O Lado Duro do Amor

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   - Para de andar Lydia, tá me deixando tonto. Hugo fala para mim.
   - Desculpa, eu só tô tensa. Me sentei em uma cadeira para me acalmar. - E se ela não vir? Ou não gostar? Fiquei perguntando.
    - Ela vai vim e vai amar a surpresa e o presente. Ele chega perto de mim e se ajoelha para nossos olhos se encontrar. - Você é uma ótima amiga, ela tem sorte de poder contar contigo. Ele dá um sorriso para mim, tocando em minhas mãos.
    - Pode ter certeza Lydia. Ben diz, colocando a mão em meu ombro.
       Olho para o celular para vê a mensagem de Maya. Ela disse que estava vindo a 15 minutos atrás, e até agora não chegou. Quando enfim, ouço 3 batidas na porta.
    - Meu Deus, é ela. Dou um pulo da cadeira. - Vamos nos preparar.
        Me posicionei para abrir a porta, do meu lado esquerdo estava Hugo e do meu lado direito, Ben. No instante em que abri a portar, Maya se assusta ao ver todo mundo ali.
    - SURPESA!!!!!!!! Gritamos todos de uma só vez, o que a fez dar um passo para trás.
     - O que está acontecendo aqui? Maya diz confusa.
     - Entre. Puxei a para dentro e fechei a porta.
         Maya olha para ao redor da casa e a vê quase toda decorada. Fizemos uma mesa com as comidas favoritas dela. Colocamos algumas bexigas e uma mensagem pendurada na parede dizendo "Nós te amamos".
    - O que é isso tudo? Nem é meu aniversário. Maya olha para mim, gesticulando com a mão.
    - A gente sabe que não é seu aniversário. Ben responde por mim.
    - Mas resolvemos fazer isso pra te animar. Hugo fala em seguida.
    - E precisamos conversar. Não gosto de quebrar o clima, mas o intuito daquela surpresa era exatamente de conversar com ela.
    - Sobre o que? Maya olha bem no fundo dos meus olhos, tomando toda a sua atenção a mim.
    - Por que você não nos contou sobre sua mãe? Me aproximo dela.
       Maya fica alguns segundos sem saber o que dizer, ela tira os olhos de mim e os leva para o chão. Quado eles voltam ao meu encontro, eu os vejo encherem de água.
    - Como vocês descobriram? Ela pergunta para mim.
    - Isso não vem ao caso. Dou uma breve pausa acompanhada de um curto suspiro. - Somos amigas a muito tempo, você sabe mais do que ninguém que pode confiar em mim. Que pode confiar em nós. Aponto para Hugo e Ben.
   - Eu sei. Maya diz com uma voz tristonha. - Mas eu tive medo. Não sei, só não consegui falar. É muita coisa pra eu processar.
   - Eu entendo. Falo para ela. - Mas somos seus amigos e sempre vamos te apoiar, seja lá o que for. Dou um sorriso para ela.
       Ela tira os olhos de mim, como se estivesse se sentindo envergonhada de não ter falado nada para a gente. Ou de estar naquela posição em que ela estava.
    - Diante disso. Digo, pegando um envelope em meu bolso e estendendo para ela. - Queremos te dar isso.
        Maya olha para mim e para o envelope e repete isso diversas vezes. Ela hesita por um momento em pegá-lo, mas pega mesmo assim. Quando ela abre, vejo o espanto em seus olhos e em sua reação.
    - Meu Deus, o que é isso? Ela fala olhando para todos nós dessa vez.
    - Nossa contribuição. Ben sai em nossa defesa. - Para ajudar no tratamento da sua mãe.
    - E na compra de remédios. Hugo completa.
   - É muito dinheiro gente. Eu não devo aceito isso. Ela estende a mão para mim, como forma de devolver o envelope.
    - Você vai ficar com isso. Empurro sua mão sobre seu peito. - Queremos que ela fiquei bem e queremos te ver bem também. Custe o que custar.
    - Mas eu não sei como irei pagar vocês depois. Ela folheia as notas de dinheiro.
   - Você não precisa nos pagar. Digo pegando em sua mão. - Como Ben disse, isso é nossa contribuição. A gente se disponibilizou para te ajudar. É isso que os amigos fazem.
       Vejo seus olhos se tornarem um mar de águas. Quando ela fecha os olhos fortemente, vejo suas gotas escorrendo pelo rosto, como pingos de chuva em uma janela. Ela olha para mim com aqueles olhos encharcados, e um sorriso surge em seu rosto.
      Levo minha mão ao seus olhos para limpar as gotas que caiam pelo seu rosto. Não falei mais nada, apenas a abracei e a envolvi em meus braços. Ben e Hugo chegam para um abraço coletivo, fazendo com que todos nós chegássemos a chorar naquele momento de amor entre nós, que com certeza foi gratificante para todos.
       Depois de uns minutos em completo silêncio e em um abraço aconchegante. Resolvo acabar com aquele clima triste.
    - Agora chega de chorar. Limpo meus olhos, dando risada, e os vejo fazendo a mesma coisa. - A comida vai esfriar, vamos comer?
        Todos concordaram com a cabeça e nos direcionamos a mesa. Ficamos em um ambiente tranquilo, enquanto comemos, conversamos sobre diversos assunto que geravam várias risadas. Ver Maya rindo daquele jeito me fez ficar tão feliz, que toda a angústia que eu estava sentido, tinha completamente sumido.
      Depois de uma tarde incrível de conversas, risadas e de um tempo que passamos juntos na minha casa, Maya e Ben resolveram ir embora.
    - Obrigada mais uma vez. Maya diz para mim, com um sorriso.
    - Não tem de que. Falo abrindo a porta para eles.
    - Nos vemos amanhã na facul. Hugo acrescenta.
    - Tchau Maya. Dou um abraço nela mais uma vez.
    - Tchau amiga. Maya diz no meu ouvido. - obrigada por tudo. Ela sussurra no meu ouvido.
        Quando nos separamos, pisquei para ela e lancei um sorisso. Ben e Maya saíram caminhando pelas ruas.
     - Eu te falei. Hugo diz, enquanto me ajuda ata arrumar a mesa. - Tudo ocorreu da melhor maneira possível.
    - É. Completo - Tô feliz por ela. Por ter animado o dia dela de alguma forma.
   - Pode ter certeza que animou. Ele olha para mim e dá um sorriso de lado.
      Hugo coloca os pratos empilhados na mesa e vem ao meu encontro. Ele me puxa para perto dele, até que nossos corpos se juntam.
     - Você é tão incrível Lydia. Não paro de me apaixonar por você. Hugo sussurra para mim, jogando meu cabelo atrás da orelha.
         Ouço o batimento do seu coração em meu peito e aposto que ele está ouvindo o meu.
    - Bom, não é só você que pode me surpreender. Levo meus braços ao seu pescoço, como forma de abraço.
        Hugo me dá um beijo, acompanhado de vários outros beijos.
   - Ei ei ei. Precisamos arrumar essa bagunça. Paro com aquele tanto de beijos dele em mim. - Vamos ter momentos para isso.
   - Você está certa. Hugo fala, roubando um último beijo antes de se afastar de mim e pegar os pratos na mesa.