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LYDIA

        O último mês foi muito corridas para mim. Provas de fim de ano da faculdade. Tive que virar a noite estudando para conseguir tirar uma boa nota e, compensar o tempo em que eu acabei dando uma recaída nas coisas da faculdade.
      Tive que ajudar Maya e o pessoal que estava organizando o baile. Nas últimas semanas eu passei quase o dia todo no salão ajudando a arrumar as coisas. Infelizmente Berry também está na arrumação do baile, porém, felizmente ele não veio falar comigo.
        Eu e Hugo deixamos de sair um pouco nas últimas semanas, só nos víamos na faculdade. Eu estava sempre ajudando a Maya e não consegui ter tempo livre pra sair com ele.
        O baile é depois de amanhã e confesso que eu estou ansiosa. No começo achei tosco e não queria participar, agora eu quero é ganha a coroa de rainha do baile. Estou no salão, tentando colocar umas fitinhas na parede.
   - Precisa de ajuda? Berry veio me perguntar.
   - Não precisa, eu dou conta. Digo, enquanto fico na ponta do pé na escada, tentando colocar as fitas.
   - Desse jeitinho você vai cair, deixe-me ajudar. Ele insiste.
   - Tá bom. Desço da escada e seguro a caixa na qual ele estava segurando.
       Berry nem precisa subir todos os degraus da escada e já conseguiu alcançar o lugar onde eu estava lutando pra alcançar e, em segundos ele coloca as fitas e desce.
   - Viu, ajuda é sempre bem-vinda. Berry sorri para mim.
   - Valeu. Digo, retribuindo o sorriso.
   - Agora sou eu quem precisa de ajuda, pode me ajudar? Ele pergunta para mim, tirando as caixas da minha mão.
   - Claro. Digo seguindo ele até chegar perto do palco, onde será a premiação.
       Ficamos conversando enquanto decoravamos o palco, já que ele não tinha muita afinidade em decoração.
   - Como anda as coisas? Hugo pergunta a mim.
  - Vão bem, obrigada. E com você? Pergunto para não parecer mal educada.
   - Na mesma. Ele diz. - Só meu vizinho no condomínio que acabou perdendo o emprego e agora ele coloca músicas tristes e canta escandalosamente.
   - Meu Deus. Dou risada depois do ouvir aquilo. - Coitado dele.
   - Sim. Berry ri também.
        Nesse exato momento em que eu e Berry estávamos rindo, depois do que ele havia acabado de falar. Vejo Hugo entrando no salão em total surpresa e nos vendo rir. Ele dá meia volta para ir embora, mas eu corro até ele.
   - Ei. Grito para ele. - Que surpresa.
        Hugo para, mas continua de costas para mim.
   - Eu volto outra hora, não me parece ser um bom momento. Ele fala com uma voz fria.
   - Sempre é um bom momento quando você aparece. Digo, chegando perto dele e o virando para mim. - Aquilo que você viu não é nada demais, ele só tinha me dito algo engraçado.
   - Acho engraçado que para sair comigo, você não tem tempo, agora pra ficar de risada com aquele idiota, você tem tempo de sobra. Hugo diz com a mesma voz fria de antes.
   - Você tá sendo babaca Hugo. Dou dois passos para trás. - Eu tô aqui por que a Maya me pediu.
   - Eu só queria passar mais tempo com você. Hugo fala jogando um buquê de flores no chão, que talvez seria para mim. - Mas parece não ser possível no momento. Ele virá às costas para mim e começa a andar.
   - Volta aqui Hugo. Grito para ele. - Tenho notícias do detetive. Grito mais alto para que ele possa ouvir e resolver voltar, mas ele não escuta e continua andando, sumindo na multidão.
   - Tá tudo bem? Maya pergunta para mim, quando eu retorno ao salão.
   - Só uns problemas, nada que precisa se preocupar. Dou um sorriso que espero convencer ela.
      Olho ao palco a procura o Berry para ver se ele ainda estava lá, mas pelo visto já havia acabado, porque não via sinal dele.
       Depois de algumas horas de terminar de arrumar as coisas, apenas eu e Maya estávamos no salão.
   - Me lembra de nunca mais concordar em ajudar a arrumar baile de faculdade. Maya senta na cadeira ao meu lado e se apoia na mesa.
   - Pode deixar. Acabo soltando uma risada. - E você me lembra de nunca concordar em te ajudar.
    - Combinado. Ela ri em seguida.
        Depois de um longo tempo em silêncio, resolvo quebrar aquele clima.
   - Como está a sua mãe? Pergunto, olhando para ela.
   - Graças ao dinheiro de vocês, ela está indo muito bem no tratamento, e compramos todos os remédios necessários. Maya da um sorriso de lado tentando disfarçar.
   - Que bom. Fico feliz por vocês. Chego perto dela. - Se precisar demais ajuda, eu estou aqui viu? Envolvo meu braço em seu ombro.
   - Pode deixar. Maya coloca sua cabeça em meu ombro. - Mas vocês já ajudaram demais.
   - Toda ajuda é bem-vinda. Me falaram isso hoje. Pisco para ela.
   - Bom, já está ficando tarde. Maya se levanta. - Vamos? Ela pergunta.
   - Claro. Pego a minha bolsa e saímos do salão. - Quer ir lá em casa? Pergunto a ela.
       Ela balança a cabeça em afirmação e pedi para meu motorista vir nos buscar.

O Lado Duro do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora