Capítulo 98. Helena e Sofia

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Em vez de responder, concentrei-me na respiração lenta, tentando manter a calma e me preparar para o que estava por vir

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Em vez de responder, concentrei-me na respiração lenta, tentando manter a calma e me preparar para o que estava por vir. Mas, de repente, uma necessidade intensa de fazer força tomou conta de mim. Instintivamente, percebi algo começando a sair.

  Olhei para Robson e disse, com um fio de voz: — Eu acho que elas estão vindo.

  O pânico começou a se infiltrar, mas Robson segurou minha mão com firmeza, tentando me transmitir um pouco de tranquilidade.

— Respira fundo, Cristina. Vamos conseguir, eu prometo — ele disse, embora seu olhar denunciasse o medo crescente. Ele acelerou, determinado a chegar ao hospital o mais rápido possível.

Mas eu sabia. O tempo estava se esgotando.

— Robson, elas estão vindo! — minha voz saiu como um grito entrecortado, a pressão aumentando, como se cada segundo me empurrasse para o inevitável.

— Não, não, por favor... só mais um pouquinho! — Robson murmurou, quase desesperado, os dedos brancos de tanto segurar o volante.

  A dor se intensificou, e com uma mão trêmula, segurei minha barriga, tentando me preparar para o que parecia inescapável.

"Mesmo enfrentando uma dor insuportável, este está sendo o melhor começo de ano da minha vida."

  As ruas pareciam intermináveis, e a sensação de urgência aumentava a cada curva e frenagem. O tempo parecia ter parado, mas tudo ao meu redor corria rápido demais. A única coisa que me ancorava era a mão de Robson, firme sobre a minha.

— Estamos chegando — ele repetiu, sem desviar os olhos da estrada, a voz cheia de determinação. — Respira fundo, vamos conseguir.

  Finalmente, avistamos o hospital São Lourenço à distância. Aquela instituição, tantas vezes palco de medos e incertezas, agora se tornava o cenário de um milagre que eu ainda lutava para acreditar.

  Quando Robson estacionou, eu já estava quase sem forças. Ele saiu rapidamente, correu para o meu lado e abriu a porta com urgência, seus olhos transmitindo que ele estava ali e que tudo ficaria bem. Na recepção, Robson explicou nossa situação em poucas palavras. Os enfermeiros nos guiaram, e eu me sentia flutuando entre a dor e a ansiedade.

   Minutos depois, já no quarto, enquanto me preparava para o atendimento, Laura entrou na sala com um olhar seguro.

— Pode deixar comigo, eu sou a médica dela — ela declarou com firmeza, sua presença trazendo um alívio imediato.

  Tudo ao meu redor parecia desfocado, mas a mão de Robson apertava a minha com tanta força que era impossível me desprender da realidade. Sua voz era um sussurro trêmulo, mas cheio de amor.

— Vai dar tudo certo — ele disse, tentando ser forte por nós dois.

  Minhas forças eram testadas, meu coração acelerado, e as lágrimas que tentei segurar escorriam sem que eu percebesse.

Amor e Desejos {🖤Dark Romance🖤}Onde histórias criam vida. Descubra agora