Amor e Desejos {🖤Dark Romance🖤}

Capítulo 31. Traumas Revelados

Em 4º de dezembro de 2023...

Acordei bem cedo e decidi ir para a cozinha, lá estava Robson preparando a mesa para o café da manhã e perguntei: - Você ainda está fazendo café da manhã?

Ele se aproximou de mim, entre leves mordidas no pescoço, e sussurrou: - Prometo nunca parar de te mimar. Você merece muito mais do que isso. Quero fazer ainda mais por você. - Ele então colocou delicadamente um morango na minha boca.

- Fico muito feliz por isso. - digo com um sorriso.

Às nosso momento íntimo durou pouco, Robson recebe uma ligação urgente de uma mulher preocupada. Sua filha acabou de sofrer um abuso por dois homens conhecidos da família. Nesse momento, ele olha para mim e pede minha ajuda para convencer a moça a denunciar, pois ela não quer ter contato com nenhum homem.

- Cristina, preciso de mais um favor seu? Para mim, prosseguir com o caso, ela tem que dar o primeiro passo que é denunciar. Como você é mulher será mais fácil. - pergunta Robson com esperança.

No entanto, ele não sabe que também passei por uma situação semelhante há quase três anos. O pedido dele me deixou muito triste, pois me fez lembrar de tudo o que passei.
Apesar disso, decidi aceitar o desafio, pois ele não tem conhecimento da minha experiência.
Robson olha para mim com gratidão e, horas depois, fomos ao hospital. Quando a vi, rapidamente meus pensamentos voltaram anos atrás, me vi naquela situação terrível, assim como ela está agora. A parte mais difícil do meu trabalho é convencer outra mulher a denunciar, algo que eu não fiz.

- Olá, meu nome é Cristina, sou assistente pessoal do Dr. Robson Mendes, e estou aqui a pedido dele para conversar com você. Como posso te chamar? - Pergunto um pouco nervosa.

- Meu nome é Flávia e não estou com vontade de falar com ninguém, por favor, vá embora.

Nesse momento, a mãe de Flávia intervém. - Flávia, ela só está tentando ajudar, é o trabalho dela.

- Você não entende, acha que sabe o que estou sentindo, mas não faz ideia. - diz Flávia, chorando muito.

Estou vestida com um terno preto de pano leve e uma blusinha branca por baixo. Retiro o e mostro minhas cicatrizes.

- Como você pode ver, eles me marcaram para sempre. Então, eu sei o que você está sentindo. Você está com raiva, nojo de si mesma, está confusa. Dizer que vai ficar tudo bem, seria mentira porque não vai. Mas você tem o apoio mais importante da sua vida, o de sua mãe e seu pai, porque a pior parte é quando você sair deste hospital.

- São apenas nos braços? Ou tem mais? - pergunta Flávia.

- Tenho cicatrizes na barriga também ... Bem, meu trabalho aqui é tentar te convencer a fazer a escolha certa. Mas é você que decide o que quer fazer. Até mais.

Ficamos conversando por algumas horas, ao sair do quarto do hospital, vou ao banheiro antes de ligar para Robson para me buscar. No banheiro, desabafo, pois ainda não superei o meu trauma. Agacho-me ali mesmo, chorando. Com as lágrimas, sinto falta de ar, minhas mãos tremem. Estou suando tanto que pareço uma chaleira prestes a ferver.

A água da torneira escorre enquanto tento recompor-me. Respiro fundo, tentando afastar as lembranças dolorosas. Ligo para Robson, informando que terminei minha parte, mas não entro em detalhes sobre o que aconteceu no quarto de Flávia.

Enquanto espero por Robson, reflito sobre a complexidade de lidar com situações tão sensíveis. A linha entre profissionalismo e emoção torna-se tênue, mas sei que meu papel é oferecer apoio e encorajamento.
Mesmo que o passado ainda me assombre, concentro-me na esperança de que Flávia encontre forças para superar esse momento difícil.

Robson chega para me buscar, e enquanto seguimos de volta ao escritório. Robson percebeu que não estava bem.

- Percebi que isso te afetou um pouco, pode descansar o resto do dia.

Passaram-se algumas horas...

Desci jantar com o Robson, ele começou a conversar como sempre.

- A mãe da Flávia me ligou, algumas horas atrás. - diz Robson, bem feliz.

- E isso é ruim, me diz que é uma notícia boa. - pergunto preocupada.

- Sim, é uma notícia boa, afinal, qual é o truque? Você sempre consegue convencê-las a denunciar. - Pergunta Robson, curioso.

- Eu só... As compreendo, uma vítima de abuso no começo, elas não confiam em ninguém e a Flávia confiou em mim, foi só isso - Levo a taça com vinho até a boca.

- Como sempre, você é perfeita Cristina. - diz ele com os olhos brilhando.

Eu me levanto e me sento no colo dele - Que isso eu não sou perfeita... Mas queria entender qual é a graça de forçar uma mulher.

Ele acariciando meu rosto responde - Olha Cristina, sou advogado há muito anos, e ainda não encontrei a resposta. Gostaria de dormir comigo essa noite? E para mim você sempre será perfeita.

Nós nos beijamos intensamente ali mesmo na cozinha e fomos dormir.

Passaram-se alguns meses...

Robson juntou todas as provas, mas mesmo assim não foi o suficiente para que todos os envolvidos fossem presos. Apenas um deles foi capturado, o que deixou Robson furioso, como sempre. Para aliviar sua raiva, ele decidiu ir para a sua boate. Confesso que não gosto quando ele vai para lá, pois me sinto insegura.
Algumas horas depois, decidi ir dormir.
Mas, como sempre, é impossível, com pensamentos intrusivos e preocupações que rondam minha mente. O medo e a insegurança parecem se intensificar quando a noite chega.
Tento acalmar minha mente, respirando profundamente. Recorro a distrações, como ler um livro na esperança de encontrar alguma paz antes de dormir. Ao começar a ler, o sono meio que começou a vir, de repente apaguei.

Terno feminino

 

              🖤Notas da autora🖤

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