CAPÍTULO 6. Cicatrizes na Alma

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⚠️ Alerta de Conteúdo Sensível: Este capítulo contém cenas que abordam temas sensíveis, incluindo violência física e sexual.⚠️

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Hoje, o dia começou escaldante, daqueles que tornam o uso de moletom impensável

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Hoje, o dia começou escaldante, daqueles que tornam o uso de moletom impensável.
Em um gesto corajoso, optei por um vestido azul, revelando meus braços, expondo as cicatrizes que contam minha história. Elas se entrelaçam entre os ombros, percorrem os braços até os pulsos e deixam sua marca nas costas e barriga.

Ao realizar uma chamada de vídeo com Fernanda, ela expressou genuína felicidade ao me ver.

Seu sorriso caloroso foi acompanhado por palavras encorajadoras: — Você está linda, e estou tão orgulhosa de por mostrar suas cicatrizes. Elas fazem parte da sua história, afinal.

Eu sorri aliviada diante da reação positiva de minha irmã, agradecendo. — Eu senti que era hora de ser eu mesma, de aceitar as marcas do passado. Estou pronta para enfrentar o que vier.

A conversa tomou um rumo mais profundo quando Fernanda, curiosa, perguntou sobre aquela fatídica noite que eu relutava em compartilhar. Com pesar, abri meu coração mais ou menos:

No 01/01/2021, após comemorar seu noivado, cheguei em casa por volta das 19h30. Cerca de uma hora depois, Paulo chegou com seu irmão e, após tomarmos algumas cervejas, ele sugeriu algo que eu não estava confortável: um tipo de relacionamento a três. Quando recusei, uma discussão violenta começou.

Infelizmente, a situação saiu completamente do controle. Paulo se tornou agressivo e me agrediu de uma forma tão violenta que perdi a consciência. Quando recuperei a consciência, me vi amarrada na cama e o irmão dele estava abusando de mim de maneiras horríveis. Gritei por ajuda, mas eles pareciam ainda mais excitados com minha angústia. Fui submetida a torturas terríveis, como queimaduras, mordidas e outras formas de violência. Eles também me forçaram a beber de whisky, o que só piorou minha condição.

Estava totalmente traumatizada e com ferimentos físicos e emocionais profundos. Foi uma experiência que nunca pensei que teria que enfrentar, e é difícil colocar em palavras a dor e o sofrimento que vivenciei.

— Cristina, o que a nossa mãe disse para você no hospital? Você ficou muito nervosa e a mandou embora.

— Ela simplesmente afirmou que a culpa era minha, insinuando que se eu tivesse seguido as ordens do Paulo, aquelas atrocidades não teriam ocorrido.

Fernanda expressou sinceramente: — Cristina, lamento muito, mas a boa notícia é que você aceitou suas cicatrizes; a aceitação é um passo importante. E você compartilhou isso com mais alguém?

Respondo aliviada: — Não, ninguém aqui tem conhecimento disso.

— Está de folga hoje? — pergunta Fernanda.

Expliquei para ela: — Sim estou, quando o Robson vai para alguma reunião, eu não participo.

Fernanda segurou minha mão através da tela, e suas palavras confortadoras preenchiam o ambiente virtual.

— Você é mais forte do que imagina, e compartilhar essa experiência é um ato de coragem. — Fernanda sorrindo continuou — nunca enfrentou isso sozinha; estou aqui para apoiar você, não importa o que aconteça.

Com lágrimas nos olhos, agradeci por sua compreensão. — É difícil reviver, mas estou determinada a seguir em frente. Minha força vem do apoio que tenho, especialmente de pessoas como você. Vamos mudar de assunto, como está os preparativos do casamento?

Fernanda, animada, compartilhou:
— Estou pensando em algo simples, ao ar livre, talvez um jardim ou uma praia. Quero que seja um dia leve e cheio de amor. Você tem alguma sugestão especial? — pergunta ela.

Eu e Fernanda trocamos olhares cúmplices antes que eu respondesse:
— Que tal uma cerimônia ao pôr do sol naquela praia tranquila que visitamos no verão passado? Seria mágico e significativo.

Fernanda pergunta: — E você, Cristina, será minha madrinha de honra?

Com alegria, eu respondi: — Será uma honra, Fernanda. Estamos juntas nessa jornada. Até mais, beijos.

Minutos depois...

Ao descer para o jardim, Robson veio ao meu encontro e ficou surpreso quando me viu com uma roupa diferente.

— Ficou ótimo em você, aliás. Essa mudança é bastante... refrescante — comentou Robson, com um leve sorriso.

Agradecendo pelo elogio, acrescentei. — Às vezes, é bom quebrar a monotonia, não é mesmo?

Robson, com sinceridade, disse: — Gostei dessa mudança de visual e perspectiva. Mas eu não gosto que os vejam assim tão bonita, para não dizer outra coisa.

Curiosa, perguntei:
— Por que isso te incomoda?

Ele suspirou e respondeu:
— É porque quando te vejo assim, tão bonita e radiante, sinto um misto de emoções. — diz ele me observando — por um lado, fico feliz por você estar se expressando e se sentindo bem, mas, por outro lado, sinto ciúmes de que outros possam te admirar da mesma forma que eu.

—  Entendo, Robson. A sinceridade é importante. Mas, saiba que valorizo nossa amizade. As coisas podem mudar com o tempo, quem sabe? - respondo, tentando suavizar a situação.

Ele olhou pensativo por um momento e disse: — Talvez. Só quero que saiba como me sinto.

— Bom, Robson, vamos deixar as coisas como estão por enquanto. A amizade entre nós é importante e quem sabe o que o futuro nos reserva, não é mesmo? Continuaremos aproveitando cada momento e vendo como as coisas se desenrolam. Afinal, a vida é cheia de surpresas. Até mais tarde!

Algumas dias depois...

Algumas dias depois

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Nota da autora:

Fiquem à vontade para votar e comentar. Aceito dicas construtivas no PV, que possam aprimorar minha escrita.

Amor e Desejos {🖤Dark Romance🖤}Onde histórias criam vida. Descubra agora