O Lado Duro do Amor

PÁGINA 71

HUGO

     Tive que sair mais cedo da casa de Lydia sem me despedir. Meu pai estava precisando de mim no trabalho. Me redimi ligando para ela, horas depois.
      Depois de ajudar meu pai, voltei para casa. Chamei o Ben para vir aqui e a gente conversar, já que ele ficou quase o mês todo em outro estado e não mandei mensagens para não atrapalhar sua viagem. Ben e eu estávamos na sala, jogando videogame.
    - Da próxima vez que for ao Rio, quero que me leve. Falei sério, mesmo que seja brincadeira. Nunca fui ao Rio, e raras vezes sai de São Paulo.
    - Pode deixar. Ben fala sem tirar os olhos da televisão.
       Depois de alguns minutos em um silêncio profundo, ouvindo apenas o barulho dos click dos botões e do efeito sonoro de luta do jogo, resolvo quebrar aquele clima chato que estava aumentando.
    - Cara, aconteceu algo entre você e a Maya? Pergunto, enquanto aperto um botão do controle, dando um golpe no personagem dele.
    - Não sei. Ela mudou da noite pro dia. Não me fala o que está acontecendo. Ben olha fixamente para a TV tentando derrotar meu personagem.
     - Vem cá. Falo metaforicamente - Qual é a de vocês? Pergunto curioso.
     - Nem eu sei direito. Ben diz - Saímos algumas diversas vezes, mas não tem nada concreto ainda.
    - Já saiu algum beijo ou um qualquer selinho? Continuo perguntando.
    - Não. A gente ainda tá se conhecendo. Ele dá a pausa na fala, focando no jogo e em seguida continua - Mas por enquanto, somos só amigos.
         Derroto ele e ganho a décima partida seguida. Resolvo me levantar para ir a cozinha e ele vem logo atrás de mim.
     - E você e a Lydia? Chegou a vez dele de fazer perguntas - Ela te perdoo e tal, mas você não vai pedi-la em namoro?
     - Vou. Respondo abrindo a geladeira e pegando uma garrafa de água - Mas ainda não sei quando.
     - Tá esperando o que? Ele puxa a cadeira e senta.
     - Talvez o momento certo para isso. Digo fazendo o mesmo que ele - Um momento especial para nós.
     - Certo. Ben responde olhando para o relógio - Puts, tenho que ir embora. Me arrumar para a faculdade.
     - Caramba. Eu também. Me Levanto e levo a garrafa de volta a geladeira e coloco o copo na pia.
       Vou até a porta com o Ben, abro a porta para ele e em seguida me despeço. Fecho a porta e vou até meu quarto, separar a roupa que irei usar. Em seguida, me direciono ao banheiro para tomar um banho.
       Alguns minutos depois de tomar banho, vou ao quarto me trocar. Vesti uma blusa branca e preta que separa as cores no rumo do peito, nas mangas, tem umas palavras escritas na qual não sei distinguir o que é. Visto uma calça jeans meio azulada e um tênis da Nike branco. Arrumo me cabelo, pego minhas coisas e a minha bicicleta, já que o carro estava com o meu pai.
      Subo pelas ruas de São Paulo, rumo a casa de Lydia, na qual acho que a mesma, esteja saindo do banho. Chego lá minutos depois, cansado de tanto pedalar. Lydia está na calçada, a minha espera.
    - Achei que estivesse terminando o banho, mas veio que hoje você se adiantou. Paro a bicicleta ao seu lado.
    - Hahaha. Que engraçado. Lydia ri sarcasticamente - Vamos?
    - Sim. Balanço a cabeça para cima e para baixo.
       Como a casa de Lydia fica apenas a alguns quarteirões da faculdade, deixei minha bike na casa dela e fomos caminhando até lá. O clima estava meio nublado mas sem chances de chuva, como mencionou a repórter no jornal. Era perfeito para caminhar.