— Robson, dessa vez você foi longe demais. Um tiro? — Eu digo, com lágrimas escorrendo pelo rosto.— Cristina, lembra quando você me chamou de demônio? Às vezes me sinto assim. Nunca mais tente fugir de mim.
— Eu não estava fugindo, e como eu iria fugir? se você danificou meu carro há meses.
— Então por que você correu de mim?
— Porque... Pela primeira vez, eu senti medo de você, acordou muito estranho, seu olhar mudou, eu fiquei apavorada. E do nada uma arma? Como assim Robson?
— Cristina, eu sei que pareceu extremo, mas não foi minha intenção assustá-la. Você sabe que não sou um perigo para você.
— Quando alguém aponta uma arma, é difícil não se sentir ameaçada. Eu te conheço há alguns meses, mas naquele momento, não parecia você... — Digo, sentindo uma lágrima escorrendo dos meus olhos — sai daqui por favor.
Em seguida ele saiu, enquanto isso, não consegui evitar ponderar sobre a peculiar afeição que Robson parecia ter por mim. Era um amor intrincado, cheio de falhas e equívocos, mas também impregnado de resolução e atenção. Seus atos desafiaram o senso comum em algumas ocasiões, mas havia uma autenticidade nesse afeto que me fascinava profundamente. Depois de algumas horas, despertei devido à medicação e lá estava Robson, ao meu lado.
Ele me ofereceu comida e água, e eu não pude deixar de expressar minha preocupação: — A sua intenção era me matar, Robson?
Ele respondeu com um olhar sério: — Se eu quisesse te matar, teria atirado na sua cabeça. Agora, por favor, coma. — disse ele colocando a bandeja no meu colo — é hoje o seu aniversário? Sua irmã ligou para mim e vem aqui comemorar, então vista algo que cubra o curativo.
— Sim, é meu aniversário, e você conseguiu estragar tudo.
Robson suspirou e se aproximou, olhando diretamente nos meus olhos: — Cristina, eu sei que tudo isso é confuso e complicado. Mas, apesar de tudo, eu me importo com você. Darei uma saída e chegarei antes mesmo da sua irmã. Agora, por favor, coma e se recupere.
— Faça o que você quiser — respondo, limpando as lágrimas.
Ele tenta uma aproximação, mas eu o ignoro e viro de costas para ele, mas sinto sua mão acariciando meu cabelo, esse gesto fez uma lágrima rolar sobre minha bochecha.
Depois de comer dormir por algumas horas. Ao despertar, escolhi um simples vestido vermelho que se estendia até o joelho. Na cozinha, encontrei Fernanda segurando um bolo festivo e Robson.— "Parabéns para você" — Fernanda cantando — é de chocolate como você gosta. — Diz Fernanda, toda empolgada.
Após os parabéns e a divisão do bolo, em um momento específico, bati acidentalmente a coxa, sentindo uma dor aguda que me fez cair no chão. O sangue começou a escorrer e Fernanda, preocupada, abaixou-se, percebendo que não era um ferimento comum.
— O que aconteceu, Cristina? Por isso, você está mancando.
Um silêncio pairou, apenas os grilos ecoavam. Quando olhei para Robson, ele começou a explicar.
— Fernanda, eu posso explicar... No entanto, o interrompi, dizendo: — Foi um acidente, Fernanda. Você sabe que eu não durmo a noite toda. Hoje, de madrugada, perdi o sono e fui para o lago. — explico olhando para ela — como estava escuro, o guarda não percebeu que era eu, e pensou ser um intruso, atirou em minha direção. Por sorte, não foi pior.
— Caramba, que azar, Cristina! O importante é que está tudo bem, né? Vocês têm um kit de primeiros socorros?
— Sim, eu vou pegar. — Disse Maria.
Fernanda fez o curativo no meu ferimento. Depois, continuamos conversando e bebendo, às vezes Robson puxava assunto comigo, mas eu o ignorava. Em certo momento minha irmã foi ao banheiro.
— Não vai falar comigo? Vai ficar me ignorando? — pergunta ele, preocupado.
— O que você acha? Seu hipócrita. — digo com muita raiva.
— Depois a gente conversa, você está muito chateada. — Diz Robson, bem nervoso.
