CAPÍTULO 21. Cicatrizes e Surpresas Inesperadas

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Com dificuldade, segurei-me nos móveis, lutando para me manter de pé enquanto minha visão embaçada me guiava até o banheiro

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Com dificuldade, segurei-me nos móveis, lutando para me manter de pé enquanto minha visão embaçada me guiava até o banheiro. Com mãos trêmulas, liguei o registro do chuveiro, deixando a água morna fluir sobre meu corpo, numa tentativa desesperada de aliviar a dor insuportável.
Apoiei-me na parede, sentindo as minhas pernas trêmulas cederem sobre o peso do sofrimento.
Deslizei lentamente até o chão, as lágrimas misturando-se com as gotas da água que caía sobre mim. Em meio aos soluços, sussurrei em um lamento angustiado:

- Estou horrível... Como tiveram a coragem de fazer isso comigo?

Em meio às lágrimas, uma voz familiar ousou interromper o meu desespero. - Que porra aconteceu aqui, Cristina? - perguntou Fernanda, com a voz carregada de preocupação.

Ela fechou prontamente o registro do chuveiro, pedindo para Geovana buscar uma toalha para me cobrir, enquanto expressava sua angústia. - Tenho que te levar para o hospital - disse Fernanda, com os olhos marejados.

- Fernanda, eu te imploro, não me leve ao hospital, eles vão acabar chamando a polícia.- Implorei, com um tom suplicante em minha voz.

- Você precisa ir... não precisa ser médico para entender que as queimaduras estão graves e você está sangrando - respondeu Fernanda, chorando intensamente. - O que fizeram com você Cris?

Confusa, perguntei à Fernanda por que ela havia vindo até ali.

- Senti um pressentimento estranho, e Geovana sugeriu que eu viesse ver se você está bem, especialmente considerando que seu marido não é confiável. - ela chorava muito - E olha só, aqui estou. Se não quiser envolver a polícia, tudo bem, a vida é sua, mas você precisa ir ao médico. - explicou Fernanda, com sinceridade.

No hospital, os médicos examinaram minhas queimaduras e iniciaram o tratamento, além de me fornecerem um calmante para amenizar a dor. Fernanda permaneceu ao meu lado, demonstrando preocupação constante. Ao acordar, encontrei Fernanda sentada ao meu lado, pronta para fazer perguntas.

- O que realmente aconteceu, Cristina? Os médicos me disseram que você foi abusada por dois homens, e ainda você sofreu um aborto, um deles sendo o seu marido né? Aquele desgraçado.

Nesse momento, virei de costas para ela, incapaz de encarar a verdade, e respondo com tristeza. - Não quero falar sobre isso por enquanto, só quero ir para casa.

- Tudo bem, você que sabe. Fernanda saiu da sala, visivelmente abalada.

Dois meses depois...

Ao retornar para casa, minha irmã assumiu um papel vital no meu cuidado diário, enquanto Geovana continuava me oferecendo apoio emocional.

Em uma tarde tranquila, Fernanda quebrou o silêncio com delicadeza.
- Cristina, quando estiver pronta, estarei aqui para ouvir. Sei que é difícil, mas desabafar pode aliviar. Além disso, comprei comida japonesa, sabendo que é uma das suas preferidas.

- Não quero, estou sem fome. - Me levantei, mas Fernanda, visivelmente nervosa, disse: - Você não come desde o dia que saiu do hospital, vai acabar ficando doente, Cristina.

Retruquei com raiva: - Mais do que já estou.

- Cristina, se abre comigo, me fala o que aconteceu. Por que não confia em mim? Sou sua irmã, caramba! - Fernanda estava bem nervosa, contei uma mentira.

- O Paulo queria um relacionamento a três, eu não quis, aí ele surtou. Agora me deixe em paz, por favor. - Segui para o meu quarto.

Deixando Fernanda perplexa com minha resposta evasiva. A verdade era que eu não estava pronta para compartilhar os detalhes horríveis do abuso que sofri. Apenas o pensamento de reviver aqueles momentos me enchia de angústia e medo. Eu sabia que Fernanda estava tentando ajudar, mas eu não conseguia encontrar as palavras para expressar a magnitude da dor que eu estava sentindo.

Nos dias seguintes, Fernanda continuou a me apoiar da melhor maneira possível, respeitando meu silêncio e oferecendo seu apoio incondicional. Ela me levava para passear, me distraía com filmes e tentava me fazer sorrir, mesmo que fosse apenas por um momento. Sua presença constante era reconfortante e me fazia sentir menos sozinha.

Após alguns meses, resolvi buscar auxílio profissional, pois se não fosse pela chegada oportuna da minha irmã, eu teria tirado minha própria vida com um disparo na cabeça.

Um ano e meio depois...

Depois das sessões de terapia, eu costumava frequentar uma livraria que fica no centro da cidade para me perder em um bom livro enquanto saboreava um cappuccino. Até celebrei meu aniversário lá, sozinha, pois era assim que me sentia às vezes. No entanto, tudo começou a mudar quando um admirador anônimo apareceu de repente. Ele começou a me presentear com livros semanalmente, cobria minhas extravagâncias e sempre fazia questão de fotografar minhas andanças e compartilhava comigo por mensagem.

Descobri que era um homem quando a atendente Pamela cometeu um deslize enquanto eu fazia perguntas.

- Pamela, você sabe quem é, né? Por favor, me conte. - Implorei para ela me revelar.

- Não posso, Cristina. Ele está me pagando bem para eu ficar calada. Desculpe.

- Ah... Então, é um homem, menos mal. Não gosto de mulheres. - brinquei com ela - E quanto ele te pagou? - perguntei curiosa.

Ela fez um sinal com a mão mostrando cinco dedos, então questionei. - 50,00, 05,00?

- Não, Cristina. 5000,00... Por semana. Já faz mais ou menos dois meses que você frequenta aqui. Aceitei porque as coisas estão difíceis para mim. Sou mãe solteira de um bebê de dois meses.

- Não se preocupe, eu também faria o mesmo. Fiquei surpresa por ser um homem. Não imaginava que alguém iria se interessar por mim. Até mais.

Ao sair, acidentalmente esbarrei em um homem vestindo um terno preto. Ele deixou cair alguns papéis e me agachei para pegar os papéis. - Me desculpe, foi sem querer. Eu juro. O homem agradeceu e ficou me olhando com um olhar intenso, seus olhos cor de mel.

Um dia, ao deixar a cafeteria, senti a necessidade de tirar meu moletom devido ao calor intenso. Naturalmente, olhei ao redor para garantir que ninguém estivesse por perto, pois sempre tive receio de expor minhas cicatrizes por às pessoas são preconceituosas.

À medida que os meses passavam, ganhei confiança para sair sozinha. Percebi um homem que sempre ficava parado, como se fosse um segurança; inicialmente, não dei muita atenção. Algumas semanas depois, diante da minha difícil situação financeira, decidi procurar emprego.

Depois disso tudo, minha irmã ficou muito protetora, às vezes parecia que ela era a irmã mais velha, mas a entendo só quer me proteger de homens iguais ao meu ex-marido, eu nunca mais o vi.

⚖️

🖤 NOTAS DA AUTORA 🖤

Compreendo que os dois últimos capítulos foram tristes, mas fazem parte da narrativa, contribuindo para a riqueza da história.

Não deixem de curtir e comentar é muito importante para mim. Bjs

Amor e Desejos {🖤Dark Romance🖤}Onde histórias criam vida. Descubra agora