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HUGO

  Durante a prova, nosso time resolveu sair em quatro pessoas. Eu, Gaby, Maya e um outro menino que se chamava Pedro, saímos para procurar a bandeira. Começamos ao redor da fazenda e depois nos afastamos um pouco mais.
  - Meu Deus, eu estou tão curiosa para saber qual será o prêmio. Disse Maya empolgada.
  - Acho que todo mundo tá assim. Completei.
  - Acho melhor a gente se separar em duplas, pra procurar mais rápido. Sugeriu a Gaby.
  - Não sei não. Respondi.
  - Acho uma boa ideia. Maya e o outro menino responderam juntos.
  - Então tá bom. Concordei.
     Fui com a Gaby, enquanto Maya foi o com Pedro. Enquanto a gente estava olhando com atenção cada canto, fomos batendo um papo.
  - O que você tá achando dessa viagem?  Gaby perguntou.
  - Eu tô achando incrível. Respondi - é minha segunda vez em um acampamento.
  - Sério? Gaby não acreditava.
  - Sim, minha mãe não me deixava ir nas viagens da escola, ela achava perigoso demais. A única vez que eu fui, ela foi comigo por que eu não queria me desgrudar dela. Completei.
  - Eu já fui em vários e amei todos. Ela disse.
  - Uau. Que bom.
    Gaby estava um pouco cansada e resolvemos descansar por 5 minutos.
  - Eu amo seu cabelo Hugo. Ele é tão bonito. Ela fala, tocando meus cachos.
  - Ah, obrigado. Respondo meio desconfortável.
    De repente, Gaby desvia o olhar de mim por meio segundo e quando volta a morar seus olhos em mim, ela me puxa para perto e arranca um beijo de mim. Ouço um barulho de um pedaço de tronco sendo quebrado. Empurro Gaby levemente e quando me afasto dela e daquele beijo forçado, vejo Lydia olhando para mim com os olhos cheio de água. Lydia sai correndo e eu corro atrás dela no mesmo instante.
  - LYDIA! Chamo ela, enquanto eu corro em sua direção desesperadamente.
   Vejo ela entrando na barraca e entro logo em seguida tentando falar com ela. Sinto uma mão puxando minha camisa e me jogando para fora e vejo que era o idiota do Berry. A gente começa a discutir e a brigar na frente de Lydia. Dois professores chegam e separam a gente tentando controlar aquela situação.
    Lydia sai de lá e tento ir atrás dela mas os professores nos mandaram voltar para a prova e ajudar o pessoal do nosso time. Resolvo ir atrás da Gaby para tirar satisfação sobre aquele beijo.
- EI! grito pra ela - pode me explicar por que fez aquilo?
- Aquilo o que? Ela pergunta.
- Não se faz de sonsa Gabrielly.
- Me desculpa. Eu não sei o que estava fazendo, eu agi por impulso. Ela não me parecia nem um pouco parecendo convincente.
  - Eu não nasci ontem. Tenho certeza que você armou isso para a Lydia vê. Não acho coincidência ela passar por aquele lado na mesma hora. Confrontei ela.
  - Como é que é? Ela começou a ficar nervosa.
  - E acho que o Berry te ajudou. É simples. Falei - você odeia a Gaby e Berry me odeia.
     Gaby vira as costas para mim e sai andando me deixando falar sozinho. Preciso provar pra Lydia que ela me beijou e que esse beijo não significou nada para mim. Que eu amo ela mais que tudo e que vou lutar pela gente, custe o que custar. Fico parado no meio daquelas árvores tentando processar o que tinha acontecido. De repente olho para o alto de um tronco e vejo uma bandeira marrom pendurada bem na ponta. Pego ela e corro até a linha de checada, onde o nosso professor mostrou. Meu time vence e todos vem comemorar comigo. Vejo Lydia voltando para a barraca cabisbaixa e tento ir até ela, mas Maya me impede.
  - Não. Ela disse parando na minha frente.
  - Por favor Maya, eu preciso falar com ela. Implorei.
  - Eu tenho certeza que você não foi capaz de fazer aquilo por vontade sua. Mas nesse momento ela precisa de um tempo sozinha pra processar as coisas.
    Dou um pequeno suspiro e volto para trás me sentando em um banco perto da fogueira que estava uma pequena faísca de fumaça.
  - Ei, cara. Falou o Ben sentando só meu lado - Maya me contou, vai ficar tudo bem.
  - Não vai Ben. Como vou provar pra Lydia que a Gaby me puxou para um beijo que eu mal esperava que acontecia? Olhei para ele.
  - Você vai pensar em algo, espera a poeira abaixar e depois tenta falar com ela. Ele disse - mas por enquanto se acalma.
  - É, você tem razão. Respondo olhando para baixo.
     Ben da um soquinho no meu ombro dando um sorriso, tentando me animar.
  - Você sabe que pode contar comigo, não sabe? Ele pergunta mesmo já sabendo a resposta.
  - Com certeza Ben. Respondo.
  - Então levanta e vai comemorar com seu time. Ele me puxa pra cima me dando um abraço apertado e me empurrando rumo a galera do meu time que estava curtindo.
     Ben é como um irmão para mim, e eu sou eternamente grato por ter ele na minha vida.
 

O Lado Duro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora