PÁGINA 55

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     Depois de algumas rodadas, a garrafa parou em mim e justamente o Berry quem faria a pergunta. Foi nesse momento que eu percebi que não devia ter entrado na brincadeira.
  - Verdade ou desafio Hugo? Ele sorri para mim.
  - Verdade. Escolho mesmo sabendo o que ele vai perguntar.
  - É verdade que você beijou a Gaby mesmo saindo com a Lydia?
    Como eu esperava. Todo mundo olha pra mim nesse momento como se eu fosse um vilão da história. Vejo Lydia parada olhando para mim.
  - Não! Quem me beijou foi a Gaby. Digo.
    Vejo Lydia indo embora no momento em que eu digo isso. Me levanto o mais rápido possível para não perde-la de vista e vou até ela.
  - Lydia! Chamo ela.
    Ela para de caminhar, mas não olha para mim, ainda de costas ela solta um suspiro.
  - O que você quer? Sua voz era totalmente diferente da que eu estava acostumado a ouvir.
  - Me explicar para você. Respondo calmamente a sua pergunta.
    Lydia fica em silêncio por alguns segundos, até que vira para mim. Nossos olhos voltam a se encontrar e a minha vontade era de beijá-la novamente, mesmo sabendo que eu podia.
  - Não quero ouvir, pelo menos não aqui. Ela diz - minha cabeça está a mil e eu preciso descansar, preciso tirar um tempo pra mim.
   Lydia vira de costas para mim novamente e some da minha vista. Não vou atrás dela porque quero respeitar seu espaço. Última coisa que eu quero, é machucar ela. Retorno a onde o pessoal estava e vejo quase todos olhando para mim, como se estivessem me julgando.
  - Ei Hugo. Maya me chama - onde a Lydia foi?
  - Não sei, ela saiu andando e não me falou.
    Maya procura pela Lydia, enquanto eu retorno ao banco, pego minha bebida e levo a minha boca outra vez. Precisava afogar minhas mágoas em alguma coisa, e a bebida foi a escolhida.  Não cheguei a ficar bêbado porque consigo me controlar. Todo mundo já estava exausto e indo para suas barraca, porque amanhã a gente ia partir de volta pra São Paulo bem cedo. Decido tomar mais um copo da minha bebida e enfim, vou me deitar. Ben ainda não estava dentro da barraca, vi ele conversando com a Maya do lado da  mesa de comida. Então por enquanto a barraca era só minha. Me deito lá e fico olhando para o teto azulado da barraca.
      Eu começo a pensar que era muito melhor eu ter ficado com meu pai em São Paulo, nada disso teria acontecido. Nem o beijo, nem a briga com o Berry e nem a minha relação com a Lydia seria afetada. Mas eu vim por ela, porque ela insistiu. Agora as coisas estão ruim entre a gente e eu não sei como resolver. Fecho meus olhos lentamente, durante esses pensamentos que vão surgindo na minha cabeça e enfim durmo.
 

O Lado Duro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora