responsável fez.

— Filha, como você está? — Segurou a minha cabeça, analisando se eu não havia nenhum arranhão.

— Estou bem. — Retirei suas mãos. — O que está fazendo aqui?

— Você ainda pergunta? Eu vim te buscar! Eu soube o que aconteceu! — Começou a ficar brava. — Sua amiga de quarto foi estuprada.

— Ela QUASE foi, mãe! — Dei ênfase. — A mídia já está dizendo que ela foi estuprada?

— Não interessa, Sophia. Você vai e ponto! — Segurou nas minhas mãos. — O coordenador disse que você pode arrumar as coisas hoje à tarde. Podemos ir amanhã de manhã.

— Com quem você veio?

— Sozinha. Seu pai ficou nervoso demais com a notícia, não quis vir. — Contou. — Eu peguei o primeiro voo, não conseguia pensar em mais nada.

— Mãe, será que a gente pode conversar fora daqui? — Falei um pouco baixo, fazendo uma careta.

— Por que? Alguém te ameaçou? Ele machucou você? — Começou a se preocupar, de novo.

— Mãe! Por favor? — Bati meu pé.

Minha mãe olhou o coordenador de canto, sorrindo de lado e saindo comigo porta à fora. Levei ela até um local menos agitado, que não entendeu absolutamente nada.

— O que aconteceu, Sophia? Anda logo! — Me encarou.

— Eu sei que essa história de estupro mexeu com todo mundo, eu sei que você e o papai estão preocupados... — Comecei a ficar nervosa. — Mas eu não quero ir, entendeu? O curso é ótimo! Faltam só dois meses para acabar.

— Sophia, não interessa! Você está correndo perigo com esse maníaco solto por aí. — Gesticulou. — Fora que foi dentro do seu alojamento. Já pensou se acontece com você?

— Mas não aconteceu! Eu estava lá, eu salvei Hilary! Estamos bem, quer dizer, ela não deve estar. — Falei comigo mesma. — Por favor, mãe. Eu não quero ir! — Estava quase me jogando no chão e chorando.

— Sophia, não!

— Mãe. — Juntei minhas mãos. — Minhas notas são ótimas! Eu sou a garota exemplar da sala. — Assenti.

— Sophia, eu odiei esse lugar! — Minha mãe olhou aos redores. — Depois disso acontecendo, eu não posso deixar você aqui correndo perigo. Vamos voltar, para o seu bem!

— Mas eu não quero ir. — Estava quase chorando. — O que eu posso fazer para te provar que...

— Com licença. — Conhecia aquela voz.

Micael apareceu perto de nós duas, ofereceu sua mão para minha mãe apertar, como um gesto de educação. Os dois sorriram. E minha mãe estava um pouco encantada com a beleza de Micael. Safada!

— Senhora Abrahão, estou certo? — Apontou para ela, jogando seu charme.

— É... Sim, sim! — Minha mãe jogou os cabelos. — Uau, quer dizer.... O senhor é...?

— Micael. Micael Borges! — Deram as mãos novamente. — Eu sou o professor da Sophia. Prazer!

— Prazer, Micael. — Minha mãe ficou um pouco boquiaberta.

— O prazer é todo meu! — Sorriu. — Eu fiquei sabendo que a senhora quer tirar a Sophia do curso...

— As notícias correm, não é mesmo? — Minha mãe soltou um riso sincero e rápido. — Eu fiquei horrorizada com a notícia passada. Sophia não pode ficar aqui! É totalmente perigoso!

— Sophia está em ótimas mãos, senhora Abrahão! O ocorrido foi de extrema ignorância. Não era para ter acontecido, ainda mais dentro de um campus como esse.

Minha mãe nos encarou, pensando em algo.

— Sophia é uma ótima aluna! Esse curso irá ajudá-la com muita coisa no futuro. É basicamente o New York Times em seu currículo quando ela precisar.

— Eu preciso pensar ainda. — Minha mãe gesticulou, de novo. — Eu estou bastante cheia com a história do acontecido. Não quero que Sophia fique nesse lugar imundo!

— Senhora Abrahão, não fale assim... — Micael interviu. — Será que podemos conversar em um lugar mais... Razoável?

Minha mãe sorriu, havia gostado do convite pois estava gostando dos encantos com Micael. Fiquei incrédula, observando a cena. Parei com aquilo de uma vez!

— É sério isso? — Observei os dois.

— Sério o que, Sophia?

— Sophia, por favor! — Micael me encarou, com um pouco de fúria. — Eu realmente preciso conversar com a sua mãe, mostrar alguns...

— Por mim, tudo bem. — Minha mãe soltou um risinho. — Aqui tem café por perto?

— Claro! Eu posso levar a senhora até um café perto do píer. Maravilhoso! — Ele sorriu. Minha mãe ficou animada.

E eu estava odiando aquilo tudo.

MARATONA DE CAPÍTULOS AMANHÃ.

Meu Professor - Coast Onde histórias criam vida. Descubra agora