— Você queria que tivesse o que, feliz? Seu babaca, sai de perto de mim.
Alguns minutos depois, minha irmã voltou do banheiro e disse: — Cristina, já são quase 23:00, eu vou embora. — Disse Fernanda.
— Não, você vai dormir aqui hoje. Você está bêbada e não pode dirigir assim.
Fernanda concordou e a conduzi para o quarto disponível, garantindo que ela estivesse confortável. Voltei para a cozinha para organizar as coisas do aniversário.
Robson se aproximou lentamente, segurando meu rosto e dizendo: — Eu não gosto quando você me olha desse jeito, eu sei que errei, estou aqui para te pedir desculpas sinceras, estou muito arrependido, Cristina.
— Não quero papo com você, me deixe em paz. — Me viro, terminando de lavar a louça.
Robson, visivelmente arrependido, diz. — Por favor, Cristina, não faça isso comigo.
De costas para ele, respondo: — Meu ex-marido começou com um puxão de cabelo, e depois um tapa, tempos depois começaram os socos até que um dia ele simplesmente mandou a minha cabeça na parede — chorando continuei — e assim foram oito anos apanhando.
Você me decepcionou, Robson, com essa atitude, o Lucas não significou nada para mim e você insiste nisso. — Digo eu, visivelmente nervosa e com os olhos vermelhos.Ele tenta de novo uma aproximação, tocando na minha cintura e beijando meu pescoço.
Tiro suas mãos da minha cintura e ao tentar sair, ele me puxa suavemente e diz: — Não me compare com o seu ex-marido, eu nunca mandaria a sua cabeça na parede.
— Mas atirou em mim, né? Já falei para você me deixar em paz. — Digo bem nervosa.
Vou para o quarto para tomar um banho. Estes últimos meses foram incríveis, mas, como sempre, o ciúme louco do Robson estragou tudo. Decidi tomar banho na banheira enquanto enchia, vou tirando o vestido e o curativo.
Ao entrar, as lágrimas simplesmente começaram a rolar.Não quero reviver o mesmo pesadelo que vivi com o Paulo. É doloroso demais. Sei o que passei e não quero me encontrar em outro relacionamento abusivo.
Mesmo que doa em mim, é melhor cortar pela raiz. Tentei abafar o choro para que ele não ouvisse.
Depois, respirei fundo e tentei reunir forças para enfrentar a situação. Sabia que precisava me preservar e não permitir que a dor do passado se repetisse. Voltei para a cozinha para pegar uma garrafa com água para levar para o quarto. Ao fechar a porta da geladeira, me deparo com ele sentado observando o ignoro, mas antes ele insiste.Veio até mim, me pressionando na geladeira com a mão no meu rosto, ele diz. — Não faça isso comigo, eu já aprendi com o meu erro.
Ele tenta um beijo, mas o empurro: — A nossa relação agora é entre patrão e funcionária. Você não tem ideia de como estou me sentindo a seu respeito, você acha que com um beijo resolverá o que fez?
— Sei que não justifica o que fiz, eu achei que você iria me deixar, eu me esqueci completamente de que você está sem carro.
— Para com essa mania de achar que eu vou fugir, eu não vou. Tenha uma boa noite, Dr. Robson. — Em seguida, me retiro e vou para meu quarto.
Ao entrar, tranco a porta. Robson tem o hábito de entrar aqui de madrugada. Por que essa insistência em relação ao Lucas? Nem me lembrava de que ele existia.
Ao deitar na cama, fecho os olhos e de repente me vem à mente uma frase da Sofia, costumava dizer quando estava viva:
"A felicidade é momentânea, toda vez que estamos felizes algo de ruim acontece."
••♪••
Notas da autora:
Agradeço muito por me acompanharem até aqui. Suas opiniões são essenciais para mim. Por favor, considerem deixar seus votos e comentários. Sua participação faz toda a diferença e me incentiva a continuar escrevendo. Obrigada pelo apoio!
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Amor e Desejos {🖤Dark Romance🖤}
Romans⚠️OBRA COMPLETA⚠️ Diante da oportunidade de trabalhar com um chefe de personalidade difícil, você optaria por aceitar o desafio ou permanecer em sua zona de conforto? Cristina, após um doloroso divórcio, busca cura e recomeço, mas as cicatrizes f...