PÁGINA 66

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       Depois de caminhar algumas horas, volto para a casa. Já era umas 17h da tarde e eu fui direto para o banheiro tomar banho.
      Lavei meu cabelo que estava dias sem saber o que era água, e como eu ia sair hoje, decidi que era o dia de lavar. Depois de sair do banho, fui ao meu quarto me trocar.
       Mandei várias mensagens pra Maya falando para ela parar com esse suspense e me falar onde íamos, mas ela nem se quer visualizava as mensagens e nem atendia as ligações. Vesti meu vestido preto que já estava em cima da minha cama. Entrei no meu closet e peguei o salto vermelho que eu iria usar também. Parei em frente ao meu guarda roupa e fiquei me olhando no espelho, na tentativa de achar algum defeito em mim que eu começasse a odiar o vestido. Mas eu estava deslumbrante nele, isso eu não posso negar.
       Voltei ao banheiro para arrumar meu cabelo e fazer uma maquiagem. Fiz uma sombra preta nos meus olhos para realçar esse azul que eu tinha herdado de meu pai. Na boca, passei um batom vermelho com um gloss pra dar uma iluminada nos meu lábios. No cabelo, eu fiz pequenos cachos na ponta e uma trança que juntava duas partes do cabelo.
      Voltei ao quarto, peguei uma bolsa e uma jaqueta pra caso fizesse frio, já que as mangas do vestido não era totalmente quente. Desci para a sala, na espera de Maya, faltava menos de 20 minutos pra ela aparecer em casa.
    - Quem é essa modelo na minha casa? Meu pai disse chegando perto de mim.
   - Nem é pra tanto pai. Dou um sorriso vergonhoso, olhando para o chão.
   - Você está linda minha menina. Cresceu tanto. Ele pega nas minhas mãos.
   - Te amo pai. Digo dando um abraço forte nele.
   - Eu te amo muito mais. Ele fala no meu ouvido - Tenho uma coisa pra você.
     Ele solta o abraço e vai até a cozinha, volta com um  alguma coisa em um pacote. Ele entrega o pacote na minha direção.
   - Pega, é pra você. Ele dá um sorriso de orelha a orelha - É simples, mas com muito amor.
      Abro aquele monte de papel e vejo um álbum de fotos. Cheio de fotos minha com meu pai desde a minha infância. Meu nascimento, meus aniversários, meus momentos bons e ruins. Ele registrou tudo e guardou em um álbum de lembranças. Dou um outro abraço nele, só que mais forte.
    - Obrigada pai. Meus olhos começam a encher de água.
    - Você merece. Parabéns novamente. Ele me dá um beijo na testa e depois leva minha cabeça até seu peito, começando a acariciar meu cabelo.
       Limpo as pequenas lágrimas que sai dos meus olhos para não borrar a minha maquiagem. Nesse momento, ouço uma batida na porta e vou até ela para abri-la. Maya estava na minha frente.
    - Vamos, já estamos atrasadas. Ela diz comprimentando meu pai - Boa noite Sr. Paulo.
   - Boa noite Maya. Meu pai retribui - Se divirtam meninas.
       Dou um beijo nele e saio pela porta com a Maya. Entramos no Uber que ela tinha pedido e seguimos caminho.
    - Agora você vai falar onde vamos? Perguntei, tentando obter informações.
    - Negativo. Maya diz com um sorriso maligno.
   - Qual é Maya. Hoje é meu aniversário, tenho direito de saber. Tentei levar vantagem, mas não consegui.
   - Não tô nem aí. Ela retruca - Aliás, estamos quase chegando e você terá que usar uma venda nos olhos. Ela tira um pedaço de pano preto da bolsa.
    - O que você não pede sorrindo, eu não faço chorando não é mesmo? Viro para ela colocar o pano e só vejo uma escuridão depois disso. Vejo apenas alguns reflexos da luz das ruas em que estamos passando.
       Alguns minutos depois, o carro para e escuto Maya abrindo a porta e me segurando para eu sair do carro em segurança. Ela me guia até algum lugar, até que enfim ela me para.
    - Posso tirar a venda? Isso está me incomodando. Digo ansiosa.
   - Um segundo. Ela responde - AGORA PODE! ouço ela gritando, mas percebo que sua voz está um pouco afastada.
   - Por que você está grita...tiro a venda e vejo a cosia mais linda na minha frente.
      Era uma mesa decorada com corações, ilumanda com várias luzes que passavam por cima de mim, vejo dois pratos, duas taças de vidro e um balde pequeno com gelos e um vinho. Um faixa escrito "feliz aniversário" com dois grandes corações, um em cada lado da faixa.
   - Que lindo. Digo lentamente, porque ainda estou fascinada com tudo aquilo - Maya, cadê você? Giro meu pescoço pra todo lado tentando encontrá-la.
    - Ela teve que dar uma saída. Ouço uma voz grossa, uma voz conhecida e nesse momento, um sorriso sai de mim.
       Viro para trás e vejo Hugo em minha frente. Olho ele de baixo pra cima e vejo o quanto ele está lindo. Usando o mesmo terno que usou na primeira noite em que saímos, quando demos nosso primeiro beijo. O cabelo cacheado dele estava perfeito e seus olhos verdes..a seus lindos olhos verdes estavam olhando diretamente para mim.
     Ele dá um sorriso para mim e eu retriubou com outro sorriso.
    - Você fez isso? Pergunto para ele.
   - Maya tem créditos nisso também. Ele dá risada enquanto caminha na minha direção.
       Ele vai até a mesa, puxa a cadeira para mim. Sento e o vejo sentando em minha frente.
    - Aliás, parabéns. Hugo diz pegando a garrafa de vinho e abrindo.
   - Obrigada. Uma felicidade explode em meu peito como nunca.
      O parabéns dele era o único que eu queria naquele dia. Eu achava que ele não iria me dar feliz aniversário, eu estava desanimada por isso. Mas quando ele disse parabéns, toda a tristeza e angústia do meu coração, sumiu no mesmo instante. A vontade de abraçá-lo era grande e a de beijá-lo era mais ainda. Me segurei para não fazer isso, quis aproveitar aquele momento em que estávamos.

O Lado Duro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora