Sexta-Feira, 27 de Dezembro, às 08:00
O dia da reunião finalmente chegou. Acordei cedo, revirei o closet até encontrar uma roupa que me fizesse sentir poderosa:
Vesti uma blusa preta que se ajustava confortavelmente valorizando minhas formas com elegância. A calça, igualmente preta e de tecido macio, destacava minha silhueta de maneira discreta, sem comprometer o conforto. Ao me olhar no espelho, vi uma mulher determinada, cuja força ia além da aparência, pronta para encarar o que viesse, carregando em si uma nova vida.
Após um café da manhã rápido, fui até o Doce Refúgio. O ar estava fresco e a cidade ainda despertava. Ao entrar, o cheiro do café fresco já preenchia o ambiente, e Ana minha gerente estava pronta para me ajudar.
— O que você precisa? — ela perguntou, enquanto preparava os bolos para o dia.
— Só algumas horas de trabalho antes de enfrentar uma reunião — respondi, sorrindo.
A ideia de estar cercada de pessoas normais me trouxe um pouco de paz. O movimento estava tranquilo pela manhã, o que me deu a chance de organizar algumas coisas e até conversar com os clientes.
À medida que o relógio se aproximava da hora do fechamento, o nervosismo começou a se intensificar. A última cliente do dia era uma mulher idosa que sempre vinha com seu neto.
— Você parece preocupada, querida. Algum problema? — ela perguntou, com um olhar compreensivo.
— Estou apenas me preparando para algo importante — respondi, tentando esconder a ansiedade.
Ela sorriu, segurando a mão do neto. — Às vezes, o que importa é a coragem de dar o próximo passo.
Depois de fechar o café, fiquei esperando Robson vim me buscar demorou cerca de meia hora.
Momentos depois...
O ambiente da reunião estava impregnado com uma mistura de ansiedade e expectativa. Os olhares dos membros do Punho do Dragão estavam todos voltados para mim, avaliando minha presença ali.
Robson fez questão de se manter firme ao meu lado, seu olhar transmitindo confiança. Samuel, sentado ao fundo, me deu um leve aceno de cabeça, como se dissesse que eu estava pronta para aquilo.
— Cristina é nossa nova justiceira — Robson anunciou, sua voz firme. — Minha esposa. — Ele fez uma pausa e sorriu para mim, um gesto de encorajamento.
Algumas pessoas me olharam com ceticismo, enquanto outras demonstravam curiosidade. Era compreensível, afinal, entrar em uma organização secreta não era algo que se fazia de um dia para o outro. Eu sabia que precisaria provar meu valor.
— Sei que muitos de vocês ainda não me conhecem — comecei, erguendo o queixo. — Mas quero que saibam que estou aqui porque acredito no nosso propósito. E não estou aqui só pelo Robson, estou aqui por mim e por todas as mulheres que foram injustiçadas.
Depois do meu discurso, a sala ficou em silêncio por um breve momento, como se todos estivessem absorvendo minhas palavras. Em seguida, Laura, uma figura respeitada no grupo, se levantou. Seus olhos cor de mel me analisaram por um instante antes dela finalmente falar.
— Bem-vinda ao Punho do Dragão, Cristina — disse Laura, com um sorriso que transmitia tanto seriedade quanto acolhimento. — Se Robson acredita em você, acredito também. Mas sabemos que confiança aqui é conquistada na prática.
Concordei, ciente de que aquele era apenas o início da jornada. Eu tinha muito a provar, e cada olhar cético na sala era um lembrete disso. Não havia espaço para erros.
— Laura tem razão — Robson acrescentou, apertando levemente meu ombro. — Todos passamos por provas. Cristina não será diferente. Quero que vocês a tratem como qualquer outro membro do grupo.
Samuel sorriu de canto, com um olhar que parecia relembrar sua própria iniciação. Ele sabia o que estava por vir, e eu percebi que ele não me trataria de forma diferente.
— Estou pronta para qualquer coisa — declarei, com uma determinação que ecoou por todo o ambiente.
Laura se aproximou, entregando-me um pequeno buttons dourado em formato de dragão, o símbolo da nossa causa. Peguei o broche e o prendi na minha roupa, sentindo um peso simbólico no gesto.
— Que esse buttons seja um lembrete de quem você é agora — Laura afirmou, seus olhos fixos nos meus. — Você é uma justiceira, uma de nós.
Os outros membros assentiram, alguns ainda mantendo a expressão dura, mas agora havia mais aceitação. Era claro que o caminho não seria fácil, mas eu sabia que estava disposta a enfrentar qualquer obstáculo ao lado deles.
E assim, naquele salão onde tensão e esperança se misturavam, eu me tornava oficialmente parte do Punho do Dragão.
Depois de tempo me enturmando Robson me chamou. — Olha isso, Cristina — disse ele, projetando uma imagem no telão. Era um mapa de um local da cidade que me impressionou.
— Eles já estão começando a construção do alojamento para as vítimas — informou Robson, com empolgação olhando para tela.
— E quando vocês pretendem invadir esse local? — perguntei, cheia de curiosidade.
— Precisamos esperar o alojamento ficar pronto — ele refletiu por um momento. — Provavelmente em março, só quero garantir um pouco de conforto para todas.
Enquanto Robson falava, senti uma mistura de emoções orgulho, determinação e uma pitada de medo. Minha vida tinha mudado tanto desde que eu conheci Robson, e agora estava envolvida em algo muito maior do que jamais imaginaria. Olhei para o mapa no telão, tentando absorver cada detalhe da operação. Precisava estar preparada, não só para ajudar, mas para ser um pilar de apoio, uma verdadeira justiceira.
Samuel veio até mim, seu sorriso tranquilo ajudando a acalmar um pouco dos meus nervos. Ele me deu um leve abraço.
— Bem-vinda ao time, Cristina — ele disse, sua voz baixa para que apenas eu escutasse.
— Obrigada, Samuel. Estou pronta para o que vier — respondi, tentando transmitir mais confiança do que realmente sentia.
— Voltaremos a nos reunir depois do Ano Novo, está bem? Então, um feliz 2025 a todos. — Disse Robson.
O encontro prosseguiu com mais detalhes sobre a operação. Os planos para o alojamento incluíam medidas de segurança intensivas, recursos para garantir o bem-estar das vítimas e a criação de uma rede de apoio psicológico e jurídico. Eu sabia que meu papel seria muito mais do que executar ações; queria ajudar na recuperação daquelas mulheres, dar a elas uma chance real de recomeçar.
Quando a reunião finalmente chegou ao fim e estávamos saindo da sala, senti o peso do que estava por vir, mas, ao mesmo tempo, uma determinação crescente dentro de mim. O Punho do Dragão não era apenas um grupo de justiceiros, era uma família disposta a lutar por aqueles que não tinham voz.
Agora, eu faço parte disso.
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Amor e Desejos {🖤Dark Romance🖤}
Romantik⚠️OBRA COMPLETA⚠️ Diante da oportunidade de trabalhar com um chefe de personalidade difícil, você optaria por aceitar o desafio ou permanecer em sua zona de conforto? Cristina, após um doloroso divórcio, busca cura e recomeço, mas as cicatrizes f...