O Lado Duro do Amor

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     - Quer ir lá em casa? Hugo pergunta pra mim, enquanto guarda o material.
     - Pode ser. Só vou ver como a Maya está. Pego a minha bolsa e vou a procura de Maya.
       Eu a encontro conversando com sua professora e espero do lado de fora da sala, para não interferir na conversa. Acabo me distraindo com as pedras diferente do lado da árvore em que estou esperando. Quando vjeo Maya saindo da sala, corro para alcançá-la.
    - Oi amiga. Digo, aparecendo ao eu lado.
    - Ah, oi Lydia. O tom de sua voz era suave, tranquila, mas com um leve toque de tristeza.
    - Você está bem? Resolvo perguntar pela décima vez.
       Maya revira os olhos, como alguém que já está cansada de ouvir aquilo e de responder toda hora.
    - Eu tô ótima. Ela responde sem paciência. - Apenas querendo ir embora.
        Percebo que aquela conversa não vai me levar a lugar nenhum. Lembro que Hugo está me esperando para ir embora. Dou um abraço nela e um beijo não bochecha, me despedindo.
     - Sabe que pode contar comigo. Sussurro ao seu ouvido, com minha cabeça apoiada em seu ombro.
         Maya e eu nos afastamos. Enquanto eu ia ao encontro de Hugo, Maya estava indo pegar sua bicicleta.

                           *****

      - Eu estou tão aflita em relação a ela. Eu falo para Hugo, enquanto estou deitada no seu peito, em sua cama.
      - Não fique assim. Ele acaricia meu cabelo. - Não gosto de ter ver desse jeito.
           Me sento para olhar diretamente para Hugo. Aqueles lindos olhos verdes, se encontram com os meus.
     - Ela é minha amiga a anos. Sinto que algo esteja acontecendo, mas ela não quer me falar. Inclino minha cabeça para baixo e dou um leve suspiro.
      - Se importar com sua amiga é um gesto carinhoso. Hugo leva a mão ao meu queixo, levantando minha cabeça para nossos olhos se encontrarem novamente. - Mas você não deve ficar apreensiva com isso. As vezes queremos guardar algumas coisas para nós mesmos, sem compartilhar com ninguém. Talvez esse seja o caso da Maya. Ele dá um sorriso para mim.
      - É, você pode estar certo. Volto a me deitar em seu peito, e sentir o aconchego de suas mãos ao me tocarem. - Sr. Hugo Marques, quem diria que além de ser um partidão, você sabe usar muito bem as palavras. Olho para cima, para vê-lo.
      - Podemos dizer que eu goste de te surpreender. Ele dá um sorriso tentador e em seguida, me dá um selinho.
        Enquanto nossas bocas se separam, ele cita Berry.
     - Ele está no curso do Ben.
     - Ele quem? Pergunto confusa.
     - Berry. Hugo volta a dizer. - Ele está fazendo curso de veterinário, ben me disse. 
      - Bom pra ele. Volto a sentar a sua frente, olhando para ele. - Mas não, vamos falar daquele cretino aqui. Ele não vale nosso tempo.
        Hugo concorda com a cabeça.
     - Eu só quero aproveitar esse momento. Chego perto dele a ponto de sentir e ouvir sua respiração.
         Hugo da um sorriso tentador novamente, e dessa vez eu me derreto por ele. Sinto suas mãos abraçarem minha cintura e nossos corpos se colarem. Hugo leva uma de suas mãos ao meu rosto, tirando uma mecha de cabelo do olho e a colocando atrás da orelha. Em seguida, sinto seus dedos tocarem suavemente meu rosto, acariciando.
     - Esses momentos são os meus preferidos. Hugo fala baixinho para mim, antes de nossos lábios se tocarem.
        Envolvo as minhas mãos em volta de seu pescoço, e o beijo profundamente. Um beijo molhado e suave, tão suave como uma onda de um mar e tão molhado como a chuva que cai, em um dia qualquer de inverno. O jeito que ele envolve suas mãos em meu rosto e em meu pescoço, me faz me prender ainda mais naquele beijo.
       Nos sepamos por uns segundos para recuperar o fôlego e quanto menos esperávamos, estamos novamente nos beijando. Suas mãos descem até a minha cintura suave e sensual. Seu beijo desce até o meu pescoço e volta em segundos a minha boca. Aquele beijo me fazia esquecer de quem eu era, fazia todo o barulho ao nosso redor sumir e ficar só o som de nosso beijo. Ele me beijava como alguém que estivesse apaixonado, e eu o beijava como alguém que o desejava todos os dias.