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       Eu não sou de me sentir bonito, mas dessa vez eu estava me sentindo um príncipe. O terno me deixou ótimo e o cabelo foi a cereja do bolo. Me olhei no espelho e me senti o garoto mais bonito de São Paulo.
        Desci para tomar um copo de água antes de ir para o baile. Ben irá com a Maya e eu irei sozinho, já que não me resolvi com a Lydia. Passei pela sala para chegar a cozinha e meu pai estava vendo televisão.
   - Tá bonitão em filho. Ele se vira para mim.
   - Obrigado. Digo a ele, enquanto tomo um gole de água.
        Ele entra na cozinha e chega perto de mim, arrumando minha gravata.
   - Sei que nossa relação ultimamente não está boa. Ele suspira. - Mas eu quero te dizer, que te amo muito.
   - Eu fiquei mal por ter descoberto sobre meu outro pai por acaso, mas entendo que você não contou devido sua promessa a mãe. Eu não vou te amar menos por conta disso, e você não deixará de ser meu pai, se essa for sua preocupação. Abraço ele nesse momento. - Eu te amo demais pai. Sussurro no seu ouvido.
        Depois de uns minutos em um grande abraço como aquele, nos separamos.
   - Agora vai pro baile e aproveite. Ele diz, voltando pra sala.
        Fui ao meu quarto para pegar as alianças que estava encima da cama e as coloquei no bolso da calça. Eu iria de bike, mas decidi ir de carro para não amassar muito o terno.
        Cheguei no salão e ele estava lotando. Realmente esses bailes da faculdade lota muito. Tinha gente de todos os cursos da faculdade e ainda pessoas de fora.
         Estacionei o carro e entrei. Logo avistei o Ben com a Maya. Eles estavam conversando ao lado do palco.
   - Eae galera. Comprimentei ambos.
   - Opa Hugo. Ben diz. - Tá bonitão em.
   - Valeu. Solto uma risada. - Pelo visto a roupa que escolhemos foi a melhor.
Maya também estava magnífica. Ela usava um vestido prateado que ia até o chão, com uma abertura na perna esquerda e com um decote no peito.
   - Você viu a Lydia? Pergunto a Maya.
   - Ela está retocando a maquiagem naquela sala ali. Ela aponta a uma porta com uma placa escrito "camarim".
          Dou um sorriso em forma de agradecimento e vou a caminho do camarim. Antes de eu chegar até lá, escuto alguém me chamando. Quando eu me viro para saber quem era, vejo Berry parado a minha frente.
   - Sei que você não quer me ouvir, mas podemos conversar? Ele pergunta para mim.
   - Não quero falar com você, estou um pouco ocupado. Viro me para seguir a caminho da porta, mas paro assim que e o ouço falar.
   - É sobre a Lydia. Ele fala rapidamente. - Quero falar sobre ela. Volto a olhar para ele e acabo cedendo um tempo para que ele possa me falar o que tanto deseja.
       - O que você quer? Pergunto a ele.
      - Sei que a relação de vocês tá ruim, Lydia me disse.
      - Você só queria me falar que ela te contou sobre nossa relação? Reviro me os olhos.
     - Não. Ele fala com tom de autoridade. - Eu quero falar que não é o que você pensa que viu aquele dia. Ela só estava me ajudando e eu acabei contando uma piada sobre a minha vida, só isso. Ele completa. - Eu cai na real, sei que ela não quer nada comigo e que ela te ama. Sei que não vai adiantar nada eu ficar tentando reconquistá-la, sendo que ela não me ama mais. Ela é louca por você Hugo, dói me dizer isso, mas ela é loucamente apaixonada por você.
    - Não tô entendo. Digo a ele com um olhar confuso.
    - Eu estou falando que não irei atrapalhar vocês. Percebi que as coisas tem que ser como são. Eu só quero que você me prometa uma coisa.
    - O que? Pergunto.
    - Que você a proteja e cuide dela . Não fui um bom namorado pra ela e me odeio por isso, por ter deixado ela traumatizada. Mas eu não quero que você faça isso a ela. Ele dá uma pausa e suspira. - Você é um bom rapaz, sei que irá protegê-la e amá-la profundamente. Só me prometa isso.
          Um silêncio toma conta daquele momento e se intensifica durante uns minutos.
     - Prometo. Quebro aquele silêncio.
    - Obrigado. Ele estende a mão para mim. - Estou disposto a selar uma trégua entre nós. Pela Lydia. Ele fala.
          Olho para ele e para a mão dele várias vezes, até que um aperto de mão e uma trégua, surge entre nós. Quem diria que entre uma briga que tivemos no acampamento, terminaria em um aperto de mão e uma trégua, no baile da faculdade.

O Lado Duro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora